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A mostrar mensagens de 2012

Fagulhas

A todos um belíssimo Natal e um ainda melhor ano novo. Poderão pensar que é cedo de mais, mas o menino vai de férias e não quero de maneira nenhuma deixar de ser, como sempre fui, educado. E bem preciso ir de férias porque o trabalho tem-me dado que fazer. De resto, queria antes de me ir embora dar uma palavra amiga a um grande amigo. Ele considera-me o seu melhor amigo da América do Sul visto que não conhece lá mais ninguém. E eu retribuo com esta pequena homenagem, que bem precisa, porque está à rasca de um braço e poderia ter sido mais grave a consequência do enorme acto heróico que teve na noite de sábado: Estampou-se contra uma mesa ao se lançar que nem um super-homem para matar uma barata que ameaçava toda uma festa de anos que, só por si, já não estava a correr bem. Não matou o inimigo mas todo o cenário para o fazer deixou uma onda de boa disposição que só foi estragada por causa de um outro amigo, melhor, de uma outra besta, que decidiu embebedar, às nove da noite, o anivers

ADEUS

O menino sonhava ser escritor - Os colegas queriam ser jogadores da bola - Este só queria ser escritor. Começou cedo a escrever histórias. Ninguém as lia, nem os Pais, que normalmente fazem sempre esse tipo de sacrifícios, tinham paciência para a confusão de personagens e enredos que o Tiago para ali arranjava. Ele continuava com uma felicidade que sempre me impressionou. Cresceu, tronou-se um homem e continuava a escrever textos e mais textos, histórias e mais histórias. Ninguém as lia, e ele não queria saber. Casou e teve 4 filhos. Trabalhava na esquina da sua rua sempre com a mesma precisão, sempre com o mesmo empenho. Contava histórias aos seus filhos para eles adormecerem, as histórias que ele próprio escrevia. Nunca se repetia e nenhum deles pediu para repetir alguma. Ele era escritor. Ele era feliz por sê-lo. Escreveu a carta de despedida muito antes de se despedir. Era demasiado feliz para forçar o seu fim. Escrevia e continuava a escrever, sempre com caneta e papel. Nunca ne

O Pai Natal não existe!

É verdade, e ninguém me pode desmentir nisto, estamos em Dezembro. Para meter nojo posso dizer que por estas bandas, para os emigrantes que estão em Angola, o calor aperta, a praia é uma constante e todos duvidamos que o Pai Natal por aqui apareça. A criançada, filhos destes Lusos e expatriados, perguntam “ O Pai Natal vai vir com aquele fato peludo com este calor?” Eu, e porque sempre sou a favor da verdade, disparo logo a dizer que “o Pai Natal não existe”. Crio uma turbulência na cabecinha dos meninos e uma verdadeiro quebra-cabeças para os Pais que, finalmente, terão que explicar que a mentira por vezes é bonita e tem que ser dita a favor de sabe-se lá o quê! A discussão fica acesa, as mães olham para mim como se me quisessem esfaquear com os olhos, enquanto acariciam a cabeça do pobre pequenino que chora compulsivamente e os Pais, que sempre acham piada a uma boa “jarda” vinda do nada, depressa se lhes acaba o riso engasgado quando se apercebem que o olhar esfaqueador, tipo r

Carta de correio

Não me lembro do dia em que comecei a falar, mas a minha mãe disse que foi mais tarde do que os meus 7 irmãos. Parece que estava ali o início de um princípio básico para a minha vida – Não era suposto ninguém me ligar nenhuma Eu insisto, tenho essa noção, como se tivesse algo importante para dizer. Como se não conseguisse aguentar o emaranhado de porcaria que tenho dentro de mim. Vou escrevendo, vou dizendo coisas. Até aceno e gesticulo quando o mundo está longe. Mas parece que de nada vale. Tenho exemplos, não digo isto por dizer como se quisesse chamar a atenção. Mesmo no outro dia eu disse a um colega “ tu tem cuidado, olha que é importante imprimires o documento e arquivares no dossier, não vá o computador dar o berro” e ele, como se nada fosse, não me ligou nenhuma. É verdade, por embirração eu creio, o “rasta” do computador continua ali impecável, sem vacilar. Mas eu não desisto e continuo a dizer “atenção, faz um backup, salvaguarda-te” E ele teimoso contínua, mas eu estarei

O Lord dos filmes

Existem pessoas que nunca viram o senhor dos anéis. É verdade, eu sei que elas andam por aí como se nada tivesse acontecido. Mas o mais impressionante ainda, é que há pessoas que viram e não gostaram. O Castelo Branco já me tinha alertado, várias vezes, para o facto de existirem pessoas capazes de tudo, mas mesmo assim é-me difícil de acreditar. Como é possível ver uma verdadeira obra-prima e não se gostar dela? Hoje tropecei noutra opinião destas – De quem viu e não achou nada de especial! Não o escondem, dão a sua opinião, deliberadamente, como se a nível cinematográfico, para esta trilogia, houvesse liberdade de expressão! Nestas alturas não há debate possível. Nem sequer quero ouvir qualquer argumento. Como se me quisessem explicar que o mundo foi feito ao acaso. Mas temos que seguir caminho e resistir à tentação de fazer rolar cabeças. A noite antes da estreia, do primeiro filme, marcou-me como o primeiro beijo não o conseguiu fazer. Mal consegui dormir, a cama p

Em jeito de Caderneta de Cromos

Quando era criança, havia o jogo dos canudos. Um pouco em jeito de “Caderneta de Cromos”, para a geração dos anos 70 e 80 certamente se lembram de uns tubos de electricidade, de plástico, que serviam para nos entretermos com verdadeiras guerras campais. O brinquedo era simples, enrolavam-se umas tiras de papel, eu preferia o papel das revistas, em forma de cone, onde o inseríamos no dito tubo e depois era só assoprar. Aquele pequeno engenho, parecendo que não, atingia distâncias grandes e com uma precisão de um verdadeiro sniper. Havia quem pusesse alfinetes na ponta, uma verdadeira delícia. Claro que o gosto e o entusiasmo por este brinquedo, fazia com que fossemos aperfeiçoando as nossas “armas” . Existiam verdadeiras obras-primas – Com 2 e 3 tubos, dando a hipótese de termos 3 munições prontas a saírem quase de rajada. Tudo parecia ser lindo até ao dia da tragédia. Passei um mês e meio sem poder por comida sólida à boca. Não falem em passar fome, eu sei o que é isso! Até aos dias de

Barriga vazia

É verdade, hoje o meu irmão mais novo faz anos. Sim, porque o mais velho, como toda a gente sabe, já se lançou este ano. Para mim é sempre um motivo de alegria presenciar estes dias. É sinónimo de comida e bebida à borla. Tudo bem, podem dizer “então e o dinheiro que gastas na prenda?” Não sou parvo o suficiente para me lançar ao lobos e arriscar uma prenda caríssima e o menino mostrar uma expressão, ou dizer mesmo, de que “podia ser melhor!” Com esta desculpa e seguindo a dica de um bom Português, lanço sempre o isco de que comprei um “miminho”. E um “miminho” não é mais do que uma “lembrança”. Quem é que não gosta de receber uma prenda e de ouvir por parte de quem oferece a bela frase “não é nada de mais, é só um miminho”. Apetece, mesmo antes de desembrulhar, de largar aos pulos e aos pinotes de tanta felicidade que temos dentro de nós. Antevendo que dentro daquele pequeno pacotinho, sim porque os “miminhos” nunca são grandes, deverá estar uma magnífica maravilha. Mano, é

Red Bull - Cliff Diving

Hoje é daqueles dias em que a rã quer ser sapo; o burro quer ser cavalo; a mosca quer ser abelha; o gafanhoto cigarra e nós… o que nós queremos ser? Sim, porque precisamos ser… qualquer coisa! Cada dia teremos que ter a missão de sermos melhores do que fomos até então. É crucial, para que estas bestas que saltam de 37 metros com piruetas, mortais e afins vejam que não andamos aqui ao acaso!

Finalmente, valeu a pena!

Sim Senhor, correu bem ontem a greve geral. Alerto para o magnifico trabalho do jornalista da RTP, que por culpa própria não me lembro o nome, mas que respondia assim à seguinte pergunta da redacção : - Como é que foi trabalhar nessas condições de tumulto? - Olha, não foi fácil, porque às tantas não sabíamos onde nos devíamos posicionar. Atrás da Policia de choque era perigoso, porque os manifestantes estava a arremessar pedras, e posso dizer que uma delas caiu mesmo ao nosso lado, tinha cerca de 10 cm de diâmetro e passámos por momentos de verdadeira aflição e agonia. Perante isto, tentámos estar mais perto dos manifestantes e colocámo-nos por trás destes, mas as investidas da Policia eram repentinas, o que nos dificultou, de sobremaneira, a nossa tarefa. Tendo, inclusive, numa das vezes, eu que puxar o nosso operador de câmara pelos colarinhos porque já estava caído e a levar bastonadas da Policia, que não teve a decência de distinguir quem estava ali a cumprir a sua função. Que

Sumo estragado

Os cidadãos Europeus marcam hoje um dia de luta histórica. Lutamos todos pelos abusos que nós próprios fizemos, mas principalmente pela máquina económica que exige sempre dinheiro mesmo que ele não provenha do rendimento normal. A malta leva porrada, sabe porque leva porrada, é roubada de todas as maneiras possíveis , mas as Democracias em que vivemos, em estilo de Ditadura, não permitem que façamos grandes revoluções e nós lá vamos pela via do protesto, e nada melhor do que as Greves Gerais. As greves funcionam na perspectiva de aglomeração de indignados, e bem, porque há muita gente que não aguenta, ou pensa que não aguenta mais, mas tem a feroz consequência, grave, de que o Estado terá que recuperar nos contribuintes o dinheiro perdido nestes dias. Qual a solução para esta crise? Nascem de todos os sítios, de todos os buracos, de todas as grutas, especialistas e mais especialistas que com pós-graduações, mestrados e muita estupidez vão lançando, em debates televisivos, uma espé

Ser bom profissional é:

Hoje em dia ser bom profissional é : Chegar cedo e sair tarde (mesmo que metade do tempo o passemos na internet) Não faltar a um Sábado e se quisermos ser excepcionais, os feriados passam a ser uma oportunidade para organizar a bandalheira que deixamos durante a semana. Não esquecer, é muito importante, de apontar o dedo a qualquer colega que se atreva a ficar em casa num destes dias. Quando nos apercebemos da presença de um superior, borrifamos a testa, espalhamos a papelada e rapidamente abrimos a janela de trabalho perdida no maralhal de entretenimento que é o nosso dia-a-dia. Andar na maioria das vezes mal disposto, a boa disposição poderá dar a entender que não levamos as coisas a sério, e de vez em quando berrar ao telefone, mesmo que do outro lado não esteja ninguém, para deixarmos bem vincado que não toleramos qualquer tipo de incompetência. Ter sempre um agrafador ou um furador por perto e de 15 em 15 minutos, pomos estes meninos a trabalhar. Uma impressora a cuspir

Meio do dia

Há 220 anos que existe este sino. Sempre tocou e toca na mesma altura. Quando bate o meio do dia ouve-se 4 vezes um “TONG”. Não toca mais nem menos do que isso. Mesmo assim há quem reclame com ele “porcaria deste sino!”. Chegam a afirmar que passaram a noite em claro por causa do sino. Mentira, ele só toca quando o sol lhe der a ordem e precisamente a meio do dia. Hoje, passavam 7 minutos da uma da tarde quando ele anunciou o grito do sol. Era meio do dia. Ele continua, sempre foi assim. Não pertence a nenhuma igreja, a nenhuma instituição. Diria que não pertence a ninguém e a toda a gente ao mesmo tempo. Ninguém se regula por ele mas ele regula tudo. Ninguém se apercebe mas ele continua a marcar o meio do dia.

Somos ENORMES... se nos deixarem!

Obama pela sua simpatia ganhou. Já sabemos que nos Estados Unidos é tudo em grande, mas é de impressionar ver que no discurso do Presidente reeleito estão milhares e milhares de pessoas em delírio. Não quero como é óbvio fazer qualquer tipo de comparação, mas, mesmo estando a América com a maior taxa de desemprego de sempre, e com índicies preocupantes de despesa pública, este homem garante a toda uma Nação a sua lealdade, honestidade e carácter. Nisto, somos muito pequenos. Não no sentido da dimensão do País, ou na nossa história, mas principalmente num povo que se vê governado por fantoches de dentes brancos e garras afiadas que se esquecem, ou não se lembram, que somos, somente, um País com mais de 800 anos de história e consequentemente o mais antigo Estado-nação da Europa. Os exemplos têm que partir de cima. Sempre. Se querem sacrifícios que sejam os primeiros a se porem de joelhos, a esvaziarem os bolsos e depois, por respeito, todos nós com orgulho daremos o que podemos e

American people

Hoje é dia de eleições nos Estados Unidos. Espero que continue o Obama principalmente por tudo aquilo que ele não fez – Não entrou em guerra com nenhum País e isso, para mim, é o mais importante. Confesso, que ousei em ouvir parte de um debate entre os candidatos, enquanto fazia o jantar. Poderia ter uma opinião sobre os argumentos de cada um, mas como o meu Inglês está ao nível da minha arte com uma Arpa, fiquei praticamente na mesma e o meu voto seria, se fosse Americano, por simpatia. E simpatizo muito mais com o Obama do que como Romney e normalmente não me engano. Mas vamos a exemplos concretos que eu não gosto de deixar nada no ar - No outro dia, uma velha pediu-me uma esmola argumentando que era para uma sopa. Não dei. Olharam-me de lado e eu fiz questão de vigiar a magana. Não foi tarde nem cedo, quando um senhor com fato polido, gravata afiada e sapatos pincelados, esgravata os bolsos e saca de um euro para dar à pobre criatura. Num pulo, nas costas do engravatado, sal

Amor

Antes de mais espero que a minha amiga Nádia vos tenha ajudado na vossa procura incessante do sentido da vida. A maioria de nós, infelizmente, não pode partir para uma aventura parecida, mas fica o registro de quem o fez e partilhou uma descoberta que parece tão simples - O Amor. Para mim, que sou macho, é-me mais ou menos difícil dizer esta palavra, correndo o risco, porventura, de ser catalogado como abixanado. As gajas, neste sentido, tem mais facilidade em dizer que amam, na sua plenitude, 300 mil amigas. Mas deixemo-nos de veneno, que este texto é virado para o Amor (que bonito!). Os tempos que correm mostram-me que é isso que eu quero. Amar-me a mim, amar a minha vida e depois todo o restante amor virá por acréscimo. Parece um bocado virado para o egocentrismo, mas acredito que nenhum amor parte de uma pessoa com pouca auto-estima. Em jeito de missa diria eu que “amar o próximo só depende do amor que tiveres por ti” E é nisso que eu acredito, pelo menos enquanto escrevo est

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Uma amiga que conheci aqui em Angola e que não posso deixar de partilhar a sua maravilhosa experiência. Tudo se resume a isto, tudo é relativo e temos que caminhar todos para o que realmente é importante. Aqui fica este maravilhoso texto e inspiração: "Com a sede de marcar uma viragem nesse número magico, tomei decisões firmes e estritamente sentenciadas pelo coração. Pela primeira vez, a razão era aprisionada e asfixiada sem ter direito a uma segunda oportunidade. Deixei o meu trabalho, os meus amigos e o meu lar. Deixei Angola, o gerador, as velas, a bomba de agua, a cuca que nunca acabava, o stress, os esquemas, a criatividade na escolha das palavras, as cores, os embondeiros, o semba, o povo alegre, o Pinto, a D. Lena, o Joca e o candongueiro, o Tio Jorge e toda a família da Chicala, os policias de transito que depois de dois dedos de conversa desistiam de multar a "budjurra", as festas de quintal, as aventuras pelas províncias, Caboledo e Carpe Diem, as sessõ

Tudo acaba, não há que ter medo.

Era inverno, mas o calor apertava naquela gruta. Tanto caminharam que nunca imaginariam ir ali parar. Estava escuro, a humidade ensurdecia e o calor, esse, não deixava que ninguém se esquecesse dele nem por um momento. Agarrados, sem dizerem uma palavra, assim suportaram a espera de um milagre. Pelo positivismo dos dois, ninguém esperaria que desistissem facilmente. Mas o massacre continuava, esperanças fugiam por entre as frases semeadas para afugentar o medo. O tempo, esse, não parava e só agudizava a falta de tudo um que um corpo vivo necessita. Nem água, nem comida, nem uma única luz para os guiar. Estava escuro, e a saída estava cada vez mais longe. Eles continuavam agarrados como se dois corpos fossem demasiado pequenos para estarem afastados. Vocês que lêem estas linhas certamente estarão à espera que algo aconteça. Que aja uma reviravolta e que tudo termine como manda o pergaminho. Mas não, não é um texto com esperança. Não é uma linda história para que possamos pegar nela e

O “tu” e o “você”

- Oh pá, estás bom? – Pergunta o António João. - Vou indo, e como você está ? – Retorquiu o Lourenço Martim. - Está tudo em ordem, olha vim bater-te à porta, a ver se me podias dispensar 2 ovos que a minha linda está a fazer uns pastéis de bacalhau e só agora deu por falta deles! - Não sei se lhe poderei dispensar visto que o nosso jantar foi um Ricotto de Chimdli, e como sabe é um prato que contém uma quantidade significativa de ovos. Deixe-me ir ver! - Não precisas caro vizinho eu vou mesmo à mercearia da esquina. - Passe bem Sr.º António e da próxima vez não se esqueça de ver se tem tudo antes de começar qualquer tarefa! O António num rompante volta-se para trás e … (na minha opinião, e para não baixar muito o nível, deveria reunir toda a sua gosma e concentrá-la na face esquerda do Dr.º Martim) Mas não, simplesmente desejou um resto de um bom dia. Adoro quando alguém, que naturalmente não consegue manter a sua posição, ilude o seu próprio Ego pensando que o VOCÊ mant

Diz-me

Andamos com virtualidade a mais - Confissões numa janela de um ecrã qualquer é ,para mim, como um pau de virar tripas com desejo de cheiro a peixe podre. Tenho alguma dificuldade em encontrar amigos de café, amigos de esquinas e de ruas ao acaso. Tenho dificuldade em entender desesperos no Facebook, frases lindas num mural qualquer ou indignações de telejornais que jorram estrume a cada segundo. Tenho dificuldade em perceber o que nos move. Tenho dificuldade em saber o que nos apaixona. Não gosto de livros sem papel, não gosta de música sem saber quem a compôs. Não gosto de cantores afinados que não sabem o que é uma partitura. Detesto artistas da vida, mas adoro interpretações realistas. Não adivinho o que dizem sem o dizerem realmente. Não sei quem são se o não forem. Não vivo com máscara, se me deixarem. "Já não finjo o que não consigo fingir… a minha alma já está farta." Não ando descalço porque parece mal. Não como com as mãos porque me apontam. Não arroto, não cus

Badocha

É verdade, a minha prima vai casar. A Filipa é uma giraça, desde criança que era assim. Quando eramos miúdos, ela tinha alguma vergonha em passear comigo. Somos da mesma idade e para quem não soubesse que eramos primos, poderia dar a entender que aquele badocha, com cabelo seboso, era o seu namorado. Eu agora percebo isso, melhor, confesso que na altura já o percebia, mas para mim era uma oportunidade única de mostrar alguma qualidade feminina ao meu lado. É certo que hoje tudo é diferente – Sou alto, charmoso, bem parecido, postura correta, cavalheiro, bom falante, simpático e tudo o mais que uma mulher pode sonhar. Acaba por ser normal, perdoem-me a modéstia, ser abençoado por uma mulher lindíssima ao meu lado, que dá tudo de si para me tornar na utopia que descrevi à bocado. Bem, mas voltemos à minha prima. A Filipa sempre deu tudo nos estudos, e confesso que para um rapaz como eu, que fez o secundário às três pancadas, era-me difícil perceber, quando ia a casa da minha Tia,

Nada de bom !

O que é que me dá um prazer incomensurável? É a nossa comunicação social - Continua a dar o seu contributo, e de que maneira, para o nosso País. Sempre a massacrar: Pimba, pimba, pimba …. Até dá gosto ver um telejornal, faz-me lembrar aqueles filmes de guerra à moda antiga – Fuzilamentos do principio ao fim! Mas é o normal… eu hoje é que estou mais sensível e pelo pequeno-almoço, enquanto comia a minha tigelinha com cereais e leite, o comando empancou na Sic noticias! Mudando de assunto mas mantendo a qualidade, aviso para o perigo de alguém se identificar com o que eu penso. Tudo bem, se for uma vez por outra, e que esta “outra” não esteja a menos de 6 meses da “uma”, pode ser aceitável embora comece a ser bastante problemático. Agora se isto acontece com maior regularidade do que a acima descrita, é URGENTE abandonarem desde já a vossa família, amigos, cães, gatos, tudo o que mexer, e se deslocarem, só com um saco de cama, para a o monte Alentejano mais isolado que existir. A sé

Para bem de todos nós !

Estou a deixar a comida artificial e começo a virar-me para a comida dita saudável. Dizem que faz bem e eu quero comprovar isso. Fritos, chocolates, bebida com gás e quase todos os tipos de doces passaram a ser como uma espécie de inimigo a cada esquina. Até fiz questão de atestar a minha despensa com estas bestas só para as encarar de frente. Não tenho medo de ninguém e é bom que tenham a nocão disso. Para bem de todos nós, era só isto que eu queria dizer!

E ainda bem!

É já no Sábado que faz quatro anos. Poderia este ser um texto sobre o balanço desta experiência maravilhosa, mas não o é. Bati recordes tal como o Cristiano Ronaldo, e eles existem para isso mesmo, para serem ultrapassados. Mas os meus recordes são pessoais, nada que a nível global mereça qualquer registro. Quatro anos é muito tempo, parece que foi ontem que na mesa do jantar, com a minha família, lanço a jarda como quem come tremoços. Achei que não havia outra maneira de o dizer. Com esta atitude pego nas malas e embarco, sem saber quem iria estar à minha espera e eu certamente esperaria que alguém o fizesse. Foram muitas “esperas” e o que me esperava era uma chapada bem dada. Como a tantos outros que por aqui aparecem. Uns aprendem, outros nem por isso, mas é uma lição que está disponível para todos. Não queria aprofundar mais, porque se não as linhas multiplicam-se e depois é uma verdadeira chatice – Mas, cortei muitas cordas e as que atei nem chega a uma décima daquilo que me li

Não tenho outra maneira de o dizer !

Aprendi a andar de bicicleta muito novo, como se isto fosse importante, mas aprendi rápido. Tão rápido que na primeira semana caí uma infinidade de vezes. Isto para dizer que a determinada altura fartei-me de cair. Arriscava menos e apreciava a viagem. Durou pouco até a paisagem me cansar. Mais umas acrobacias e pimba, lá estava eu no chão outra vez. Havia um puto, tão puto que era mais ou menos da minha idade, que nessas alturas passava sempre por mim, com um olhar altivo, coluna direita e pedalava que nem um maricas. Não tenho outra maneira de o dizer, mesmo como um maricas. Raios parta o puto tinha sempre um ar feliz e nem uma das rodas levantava, dizia que tinha receio. Enfim. Recordo-me, como se fosse ontem, quando pela primeira vez atropelei um velho. A passar a passadeira, ainda por cima. Eu tinha tudo calculado, bastava ele continuar a andar com o ritmo lento, próprio de um velho, que eu lhe passaria a rasar ao braço. O raio do velho, não tenho outra maneira de o dizer, dei

É assim mesmo Joaquim!

Há beira do precipício é que se vêem os homens : - São sempre a mesma coisa… sempre a roubar o povo ! – Explica, indignado, o cidadão Joaquim, quando o amigo se aproxima. - Olha lá, se alguém te perguntar por aquele material que chegou á empresa, dizes que já seguiu e que não te deram a fatura! - É pá não te esqueças é depois de mim, olha que isto anda mau! - Claro que não, fica o que já tinhas combinado! Mas o que estavas para aí a berrar? Sorrateiramente um voz entra no cérebro do Joaquim e diz-lhe ao ouvido “Por vezes, pareces-me um cão que ladra aos pneus dos carros só porque os vê a girar!”

Al Berto

"Não acredito no génio, acredito, sim, na necessidade, na urgência, na ânsia de me manter por um fio entre a queda final e o precário equilíbrio das palavras. O Trajecto escrito de um escritor nada tem a ver com a publicação de livros. Pode-se ser escritor, e nunca ter publicado um livro. Parece-me claro tudo isto. Os mecanismos da escrita são, de certo, mais profundos e misteriosos, para que estejam condicionados à simples publicação dum livro. Se retirarmos todos esse mistério ao acto de escrever, e o votarmos à simples acumulação de 'Trabalho Curricular', o melhor será dar um tiro na cabeça e no que faremos. A poesia, em meu entender, não é propriamente coisa para ser subserviente desses doutores universitários que esgalham uns versos perfeitinhos, muito bem elaborados, como eles dizem. Cheios de técnica, cheios de secura também. [...] Freelancers das semióticas... Palermóides, que não sabem nada sobre o cheiro acre da vida! O Senhor lhes perdoe, a todos! Que não sabem

Cheira-me a urina...

Não que isso me incomode, já me habituei a tudo e de tudo estou farto. Continua o cheiro de pessoas que por aqui passam sem se importar do que deixam para trás. Para eles é momentâneo e para os poucos, tão poucos que cá ficam começa a ser intenso. Mais uns e outros e sempre sem se importarem. Cheira-me a urina e já disse que estou farto.

Viva os legumes!

Hoje é o dia Mundial do animal e por isso mesmo, ontem, o meu jantar foi bacalhau com legumes! Não queria ferir susceptilidades, embora há quem considere o bacalhau um animal. Mas para isso, e não querendo entrar no mundo da Política, porque já chateia, existe por aí muito besta e estes sim são verdadeiros ANIMAIS. Bem, mas voltando ao que interessa. Como em toda a minha vida só tive 3 animais de estimação e dois deles suicidaram-se - Isto é verdade, o primeiro a não aguentar o convívio com a minha pessoa foi um Cágado, o Joaquim, que se jogou do quarto andar. O segundo foi um Gato, o Bu, que se atirou aos cães do vizinho. O sobrevivente ainda está comigo, é certo que só me acompanha à dois pares de meses, mas para mim, melhor, para ele, já é uma grande vitória. Queria-lhe dedicar este dia. Somente a ele e a mais ninguém. Migalhas, aproveita porque os outros dias serão meus. Pelo menos no teu mundo.

É desta!

Olá bom dia, Espero que tenham gostado da minha primeira história, que, diga-se, era uma história bonita. Tinha valor moral e capaz de erguer a vida a qualquer um. Sou provido de inspiração súbita como deu para perceber. Bem, sou obrigado hoje a confessar-me. É verdade, preciso disto, preciso de mandar cá para fora o que é incapaz de ficar lá dentro. Não te preocupes Joaquim não vou contar os teus segredos, aliás eles são de quem os consegue guardar e ninguém, certamente, quereria saber se andas ou não com o marido da Paula. O preconceito não existe nos leitores que frequentam esta “tasca” - Pode ser pobre, o vinho tem mosquito mas é uma “tasca” com muito saber e dignidade. O que tenho para dizer não fere o próximo, não ofende qualquer um e muito menos espantará o mais sensível. É simples e provavelmente já toda a gente o sabe, cá vai: Não gosto de pessoas. Em geral, nada em particular. Ufaaaa, que alívio… já andava há muito para dizer isto!

Que dia !

"Tudo o que pode ser dito deve ser claramente dito. E do que se não pode falar, melhor é calar. (Wittgenstein)" Esta frase encaixa na perfeição neste meu dia.  Porra, assumam-se! - Digam o que pensam, façam o que achem correto, mas não andem com meias intenções, meias palavras e rasguem tudo o que seja a meio! Desabafo feito, espero que tenham um excelente mês de Outubro !

A primeira história

Isto é uma história. Uma história pequena e não passa disso mesmo, de uma história. Não foi num certo dia, pois a precisão ainda me acompanha, foi mesmo a 25 de Janeiro do longínquo ano de 1975 quando tudo podia ter acontecido. Rafael parte em busca da felicidade. Ele não sabia mais do que precisava para ser feliz, mas sabia que tinha que partir. Entre montes e vales, se escapou a tudo, foi mesmo pela estrada com um carro que nunca fora seu. Na mala não levava sonhos, não tinha mais do que duas sandes de queijo e uma lata de um sumo que nunca bebera e a marca era igual a tantas outras. A roupa era aquela que tinha no corpo e nunca teve outra se não essa. Isto não é uma história triste embora a precária posse material deste pequeno rapaz fizesse antever o contrário. O carro precisava de ser atestado porque as próximas bombas, nesta terra distante e aos anos que já foi, não estavam a menos do que três depósitos cheios. Atestou o que tinha que atestar, pois nem bidons possuía, mas fo

Basta VONTADE !

Primeiro Ministro deixa o aviso à População “se isto vai correr bem ou mal, depende da nossa vontade coletiva” Não temos desculpa, portanto basta ter vontade para que tudo corra bem. Afinal é simples e andámos a complicar as coisas. Deixem-me, já agora, só avisar o meu amigo:  - Amigo Jacinto, não te preocupes só porque tu e a tua mulher não têm emprego… esquece as contas para pagar, que se acumulam cada vez mais e tem VONTADE que tudo passa!  - É pá, mas as coisas não são assim, tenho dois carros para pagar, a prestação da casa, um Iphad, a mota que comprei ao meu filho e a viagem de há dois anos que fizemos ao México! – Responde o Jacinto com categoria! Sempre a porcaria do Iphad para me enervar. Parece que existe um mundo antes e depois do Iphad.  - Jacinto, estás fudido!

Não sou supersticioso mas …

A 15 minutos do fim alguém me diz para vestir a camisola que dariamos a volta ao resultado. Como não se deve contrariar os malucos, lá vou eu … Acabo de ajeitar a gola e GOOOOOLLLLLOOOOOOOOOO Espera aí que um empate sabe a pouco, mais 10 minutos e “aí está, Cedric ganha a linha, centra e GOLLLLLLOOOOOOOOOOOOOOO…”

Pequeno passo

Há alguém que me dá uma sapa na cabeça e diz “anda rapaz não percas tempo em lamurias …” continuo aos solavancos até apanhar de novo o ritmo que tinha perdido. Não demorei mais do que o suficiente para me perder de novo com pormenores – A caixa parecia-me fora do lugar. Alguém tinha estado a vasculhar este recanto! Quem poderia querer saber de coisas que só a mim me pertenciam? Pousei a mala e apercebi-me que não fora só a caixa que tinha sido mexida. Todos os meus segredos estavam expostos sabe-se lá a quem! Outra sapa “então ? assim nunca mais chegas !” Deixo, a muito custo, tudo para trás com o pensamento angustiante “o que irão dizer e pensar de mim!” Não me posso perder de novo, tenho que caminhar, tenho que continuar. Pela impaciência percebo que não tenho mais oportunidades. Os meus pés já latejam de dor e a minha concentração começa a perder-se… só penso na dor que sinto, nada mais importa. Perco as forças caio de joelhos… tudo está perdido, tanto esforço e angustia em vão

Cunene

“Já fui Cunene e poucos se podem gabar disso!” Isto é uma afirmação interessante na medida que a pessoa que o disse, fica contente não pelo fato de ter ido ao Cunene, mas sim por pertencer a uma minoria que foi a este local. Isto acontece muito entre nós – Vamos para podermos dizer que fomos; compramos para poder mostrar que temos; ou fazemos para mostrar que conseguimos. Poderá  parecer uma lição de moral equiparada à lógica da batata, mas já me cansa que apareçam centenas e centenas de Egos famintos, que acabam sempre por espelharem um pouco daquilo que eu sou! Falemos de coisas mais sérias, fui ver pela primeira vez um filme em 3D. Ouvi várias, e distintas, opiniões sobre este tema, mas tenho que dizer que fiquei maravilhado. Gostei mesmo daquela porra, os putos que salpicavam a sala, longe de estar lotada, não tinham um terço da minha emoção. Eu debruçava-me em cada pormenor e completamente boquiaberto com o que o meu semelhante consegue fazer. É arrepiante, neste caso, qu

De volta, mas ainda bloqueado !

Aqui estou eu para mais uma temporada e esta promete ser a melhor de todas! Porquê? Não faço a mínima ideia mas sou um homem diferente agora e pronto para seguir o meu caminho, que diga-se vai ser de extremo sucesso pessoal … é o que sinto! As minhas férias foram boas, obrigado por se preocuparem, e melhor ainda está a ser o regresso a um País que me viu crescer. Tenho imensas histórias para contar mas nem tudo são boas noticias. Posso dizer já de rajada as más para ser menos doloroso : O meu cão não sentiu a minha falta na minha ausência e pior que isso nem sequer me conheceu! Não é triste saber que damos tudo, para que finalmente sejamos queridos por alguém, e depois nem um cão conseguimos enganar? Não quero aprofundar esta história só acho importante reverem o significado da palavra “esperança” no dicionário, porque tenho para mim a ligeira impressão que andam a enganar a malta. Espero que com vocês esteja tudo bem, na medida das austeridades a que foram sujeitos (Adorei a

Muay Thai

É já amanhã que aqui o menino vai de férias, e volto dia 18 de Setembro … e antes que mandem boquinhas deixo previamente aqui umas fotos do meu primo que é lutador de Muay Thai. Ele já me disse que se eu precisar de ajuda em algum debate, mesmo que não tenha razão, para o chamar que ele anda a precisar de treinar bem até ao mês de Outubro ! Fiquei contente de encontrar este miúdo no Facebook, visto que há uns 4 anos que não sabia nada dele. Já imaginava que estaria tipo um touro, mas ainda bem que canalizou as forças que sempre teve. Tive receio nas primeiras conversas que tivemos, mas fiquei mais descansado quando descobri que ele não se lembrava bem da nossa infância, principalmente das alturas em que eu lhe malhava! Não posso me ir embora sem uma última indignação: Comprei uma caixa de fósforos, Espanhola é bem que fique claro, que dizia que tinha aproximadamente 120 fósforos - Como quem não tem nada que fazer, vai apanhar moscas para vender, eu, neste caso, contei o

O Vasco andava a gamar ?

Bom dia, Normalmente nunca desejo seja o que for a quem se preocupa em vir ler, para passar o tempo é certo, o que aqui se diz. Não há muito sumo, nunca houve e certamente nunca irá haver, mas sempre existe alguma aprendizagem… nem que seja conhecer os limites da estupidez. Bem, mas cumprimentos feitos e seguindo a coerência, venho-vos dar uma grande novidade: A partir do mês que vem vou-me dedicar aos estudos. Vou deixar as coisas concretas para entrar no mundo da descoberta. Já chega de estar mecanizado com a minha pessoa. Saltei este degrau e a partir de agora vou ser um homem de análise, investigação, observação… no fundo dedicar-me a um crescimento que pode ser brutal. Até me assusto só de falar nisto. Podia ser mais concreto e preciso para que vocês percebessem realmente do que estou a falar, mas como vou abranger uma panóplia de assuntos, temo que não possa ser mais especifico do que, na verdade, estou a ser. No fundo, vou ser a fonte para a descoberta da maioria dos

O meu sonho é ser contra... contra qualquer coisa, eu quero é ser contra!

Se és contra até mesmo daqueles que estão contra, junta-te a nós e vêm indignar-te contra tudo e contra todos! Vamos embora, mais uma indignação de louvar… vamos boicotar um dos homens mais rico de Portugal, por mérito é certo mas isso não interessa nada, e que por acaso até dá emprego a milhares de Portugueses! Como não temos mais nada para fazer nem nos preocupar, vamos aderir a esta magnifica ideia!

O melhor mesmo é a sombra !

                                                            (imagem do blogue : http://henricartoon.blogs.sapo.pt/) Mas o mais engraçado é quando se lembram de levar as crianças para a praia na torreira do sol e depois as obrigam a ficar quietas debaixo do chapéu ! Vendo bem as coisas, com um mar imenso e areia a perder de vista, é normal que se entretenha a ler um jornal, por exemplo!

Quase, quase !

É verdade, estou quase de férias. Dia 30 deste belo mês lá vou eu matar saudades da minha terra. Por isso, esta segunda-feira acordou mais brilhante e a outra que se segue promete ser luzidia. Férias são sempre férias e eu já as mereço. Tenho trabalhado que nem um louco, eu sei que pode parecer estranho, mas é verdade. Vou um dia antes das eleições de Angola e só vou antes porque não posso votar. Se votasse, votaria naqueles que quisessem o meu voto. Mas como não posso, nem esses podem contar comigo. Falando de coisas importantes, começou, finalmente, o campeonato Português de futebol. Já que o Angolano já vai adiantado. Algumas pessoas perguntam-me como é o futebol do “Gira Bola” … se eu pudesse explicar em palavras, prometo que o faria. Mas não dá. Eu pelo menos não consigo. Eu sou do Sporting, acho que já o fiz notar por este espaço, e só o sou porque não existe uma alternativa. Pelo menos para pessoas que cedo se apercebem que só sendo deste clube se consegue visualizar fora

Rosca de vida!

A minha relação com o pequeno migalhas, para os desatentos, um cão pelo qual eu sou responsável, está a correr às mil maravilhas. Já não late de noite e aprendeu que duas ou três sapatadas não são difíceis de sair de uma mente mirrada como a minha. Estamos no principio da caminhada, confesso, até porque ainda não sabemos qual de nós deve comer na tijela e ele tem uma mania esquisita de mostrar que tem fome. Mas as coisas estão a progredir aos poucos, já mete muitas vezes o rabo entre as pernas, sinal de medo dizem alguns, eu prefiro chamar-lhe respeito. Alguém tem que mandar, as oportunidades são raras e quando aparecem nem as unhas e os dentes são suficientes para as agarrar. Tenho saudades do Alentejo, apetece-me por este sentimento pelo meio. Saudades terríveis daquela terra que me viu crescer e que tive o prazer de aprender, à custa de muitos insultos, que um Chaparro, Sobreiro, Oliveira ou até uma Alfarrobeira não são simplesmente uma "cena" que sai da terra:

Parece simples

A TVI anda a ficar maluca - Mais uma grande reportagem sobre jovens empreendedores. Magnifica a abordagem positiva com que partiram na busca de coisas boas. Nem tudo está mau, nem tudo é escuro e existem imensos casos de sucesso nesta ENORME crise que atravessamos. Parabéns pela energia demonstrada neste trabalho e parabéns aos jovens que com pouco conseguiram fazer renascer um sonho. A necessidade aguça o engenho e que engenho teve um senhor que conseguiu inventar uma roupa única que afasta os incestos. Está a ter enorme sucesso na Índia, pois claro, que eles caem que nem tordos por causa da malária. É preciso lembrar que em Angola, onde provavelmente um familiar vosso estará a trabalhar, esta doença é também uma das principais causas de morte. Mas de fatalidades está o nosso mundo farto e o que interessa realçar é que, parece, que aquilo funciona mesmo. Esperem só um bocado, recebi uma notificação no Facebook … … … Ahh, ok… foi um compincha que se lembrou de por uma frase lin

Sono !

A vida aqui começa cedíssimo, tão cedo que não existe gente acordada a essa hora. Têm os olhos abertos, conduzem e chegam a respirar de boca fechada mas ainda estão a dormir. Houve um rapaz que até abriu a boca para falar, isto às 6 da manhã… pensei que estivesse a sonhar, mas como falou de trabalho, duvidei à partida que eu permitisse tal levidade. Para mim, e imagino para qualquer individuo que seja humano, porque existem outros que não o são, o diálogo só começaria quando o cérebro o fizesse por gosto. Poderia demorar uma eternidade, tudo dependeria da companhia. À partida não me faria qualquer tipo de pergunta, a boa companhia, e muito menos, como entrada, se atreveria a perguntar se estava “tudo bem”. Contaria uma história, agradável claro, não quero saber o que viu ontem na televisão. Com uma precisão nos detalhes que não me faria entrar num sono ainda mais profundo, e com uma mudança no tom de voz a cada aventura que se apresentava. Tudo seria simples até o primeiro verdadeir

É preciso é atitude!

Grandes apreensões de AX na zona do Algarve, já se fala das maiores de sempre e à porta estão os grandes festivais de verão. Não sei se é propositado ou não, mas os cartazes na sua maioria são fracos e fica difícil a malta curtir sem nenhuma ajuda. Bom, mas nem tudo são más noticias, parece que para o ano já vai haver, para a função pública, subsídios de Natal e de férias. Mas a melhor de todas as notícias, e que nos enche de orgulho, é a medalha de prata ganha pelos dois canoístas Portugueses. Não são profissionais, mas foram nitidamente para competir e para estar entre os primeiros. O jornal a Bola, teve uma atitude que me deixa boquiaberto. A capa é dedicada a estes dois senhores. Tenho que admitir que fui injusto para com os nossos Olímpicos, fiquei completamente esclarecido quando ontem, um deles, indignado explicava o difícil que é chegar até aos jogos Olímpicos num País como o nosso. O homem era Padeiro de profissão, tinha 3 filhos e acho que não entrou por uma unha negra no

De Marte até ao desemprego!

É verdade, está confirmado, o robô Curiosity aterrou mesmo em Marte. Um grande passo, segundo a Nasa, para se poder investigar a existência de vida neste planeta. Eu imagino, com a carência dos tempos modernos, a necessidade de se encontrar outras vidas, mas a dica, parece-me a mim, que não é preciso ir tão longe para se encontrar uma "nova vida". Queria deixar de lado este início de texto algo decadente para deixar os meus sinceros parabéns ao Michael Phelps que sozinho já ganhou mais medalhas do que a participação de Portugal em 100 anos de Olimpíadas. Mas o que mais me enche de orgulho é que de repente vejo a sua ascensão pública ser aproveitada para um anúncio de um champô anti-caspa. E parece que a culpa de tanto sucesso é mesmo deste milagroso produto que lhe dá uma confiança sobrenatural para enfrentar a competição. Aos carecas, que naturalmente não usarão champôs anti-caspa, resta-lhes buscar confiança noutro produto qualquer, dou a sugestão a boas lixivias que and

OOO

“Sozinhos vamos mais rápidos, mas juntos conseguimos sempre ir mais longe.” É o que dizem, mas parece-me que nas Olimpíadas as coisas não estão a correr bem, mais uma vez. Eu percebo que seja difícil ganhar medalhas, por variadíssimas razões – porque são muitos a competir, porque o investimento de Países como o EUA e a China é infinitamente superior, etc etc… Mas daí a recordes nacionais e até pessoais não serem ultrapassados só nos mostra que andamos a brincar. Se passados 4 anos a treinar  não conseguem melhorar os seus recordes pessoais, dá-me a entender que não foram lá fazer nada. Mas isto sou eu que de Educação Física percebo pouco e ainda muito menos de atletas de alta competição. Prevejo um final feliz quando os nossos Heróis chegarem ao Aeroporto da Portela: - Então caro atleta NACIONAL de alta competição, diga-me como correu a sua prestação? – Pergunta o Jornalista.  - Estou de consciência tranquila, dei o meu máximo mas infelizmente não foi possível ir mais long

Migalhas

Nem tudo são rosas mas finalmente posso levantar os braços e agradecer. Em primeiro lugar pelo salto qualitativo que a minha personalidade teima, constantemente, em dar. Em segundo, e por último, porque finalmente vou mandar em alguém. Não, não tem a ver com trabalho é mesmo a nível pessoal. Também não, também não é a nível parentesco, continuo a estar no fundo da cadeia alimentar. Esperem aí, parece que há ali uma senhora que adivinhou… diga, diga! - Finalmente vais vestir as calças lá em casa, seu maricas! Não, afinal não adivinhou… Adotei um cão. É verdade, precisava disto. Precisava de dar uns valentes berros e umas bordoadas a alguém. Escolhi um cão de raça pequena, pois claro, não convém dar um passo maior que a perna. Chama-se Migalhas e tem tudo para ser feliz, só depende dele. De resto a minha vida continua como antes. Sei que um dia chego lá, ao cume da montanha, só me resta habituar ao pouco oxigénio que me espera. Há, já me ia esquecendo de vos perguntar. O cão

"Mas que nada"

Embora hoje esteja nevoeiro o sol brilha, não por ser sexta-feira, não porque o amor que eu tenho a dar para o mundo tenha aumentado e imagino eu que ele não se guie pela cotação da bolsa, mas porque acordei assim. Parece uma justificação parva prevendo mais um texto que a desistência à segunda linha seja de 99%, mas é a que tenho e como tantas outras coisas achei importante partilhar. Agora ando virado para o Jazz, não porque ache que fique bem ou que pareça inteligente da minha parte dizer isto, mas porque alguém, de seu nome Nuno, me fez questão de mostrar que para além da canção do Cacilheiro, ou das composições magnificas do Andre Sardet que com as notas Sol e Dó faz maravilhas na sua viola e não esquecendo também as suas letras que têm muito, daquilo a que eu chamo “persistência literária”, existem outras pessoas que estudaram, efetivamente, musica e por isso sabem que, para além do Sol e do Dó mágnifico do Sardet, numa partitura existe um mundo de sons que nos podem surpreend

Tá tudo LEGAL !

Mais uma vez fui ao médico, mais uma vez fiz exames e mais uma vez está tudo “legal” ! Mesmo assim, vejo o médico a pegar na folha de receita médica e pergunto eu:  - O que me está a receitar Drº?  - Como está tudo bem nos exames vou ter que o medicar às cegas ! – Responde com categoria!  Acho que não preciso de desenvolver o assunto. Há quem diga que a bebida cura tudo, mas estou farto de mergulhar nesse “barril” . Também não fiquem preocupados porque não tenho nada… mais uma vez sou apanhado numa curva que não foi feita para mim e é demasiado longa para quem não tem a noção de qual a inclinação certa para a fazer na perfeição – Resumindo sou um mariquinhas. De resto está tudo na mesma, como costuma dizer o nosso bom povo. E estar na mesma nem sempre é mau e só nos apercebemos disso, quando as coisas pioram. Já vejo umas belas fotos da malta a molhar os pés no mar da praia com largos sorrisos. Se eu tirasse fotos neste momento que vos escrevo viriam uma nuvem de fumo, do

Parabéns meu Pai !

Poderia ter sido outro sábado qualquer, mas o meu Avô e a minha Avó escolheram este. E escolheram muito bem porque se tivessem escolhido outro, provavelmente não estariam a ler estas linhas que vos escrevo! Isto tudo para dizer que o meu Pai faz anos. João Caraça de nome e reformado de profissão. Tem sorte em viver nesta geração porque nas próximas imagino que só um tipo como o Manoel de Oliveria conseguirá receber alguma coisa. Por um lado acho bem, porque para mim qualquer pessoa com 80 ou até 90 anos, se pode ir ao café mandar um copo de tinto abaixo, também pode muito bem trabalhar e deixar-se de pieguices. Bem, mas Pai deixa-me dizer-te que não posso estar aí para te dar um grande abraço e também sei que não és amigo do álcool, ao contrário dos teus 3 filhos, que estão sempre virados para testar as leis da física (a quem teremos saído?), mas quando estivermos juntos vamos brindar esta linda data que é o teu aniversário. Uma beijoka grande e diz à Mãe para caprichar nos peti

O caminho ...

Estou numa nova equipa de trabalho. Normalmente nunca falo de trabalho neste espaço, mas só queria dizer uma coisa: O saldo é positivo e achei importante partilhar isto. E nada como o pensamento positivo. Não estou a querer dizer com isto que mesmo que me caia uma pedra na cabeça eu encontre alguma prespectiva positiva neste cenário, do tipo – Podia ter sido pior se fossem duas pedras. Mas é importante, primeiramente aos poucos, alimentar a alma com coisas positivas. E o que são coisas positivas ? Em primeiro lugar, e certamente uma coisa bastante positiva, devemos deixar de ver telejornais. Haverá quem diga que ficamos menos cultos, mas se a cultura passar por massacres constantes sobre a miséria humana, acredito que ficaremos bem sem este conceito. Depois passa por tudo o que lemos, os filmes que vemos, a musica que ouvimos, as conversas que temos, os lamentos que semeamos. E a porcaria do rancor também não ajuda – Alguém que em determinado momento deveria estar lá quando prec

3 horas !

Dormi 3 horas e hoje é segunda-feira. Mas valeu a pena porque conheci pessoas muito animadas e divertidas este fim-de-semana, e é sempre agradável quando isto acontece. Tudo bem que o meu feitio tipo bicho também não ajuda à aproximação, mas quando abro umas frechas nesta barreira acabo sempre por levar com lufadas de ar fresco bem agradáveis. Fomos passear até Benguela. Ainda são alguns quilómetros desde Luanda, o sitio onde vivo, mas valeu a pena pela companhia. O Pedro foi um dos viajantes, um rapaz com cinquenta e poucos anos e que redescobriu a infância. Fomos visitar o sitio onde ele passou largos anos, isto há 40 anos atrás. Tudo estava diferente mas a paisagem mantinha-se. O caminho era excepcional – estrada de terra batida e bem acessível, ladeada de ar puro e salpicos de vida por todo o lado. O guia fazia uma magnífica descrição das memórias do passado e tudo ganhou forma. Parecia que de repente, também pertencíamos aquele lugar. Almoçamos pelo caminho, em Porto Amboim,

Os meus sentimentos !

Agarra o momento e caga na merda dos planos! É o que me apraze dizer de momento. Um trágico acidente levou-nos, ontem, uma colega aqui em Angola. Tinha ido passar férias com o marido e o filho a Portugal e faleceu num acidente de mota. Muita coisa nos passa pela cabeça - Os queixumes estupido diários que cada um de nós tem; A vida que é um sopro; Os planos que devemos sempre os fazer, mas ter em conta que o planeamento presente é sempre o mais valioso! Claro que o nosso amigo Rui e o seu filho terão que continuar em frente, mas que penosa e injusta tarefa têm que enfrentar. Nestes momentos apetece-me rasgar, explodir, amachucar o meu medíocre, triste e vergonhoso Ego que tem diarreias cerebrais por não saber que caminho escolher. Quando esse caminho está bem debaixo do nariz. A dizer-me “ rapaz estás a percorrê-lo” Os meus sentimentos e que descanses em paz.

Parabéns maninho !

O Tom Cruise tem 50 anos meus senhores ! Agora digam que nunca mais chega sexta-feira! Bom, mas o que importa é que o meu maninho mais velho faz hoje anos - Muitos parabéns COTA, estás a ficar como o Tom Cruise… embora muito mais elegante e charmoso. Nesse aspeto dás 15 a 0 aquele minorca! Muita coisa há para dizer deste rapaz que foi sempre, para além de um irmão, um amigo. Mas não nos vamos alongar porque poderia sair deste texto um livro. E para livros já nos chega a imensidão de escritores que todos os dias saem das cavernas porque alguém lhes disse que deveriam lançar um livro. A pergunta impõem-se - Será bom ler um livro, seja ele qual for ? A mim parece-me que não… para lerem a maioria dos livros que hoje em dia jorram das editoras, mais vale continuarmos a beber cerveja e a comer o belo do tremoço na tasca da esquina. Ora vejamos, a Maya, famosa taróloga, já foi eleita pela SIC como a escritora do mês – Dispensa-se comentários. Ontem anunciavam para livro do mês uma “l

Riscos e rabiscos

A tua vida começou por uns rabiscos, Nem riscos, nem traços nem linhas. A tua vida começou mesmo por rabiscos, As voltas que eles deram por querem ser mais, Do que rabiscos. Mas tudo era um risco: saltar de um rabisco para o risco. Riscaste com a tua assinatura um compromisso, Foi um risco que ao tremer saiu rabisco, Do risco para o rabisco foste saltando, Sem te aperceberes que com riscos e rabiscos, Se formou o inicio de um sonho, Um sonho desenhado sempre com o risco de sair rabisco, Mas a vida só se faz assim: o risco que um dia sai traço Risco, rabisco e depois o traço… Um traço quebrado são dois traços… Os riscos dos outros sempre rabiscaram o teu espaço, Até que num dia sem aparente risco,  Riscaste da tua vida o emaranhado de rabiscos… Agora? Definitivamente, definiste o teu traço!

A origem !

Há dois temas interessantíssimos que têm estado, nestes últimos dias, em roda viva na comunicação social, sendo eles: 1º - A licenciatura de Miguel Relvas; 2º - A descoberta da partícula de Deus; Em relação ao primeiro, nada de novo, todos sabemos a origem desta grande crise que estamos a passar – Corrupção e mais corrupção e é por isso que a maioria dos Países Nórdicos se pode por de bicos de pés e dar uma lição de como todos podem ter dinheiro sem, e desculpem-me a expressão, FODER o próximo. O 2º tema é uma espécie de descoberta que só os Físicos têm ideia da sua importância. Vários deles tentaram explicar, mas todos disseram que foi dado um pequeno mas enorme passo, imaginem bem, para a descoberta da origem deste gigantesco universo que nos envolve. Imagino eu que 99% da população mundial anceia por esta descoberta tão relevante que pode deitar por terra a existência do divino. Vão descobrindo as partículas que deram origem ao grande “Big bang”, mas parece-me que se esque

Tesourinho deprimente !

Aqui fica um tesourinho de há dois anos atrás onde vários Portugueses tinham uma opinião muito critica e avassaladora sobre a crise... afinal não é só no Futebol que mostramos a nossa paixão !

Marcha das galdérias!

“A marcha das galdérias” foi a mais recente manifestação na capital Portuguesa. Esta gente sente-se marginalizada pela maneira como se veste. Foram para rua protestar e não querem que lhe apontem o dedo caso se lembrem de virem para a rua, somente, com uma peúga na cabeça. Pessoalmente, acho que sim, acho que fazem muito bem em lutar por este direito tão básico e que realemente merece, a todos, a mais profunda reflexão. Imagino que o António Jacinto, de 64 anos, esteja mortinho para coscuvilhar com a malta da taberna, o facto de ter visto passar à sua porta uma menina com pircings no sobrolho, botas da tropa e calções rasgados nas lindas nádegas rosadinhas que apresentava a bela menina. Mas não, caro António Jacinto, não descrimine a menina que pode muito bem um dia vir a ser a sua neta. Não é fácil terem inventado o provérbio “telhados de vidro”. A conclusão poderia ser fácil para este belo tema que me lembrei de vos trazer na primeira segunda-feira, do mês de Julho, deste

Fazemos 3 anos !

Já pus esta placa na porta de entrada da minha casa, mas parece-me que esta espécie não tem respeito pelas pessoas… hoje vi uma, precisamente, no meu hall de entrada, já morta. De patas para o ar, lá estava ela como quem diz “não me apanharam, eu é que tive o azar de cair de costas” Isto para explicar que nem sempre as quedas nos fortalecem e que não temos que estar constantemente a levar porrada para sermos mais maduros, experientes… o que queiram chamar! As tais pedras no caminho que muita gente diz que recolhe para construir castelos, a mim, cheira-me a treta. Também tenho que confessar que ultimamente os sorrisos rasgados matinais me têm feito um bocado confusão. A alegria quando ainda tenho a ramela no olho parece-me, sempre, prematura. Acho que isto explica um bocado porque é que ultimamente ninguém me tem convidado para tomar café. Aturar carrancudos não é fácil. Mas hoje é sexta-feira e é suposto nestes dias a animação estar contagiada por um humor de farra e copofonia.