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O Lord dos filmes


Existem pessoas que nunca viram o senhor dos anéis. É verdade, eu sei que elas andam por aí como se nada tivesse acontecido. Mas o mais impressionante ainda, é que há pessoas que viram e não gostaram. O Castelo Branco já me tinha alertado, várias vezes, para o facto de existirem pessoas capazes de tudo, mas mesmo assim é-me difícil de acreditar. Como é possível ver uma verdadeira obra-prima e não se gostar dela?

Hoje tropecei noutra opinião destas – De quem viu e não achou nada de especial!

Não o escondem, dão a sua opinião, deliberadamente, como se a nível cinematográfico, para esta trilogia, houvesse liberdade de expressão!
Nestas alturas não há debate possível. Nem sequer quero ouvir qualquer argumento. Como se me quisessem explicar que o mundo foi feito ao acaso. Mas temos que seguir caminho e resistir à tentação de fazer rolar cabeças.

A noite antes da estreia, do primeiro filme, marcou-me como o primeiro beijo não o conseguiu fazer. Mal consegui dormir, a cama parecia ter picos e o relógio, de tão devagar que andava, dava a ideia de não ter pilhas. Sabia a história na ponta da língua e meu cérebro enganava-me dizendo que eu tinha de estar preparado para o pior. Era mentira, eu nunca iria estar preparado para o pior. Eu nunca iria perdoar se estragassem o que poderia ser sublime. E foi de facto, foi arrebatador, gigantesco, esmagador o que fizeram com a triologia da minha vida. Não tenho outra e nenhuma irá ultrapassar esta. Por muitos anos que passem eu irei sempre estar ao lado do Frodo como se, eu próprio, carregasse o anel. Ele tinha que ser destruído, eu já sabia que ele iria sê-lo, mas mesmo assim cada passo na caminhada era, para mim, como se uma virgem se aproximasse de um acampamento de tropas. Tudo poderia ser trágico, o Frodo percorria um labirinto carregado de perigos e eu não podia avisá-lo – Cuidado com o Gollum, esse gajo é um Paços Coelho disfarçado… olha a aranha mesmo por cima de ti!

Foram horas angústia em cada filme, em cada livro… até que, por fim, o anel é destruído.

Agora, em Dezembro, vai sair o Hobbit, estou, novamente, preparado para o pior!

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Mulheres

Os homens não se medem aos palmos, já as mulheres ninguém tem ideia de como é que se podem medir. Todos sabemos as enormes habilidades que têm para encontrar uma boa discussão num pacote que ficou meio aberto, ou uma gaveta que ficou mal fechada. Temos essa noção e lutamos constantemente por uma perfeição completamente utópica. Pela história da humanidade comprova-se que muitos desistiram a meio. Mas só para ganhar fôlego, voltaram sempre a tentar, são poucos aqueles que não meteram, de novo, a cabeça no cepo. Continuaremos sempre a insistir e há heróis que conseguem uma vida inteirinha partilhada com o furacão feminino. São raros os casos em que assumem uma vida sem justificações - fazer exactamente aquilo que lhes apetece, chamada uma vida livre, uma vida de sonho. A pergunta parece ser simples “porquê?” Será que existe uma resposta coerente? Uma das justificações pode ser o facto de o ser humano ter um instinto masoquista. Mas penso que o caminho não será por aí. Todos sabem...

A senhora que corria!

Corria a Senhora, e diga-se, com uma pressa como nunca a vi, quando uma das botas lhe salta. Voltará atrás? Será a pressa tão importante para mesmo assim continuar sem se preocupar com mais nada? … a senhora voltou mesmo atrás! Sentou-se no banco do jardim mais próximo e, com uma calma inesperada, descalça a outra bota e de dentro da mala puxa de um caixa que continha uvas podres! Indignada joga tudo para o lixo e volta a correr desalmadamente … Não viu que atravessara uma estrada muito movimentada. Foi tolhida por um camião! Pobre coitada. Todos lhe juravam um futuro risonho!