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A mostrar mensagens de 2017

A MELHOR MENSAGEM DO ANO PARA QUEM ACREDITA QUE É CAPAZ

Por isso o Ano de 2018 vai ser em grande para a maioria de vocês. Porque à excepção da minha mulher e da minha filha, não irão privar com este que vos escreve O tempo passa a correr e a prova disso é que estamos à porta do Ano 2018. Parece que foi há minutos que estávamos todos a celebrar o mítico Ano 2000. Entretanto ficam 18 anos decorridos e decerto, e principalmente para quem não se fechou numa gruta, muitas experiências e acontecimentos se passaram. Como sempre achamos, e bem, que a passagem para outro ano é uma boa altura para por em perspectiva os nossos desejos para o próximo ano e as coisas que queremos mudar. O ano de 2017 foi, para mim, dos anos mais marcantes da minha curta vida. Digo “curta vida” com a esperança que ela se prolongue para lá do Ano 2065, se não for pedir muito. Foi o ano em que, para além das tumultuosas e diversas mudanças que fui encaminhado (para não utilizar a palavra obrigado) a fazer, nasceu a minha Filha. Logo aí marca para sempre este ano de 20

Por tudo isto, e ainda mais, tenham um Santo e Feliz Natal

Miguel baixa lá o braço que tu não contas. Este rapaz tem uma vida social invejável, para aqueles que acham que conviver à ganância e com diversas pessoas é sinonimo de ser “buéda cool” N o outro dia tive vergonha de mim próprio. Não sei se já vos aconteceu, mas comigo acontece com alguma frequência. Por isso este texto é uma reflexão profunda sobre pessoas. Não incluo aqui os Radicais, aqueles que Nunca se fartam de pessoas ou, os outros, que estão Sempre fartos de pessoas. Falo de indivíduos normais e que de tempos a tempos, ou com alguma frequência, se fartam do seu semelhante. Quem de nós nunca se fechou em casa só para não ter que vestir uma máscara, de uma pessoa decente, e que consegue falar e conviver com seres humanos, que levante o braço? Miguel baixa lá o braço que tu não contas. Este rapaz tem uma vida social invejável, para aqueles que acham que conviver à ganância e com diversas pessoas é sinonimo de ser “buéda cool”: “Olha eu aqui com a turma do 9º ano!” ou ainda

O MUNDO NÃO ME ALEIJA

Há na realidade gente com pouca sorte e que se distingue por completo desta classe. São algumas excepções e que tiveram, de facto, o azar a bater-lhe à porta. A nossa vénia e apoio a esses Heróis.  “É preciso ter senso de humor e não ver como génio aquele que, hoje em dia, facilmente é Doutor.” É uma frase que não é minha, como facilmente se percebe (não só pelo simples facto de ter aspas). Uma frase assim faz sonhar o mais frustrado. Como se ele merecesse sonhar. Um frustrado não tem remédio que o cure. Será sempre o que quis ser – nada. O frustrado alimenta-se do oposto e alia-se ao seu semelhante, ou seja, de outros frustrados. Coitadinhos são como ele. Mas os mais apreciados, por esta espécie, são os que estão ainda pior que estes desgraçados. A desgraça faz com que esta comunidade se una e chorem as injustiças que a vida lhes tem pregado. São os “coitadinhos”. O resto do mundo não imagina como sofrem. Os outros não fazem ideia do que é o verdadeiro sofrimento, do que é ter

SÓ QUEM NÃO ESTÁ LÁ DENTRO É QUE SABE

Só quem está cá fora é que sabe o que é não estar lá dentro. Isto é já para começar. Porque há para aí muitos pascácios que se esquecem de que não estar ou vivenciar uma determinada experiencia, também é, por si só, uma experiencia. Parece confuso ou intrincado este raciocínio mas tenho de aproveitar as raras vezes que me é proporcionado uma agitação mental. Ainda me lembro de um vizinho meu, que se não tivesse morrido a tempo ainda hoje estaria a embalar caixas na fábrica onde trabalhou durante quarenta anos. Ele também era daqueles que dizia que “só quem está lá dentro é que sabe”. Claro que eu lhe mostrava que o contrário também era doloroso. Estar de fora nunca é fácil.

PURO

Espero que se encontrem de saúde porque, como sempre nos ensinaram, é o mais importante. Dizem que tudo o resto vem por acréscimo. Menos estes textos que habitualmente vos escrevo. Eles simplesmente não aparecem - independentemente se eu tenha muita ou pouca saúde. São fruto de muito estudo, minucia, observação e principalmente de veracidade. Aqui não se brinca caros leitores. Aqui trabalha-se a sério, com perseverança e com a missão de vos dar sempre o melhor. Não são raras as vezes em que leio e volto a reler. Emendo aqui, mudo uma ideia ali e invariavelmente apago parágrafos inteiros. As minhas entranhas são despojadas com muito sacrifício. Nada vem por acréscimo. Para quê ou com que finalidade? Nenhuma. Decapito qualquer objectivo à partida. As metas são para quem acredita que tudo, ou uma parte, termina nela, na meta. Li e reli o que acabei de escrever e nada me faz sentido. Mas não mudei nada. O que leram mantém-se virgem e inalterado. Puro e por isso uma merda

GORDOS EM GERAL E FILHOS EM PARTICULAR

Por isso hoje o tema é dos mais sensíveis e importantes que foram aqui discutidos. Falo, claro está, dos Pais de crianças gordas. P essoas que se vêem aflitas para pagar as suas contas ao final do mês rejubilam com os ganhos do seu clube com vendas astronómicas de milhões. “ O meu clube vende mais que o teu!” - Acho isto de uma magnitude invejável. Quem não fica maluco com uma venda de um jogador acima dos 30 milhões? Eu pelo menos fico passado da cabeça. Ontem, por exemplo, foi um desses dias: O frigorífico avariou-se e não fosse o facto de o meu clube ter vendido bem, não sei onde é que iria arranjar o dinheiro. Isto é só um "à parte" porque, como o leitor bem sabe, os meus textos abordam assuntos essenciais e nunca se perdem com superficialidades. Por isso hoje o tema é dos mais sensíveis e importantes que foram aqui discutidos. Falo, claro está, dos Pais de crianças gordas . Não dos Pais que são gordos, que isso pouco me importa, mas sim das suas belas e gordas

ATENÇÃO

Essa besta já me conhece. Conhece-me tão bem que eu por vezes pergunto-lhe quem é que eu sou. E u sou cheio de defeitos e é por isso que me irrita a resposta “chavão” que as pessoas dão quando são questionadas sobre os seus defeitos: Sou teimoso. Ser teimoso é um defeito parvo e que nos compromete pouco. Parece que temos medo de dizer os imensos buracos que existem na nossa personalidade. Eu convivo todos os dias com inúmeros defeitos meus. Se a “máquina” funcionasse na perfeição seriamos Deuses e vivíamos na plenitude e isso não acontece. Não acontece por isso mesmo, porque somos carregados de imperfeições. Eu encarno muitas personalidades inacabadas, fracas, incorrectas, rudimentares, coxas, omissas, frustradas… Tenho dias que não me conheço e esses dias são raros. São os dias melhores da minha vida, devo confessar, porque parece que nada me mete medo. Estranho e suspeito esse sentimento: então onde é que anda a anómala besta? Essa besta já me conhece. Conhece-me tão bem q

AMAR EM PARTILHA. AMAR EM MATILHA

De todos os testemunhos o mais emocionante foi o do Vasco com onze anos de idade que quando soube da bonita declaração da mãe, reagiu em lágrimas e em plenos pulmões   A Natalie, minha companheira desta vida, no outro dia mostrava-se preocupada e com uma dúvida pertinente: Tenho receio que o nosso amor não esteja de acordo com os padrões modernos. A partilha de amor numa rede social poderá ser importante ao ponto de por em causa, caso não o façamos? Uma dúvida que não devemos ignorar e muito menos condenar quem o faz. Partindo do princípio básico - quem somos nós para julgar o amor alheio? A minha opinião pessoal, não a outra, é de que todo o amor é de difícil expressão. E só por isso não estou de acordo com qualquer partilha. Como dizia o Grande Pessoa “ (…) Quem fala parece que mente; Quem cala parece esquecer(…)”. Neste sentido prefiro não arriscar uma partilha de um amor tão itenso. As frases de amor ao próximo são de difícil escrita e ainda de mais complexa compreensão. Por

A MINHA VÉNIA

Raramente partilho o que quer que seja do que outras pessoas façam porque acho, aliás juro, que há poucas coisas melhores do que aquelas que eu próprio fabrico aqui. A minha criatividade é imensa, não há que o negar e vocês sabem disso, mas muito esporadicamente aparecem outros seres com a sua genialidade e criatividade a merecerem um lugar no cume desta montanha. A montanha é minha, eu sei que sim, tem a altura de um monte criado por um formigueiro mas para subir ao cume é preciso muito. Não se fica sem nariz é certo mas é preciso algo mais do que força de vontade.

MOMENTOS POÉTICOS - RUI BARREIROS

Rui Barreiros é um poeta com um livro publicado e com o segundo prometido para o próximo ano. Filho do pintor e músico José Raimundo. Uma pessoa simples e humilde, tão humilde que acedeu ao convite de nos presentear com alguns dos seus poemas e ainda por cima num espaço conspurcado como este. Tentaremos que ele aceda à difícil missão de, periodicamente, nos dar a esse luxo. Um muito obrigado Rui Barreiros. Poema dedicado ao escritor Charles Bucowski CHARLES O Charles suspirava de alívio A cerveja misturava-se Com o Whisky aguado À nascença martelado Açoitado em brigas de bar Em mulheres de oferta Em empregos de merda Respirava a escrita A erudita camuflada Pelas cuecas de um mês Pelos cigarros cravados Entalados nas portas de carros Nos portões do álcool O Charles ressacava  Amealhava apreensões Multas de embriaguez Era freguês da solidão Sem alimentação cuidada Renegava os porquês Da sociedade estagnada Da clássica sinfonia Da música de cabece

PARA QUE SERVE?

E isto passa a ser normal e assustadoramente simples para a cabeça de muita gente. Eu sempre disse que detesto servir. Quando se pergunta para que serve a música, para que serve o tetro, a literatura, etc… acho que à partida a pergunta por si só é parva e não faz sentido. Para que serve o pôr-do-sol? Não estamos a falar de uma máquina de café, que serve para tirar cafés. Aqui não há dúvidas. Ou para que serve uma máquina de lavar loiça, que não serve, por mais surpreendente que possa parecer, para lavar roupa. Há coisas que não servem para servir. Eu próprio não sirvo para servir ninguém mas como nunca tive um espirito empreendedor fui obrigado a isso. E de há uns anos para cá sou um servidor. Sirvo por necessidade, mas esta questão não encerra sobre si que todas as pessoas têm que servir para alguma coisa. Há pessoas que não servem para nada e são essas que mais se servem das pessoas. O “servir” é uma palavra que me incomoda como se nota neste pequeno, mas esclarecedor,

SÓ ENFRENTA QUEM AGUENTA! (ou não)

Voltei a por os pés em ramo verde. Foi uma escolha minha não há nada que me possa queixar. A puta da sorte dá um trabalho do caralho -desculpem começar um texto com esta delicadeza mas há palavras que não conseguem exprimir tão bem aquilo que se quer dizer como estas belíssimas duas. Fora este aparte estou de novo, tal e qual como uma fenix, a levar pancada de todos os lados. Não conheço nada, não conheço ninguém, não sei daqui a uma hora o que pode acontecer e a estrutura para ganhar uma rotina (daquelas rotinas que todos se queixam) demora a estabilizar. É verdade, sai de novo de Portugal. Voltei a por os pés em ramo verde. Foi uma escolha minha não há nada que me possa queixar. Mas não me digam, por favor , que mais uma vez tive sorte. Não critico e até invejo de quem gosta e, principalmente, quem consegue manter a sua estrutura. Poderá não haver nada melhor do que isso. Mas por vezes há. E aqui eu tenho uma opinião diferente, somente isso. Não sou melhor, e já agora nem pior

SÓ ESTÁ AO ALCANCE DOS GRANDES GÉNIOS

Nasceu outro Guru do futebol com um profundo entendimento da essência filosófica. A seguir a Abel Xavier que nos encanta com a sua dissertação sobre a palavra “Treinador”, onde com uma simples separação da palavra revela que o Treinador “treina” a “dor”, assim como o canalizador é homem para canalizar qualquer tipo de dor, aparece-nos outro Abel, desta vez o Ferreira e diz-nos que “a melhor forma de prever o futuro é criá-lo!” Era isto que eu andava a tentar-vos dizer há anos mas não arranjava as palavras certas para o dizer. Finalmente!

AS 10 COISAS QUE AS PESSOAS INTELIGENTES NUNCA FAZEM

Quem é que não quer ver se é inteligente ao ponto de não fazer certas coisas que os “ditos” inteligentes também não fazem? O titulo deste texto é dos mais apelativos que tenho visto. Quem é que não quer ver se é inteligente ao ponto de não fazer certas coisas que os “ditos” inteligentes também não fazem? “Ora deixa cá ver se eu afinal sou ou não inteligente!” É preciso ter em atenção alguns factores: 1º) A pessoa que escreveu esses tais 10 itens é inteligente ou fez uma pesquisa dos que as pessoas inteligentes não fazem? Se é efectivamente inteligente presumo que não perderia tempo com uma espécie de revelação que já de si não parece ser muito inteligente. Se realmente não foi bafejado pela inteligência e anda atenta ao que as pessoas inteligentes não fazem, então chegar-nos-á, para sermos inteligentes, não fazermos essas 10 coisas? Parece óbvio que somente isso não chega. Então surge-nos a primeira conclusão: não basta um texto para passarmos para o lado de lá. Para o

NÃO SOU GAY E QUERO ADOTAR

Eu imagino a capacidade destas bestas que passados três ou quatro meses chegam com a criança às respectivas instituições e dizem, como se de um brinquedo estragado se tratasse, que afinal não era bem isto que imaginavam: “choram muito, fazem birras e precisam que lhes façam as coisas todas.” O ntem foi o dia da criança e foi bonito ver a enxurrada de gente a demonstrar carinho e amor pela pequenada. Este dia não é como tantos outros que há por aí. Digo isto sem qualquer desprimor para com os outros dias mas as crianças são, juntamente com os idosos, seres que dependem exclusivamente de nós. Não sei se há o “Dia do Velho” mas se ainda não decretaram esse dia, permitam-me sugeri-lo porque têm todo o direito. Ora, o dia da criança também nos trouxe dados que são, no mínimo, curiosos. Vejamos: o ano passado foram devolvidas quarenta e três crianças que tinham sido adoptadas. Sendo que metade delas tinham menos de dois anos. Quantos de nós já não ouvimos que a burocracia para se adopta

SORTE OU AZAR? AJUDE-NOS A DESCOBRIR

Vamos a um exemplo prático para que o leitor possa de uma forma clara perceber do que se trata. Aqui eu incluo o leitor para que ele possa participar directamente, caso assim o entenda, num estudo que depende única e exclusivamente dele para avançar. De acordo com um estudo, embora não seja científico porque foi efectuado por mim, a sorte está intimamente ligada com dois factores: a preparação e a oportunidade. Como foi um estudo que não teve qualquer comparticipação de patrocínios ou apoio de qualquer entidade estatal, não poderei, infelizmente, adiantar muito mais do que estas duas premissas. Não porque eu esteja a esconder a informação e a não queira partilhar, mas porque necessitaria de mais meios, e principalmente tempo, para aprofundar este estudo. Os indicadores, segundo o estudo, acabam por ser positivos porque a sorte não é lançada ao acaso. Parece que existem bases sólidas para que ele possa surgir com maior frequência nas nossas vidas. Não poderemos, segundo os indic

MOMENTOS POÉTICOS - RUI BARREIROS

Rui Barreiros é um poeta com um livro publicado e com o segundo prometido para o próximo ano. Filho do pintor e músico José Raimundo. Uma pessoa simples e humilde, tão humilde que acedeu ao convite de nos presentear com alguns dos seus poemas e ainda por cima num espaço conspurcado como este. Tentaremos que ele aceda à difícil missão de, periodicamente, nos dar a esse luxo. Um muito obrigado Rui Barreiros. Cria saltar Cria saltar Talvez devagar Numa queda lenta Interminável Sem onde aterrar Repousar o corpo Deixar pairar a alma Cria viajar Talvez sem sentido Sem caminho predefinido Perdido Numa rota indiferente De espirito ausente Posso estar farto De me fartar Do cansaço intermitente Deprimente, incoerente Posso estar exausto De o estar De procurar o celibato O isolamento Cria voltar A sonhar ao de leve Num breve suspirar De ar, de suavidade De transparência De clarividência Retornar a nascer A crescer novo Cria criar O Tornar puro O C

EU SEI EDUCAR

Depois teremos a parte em que os outros fazem exactamente o que lhes apetece quando privam com o teu filho. Aqui era preciso Cristo descer novamente à terra para que tudo fosse pacífico. C om três meses e dez dias desde que fui Pai chegou finalmente a hora de vos dar algumas dicas de como devem educar os vossos filhos. Existem vários aspectos e pontos cruciais que vos vejo falhar redondamente e com esta experiência acumulada não posso deixar de vos ajudar, mesmo que não tenham pedido a minha opinião. O mais importante de tudo é que desde o início não devem dar importância nenhuma, ignorem mesmo, a opinião dos outros. Poderá parecer um contra-senso eu dizer que vos vou dar dicas e, passado duas linhas, alertar que não deverão seguir qualquer instrução dos outros. Mas seguiremos com o nosso raciocínio e por favor sorriam quando aqueles que já são Pais, principalmente estes, se acharem no direito de vos encaminhar para determinado comportamento. Eles são implacáveis e tenderã

SOBERBO SOBRAL

Eu também gostava de dizer à minha filha que tinha ganho o festival da canção… e acho que, mais tarde, o posso dizer. E Sobral espeta-nos mais um caneco para o nosso orgulho nacional. Num País onde não se ganhava nada e de repente começamos a ganhar como se também tivéssemos direito a isso. Os Portugueses não fazem bem ideia de como se celebra uma vitória: O que é que se tem que fazer? Levantar os braços e festejar? Não sabemos ao certo e sem jeito nenhum para celebrações e primeiros lugares vencemos bem mais do que um simples festival da canção. Sobral mostra ao mundo que ser diferente por si só não chega. A simplicidade e o sentimento/amor fazem maravilhas e sem nunca se deixar levar por uma onda de “parecer bem” cerra os dentes com uma simplicidade e genuinidade que não deixa qualquer espaço para dúvidas da sua personalidade. Claro que o grande mérito deveria ser sempre de quem criou a música, porque a arte está em quem a cria e raras as vezes o cantor ou interprete tem e

COMEÇA A TRAULITADA - ÁMEN

Há hotéis a pedir quinhentos a mil euros por noite e por muito que se acredite, a fé não pode estar em todo o lado - nestes casos a mesma é substituída por uma fezada de todo o tamanho para os cofres destes meninos. O s peregrinos já se puseram ao caminho e os delatores anunciam que já começou a traulitada. Vão-se sugerindo aos caminhantes que o façam de noite e usem coletes reflectores. Não há fé que resista a um atropelamento e nada seria mais injusto que isso. Tudo bem que é preciso acreditar, mas ser varrido numa altura em que, com enorme esforço, cumprimos uma promessa não deve ser fácil de digerir (caso tenhamos ficados vivos). Pede-se por isso a todos – condutores e peregrinos – os olhos bem abertos e deixem, pelo menos até chegarem aos vossos destinos, as rezas e promessas de lado. A atenção deve, e tem, que ser sempre máxima. Há pessoas que vêm de bastante longe e é de louvar o sacrifício por algo que supostamente não existe - não nas promessas ou no próprio Papa que es

IGUALMENTE UMA BESTA

Desde pequenino sempre soube o que queria mas infelizmente a vida pôs-se no caminho. Desde pequenino sempre soube o que queria mas infelizmente a vida pôs-se no caminho. Já quis ser tudo e mais alguma coisa e quando finalmente cheguei à conclusão que não queria ser nada, a vida obrigou-me a ser qualquer coisa. O simples facto de existir, embora seja estranho, faz com que tenhamos que assumir variadíssimos papéis. Depois há aqueles que dizem que os outros, ou determinadas pessoas, não os deixam ser quem eles verdadeiramente são. E aqui surge a inevitável pergunta: Quando somos verdadeiramente nós? Eu se estiver com a minha mãe não me comporto da mesma maneira do que quando estou com um amigo. Se estiver com um cliente não tenho o mesmo à vontade do que quando estou com o Manuel a beber um café. Com isto não quer dizer que eu esteja a ser falso (penso eu), simplesmente estou a adaptar o meu comportamento de acordo com quem estou. Eu aceito que outras pessoas não o façam -

AQUI HÁ IMENSO LIXO (NÃO ENTREM)

É verdade que não mudo a vida de ninguém com textos inspiradores. Nunca na vida alguém sairá daqui mais culto, informado, ou com o sentido da vida mais apurado. O ntem, inesperadamente, bateram-me nas costas e disseram “É pá, sim Senhor… li aquele teu texto sobre a morte e fartei-me de rir!”. Confesso que me senti como se fosse uma garbosa figura pública e instintivamente procurei a minha caneta para assinar qualquer papelinho e agradecer o suposto elogio. Claro que rapidamente me passou este massajar do ego, mas é de facto um privilégio e uma honra continuar a escrever e descobrir que pessoas, que nunca na vida imaginaria que poderiam vir a este espaço, o fazem regularmente e ainda por cima com prazer. Porém, o elogio vir de alguém que se ri de um texto sobre a nossa própria finitude poderá, na maior parte das vezes, não ser a melhor forma de partilhar o seu apreço. Neste caso, e para mim, foi ainda mais saboroso. Como sabemos tudo na vida só faz sentido com partilha, por mui

NO FUTEBOL HÁ MUITA GENTE QUE BATEU COM A CABEÇA

Eu, cada vez que vejo um aglomerado de gente a cantar coisas idênticas fico contente que as pessoas, por iniciativa própria, se reúnam e cantem em coro “Somos idiotas e estamos aqui!” Q uando se bate com a cabeça com alguma força é complicado. Deixa marcas profundas e por vezes para toda a vida. Tenho encontrado gente dessa. Precisamos ter coragem para conviver e ajudar caso seja necessário. Se prestarem atenção pouco falo de futebol mesmo por causa disso - existe muita gente que bateu com a cabeça. Não precisam de mais gente dessa. Mas torna-se inevitável não dar a minha opinião sobre uns cânticos que andam a ofender muita gente que bateu com a cabeça. Parece que um deles fala sobre a queda de um avião e outro sobre very-light. Eu, cada vez que vejo um aglomerado de gente a cantar coisas idênticas fico contente que as pessoas, por iniciativa própria, se reúnam e cantem em coro “Somos idiotas e estamos aqui!”. Poupam-nos de imenso trabalho. A identificação voluntária de estupide

DEIXA-O-RESTO

Há um dos patos que passa o dia todo a afugentar o outro macho e, segundo a Tia, esquece-se por completo de fazer companhia às patas F omos visitar a Tia Sidónia. A visita costuma ser esporádica pela distância que nos separa: A Sidónia vive em Deixa-o-resto e nós em Lisboa. A Tia tem 84 anos e como sempre, se estivermos atentos e com disponibilidade, tem muito a nos ensinar. Falámos de temas que não são correntes no dia-a-dia porque não se encontra esta sabedoria ao virar da esquina. Começou por nos oferecer laranjas. Aceitámos de imediato e rapidamente me disse onde estava o escadote. Para os mais distraídos, como eu, poderíamos pensar que nos indicaria onde estava, à nossa espera, um saco de asas a um qualquer canto da cozinha, ou mesmo lá fora junto à porta da entrada. O escadote, ao invés do saco de plástico, dava-nos a possibilidade de escolher as melhores laranjas das diversas árvores que estavam plantadas ao longo do quintal. Enquanto me empoleirava na primeira ár

A HISTÓRIA DO PEDRO

Quem quer sentir o que é a eternidade basta perguntar ao Pedro como é que foi o seu fim-de-semana O Pedro estava a contar uma história. Uma das muitas que conta. As histórias do Pedro, conheço-as eu bem, são intermináveis. Ele para dizer, por exemplo, que encontrou determinada pessoa ao sair do restaurante a seguir ao jantar, começa por contar como acordou sobressaltado com um sonho que teve. Relata todo o seu dia, com pormenores massudos e exaustos, levando qualquer um ao desespero. Esta história que ele contava era como tantas outras mas com uma agravante: Tínhamos uma pessoa nova no grupo que para ser simpática prestava toda a atenção e ainda por cima ia fazendo perguntas. Eu sempre disse que quem quer sentir o que é a eternidade basta perguntar ao Pedro como é que foi o seu fim-de-semana. A Elisa rapidamente foi mudando o semblante quando o resto do grupo já conversava entre si e a deixava à mercê do ávido Pedro, que passados 15 minutos ainda nem sequer desvendara o q

“Eu sou feliz com pouco dinheiro”

“Eu sou feliz com pouco dinheiro.” Se alguém disser isto ao pé de vocês, afastem-se desta pessoa. É gente que não é de confiança. Malta que é capaz de abandonar os cães no meio da auto-estrada. Ser “rico em sonhos e pobre em ouro” é bonito no pequeno ecrã. A ausência de dinheiro não traz felicidade e insistir no contrário é parvoíce. É a mesma coisa que ficar feliz por comer sempre arroz com feijão ou não ter, sequer, o que comer - “A comida não traz felicidade!” – Poderíamos também dizer isto orgulhosamente, mas cheios de fome, para todos aqueles que se refastelam com pratos abastados de comida. Diria que não poder ter uma determinada coisa, em geral, é mau. Mas nem sempre é verdade: no ano passado um amigo meu pulou de alegria quando soube que estávamos a organizar uma viagem de férias e ele não poderia ir porque não tinha dinheiro. Ficamos, também nós, felizes. Não só por ir, mas porque sabíamos que ele iria ficar bem. Na verdade há imensa coisa para fazer em Lisboa e poderia a

Momentos poéticos - Rui Barreiros

Vamos ter neste espaço o privilégio de ter um poeta com um livro publicado e que se prepara para publicar outro. Rui Barreiros é filho do pintor, músico José Raimundo. Uma pessoa simples, tão simples que acedeu ao convite de nos presentear com alguns dos seus poemas. Tentaremos que ele aceda à difícil missão de, periodicamente, nos dar a esse luxo. Um muito obrigado Rui Barreiros e espero que todos apreciem o teu enorme talento: http://pesquisa.fnac.pt/ia485666/Rui-Barreiros AINDA NÃO VI...(AINDA NÃO DESCOBRI) Quando me ocluso E ofusco a luz direta A luz que brilha, que eu não mereço Estremeço, e abraço o celibato A exclusão inerte O amor das outras, secas Quando percorro a vida Nela desmonto a forca A corda roída das fêmeas Prefiro o Apocalipse meu Ao sigilo grotesco das catacumbas Descomprometido da fenda Da oferenda, às Rainhas Nas linhas mórbidas do destino Quando acordo só Em noites frias, despidas Sou um coruja, um morcego O medo em promoção Em sal

NÃO SÃO APENAS TROCOS

Nunca fui enganado por uma máquina de por moedas mas, ainda assim, confiro sempre o troco. Diria que estou habituado a que tudo o que envolva dinheiro se transforme e distorça de uma forma surpreendente. Mas deve ser uma mania minha, não quero estar aqui a levantar falsos testemunhos ou a influenciar alguém. Simplesmente não confio – seja no que for ou em quem for. Por exemplo, se a minha mãe me pedir um euro para ir beber um café, quando me devolve o troco eu, inevitavelmente, confiro. E neste caso, como a minha mãe não é uma máquina, de vez em quando engana-se: “Oh mãe falta aqui 20 cêntimos!” Normalmente as moedas em questão caem, sem querer diz ela, para o fundo da mala. Ainda por cima, a minha Mãe, é Senhora para andar sempre com malas grandes. Eu só posso imaginar as histórias que os recantos daquelas malas têm para contar. Somando tudo, se ela não gastasse o dinheiro em porcarias, poderia, imagino eu, ter umas férias todos os anos em cada canto do planeta. Mas, justiça se

QUE A MORTE SEJA GENEROSA E BONDOSA PARA COM TODOS

Para se conseguir morrer acreditem que não precisamos de ter experiência nenhuma. Diria que não necessitamos de praticar nada durante a vida. Ao contrário de muitas outras actividades que necessitam de prática e experiência para que as consigamos alcançar, a morte dá-nos essa benesse. Alcançar a morte é facílimo e qualquer leigo está apto para o conseguir. Não há truques ou dicas. A morte chega e não temos sequer o direito de a não aceitar - morre-se e pronto. Morrer poderia ser bom para os que acreditam que “vamos desta para melhor”. Para os que não sentem esse chamamento a conclusão é, mais ou menos, idêntica - com a pequena diferença que durante o percurso, para além de ser um pouco mais penoso, temos esse bichinho atrás da orelha a sussusar “qual é o sentido de tudo isto?” Sentidos poderemos arranjar muitos, mas dificilmente se arranja um argumento que nos convença e que nos diga: Sim senhor, foste um homem bondoso, honesto e até mesmo impecável durante a vida mas agora vais

É PRECISO DAR DESCONTO...MESMO NOS DESCONTOS

Alguém que compra uma camisola de malha cor-de-rosa, com as mangas azuis e duas riscas horizontais, ao nível do peito, brancas consegue-nos dar muita informação sobre si - sem sequer ser necessário abrir a boca. Atenção que eu sou uma pessoa que foi dada como inapta para o serviço militar. Não tenho propriamente direito ou moral para criticar uma pessoa que opta por comprar, no meio de tantas outras, uma camisola de malha deste calibre. Ainda assim deixo uma pequena dica: Camisolas lisas de uma cor única. Por muito má que seja a escolha da cor, o estrago acaba por não ser tão evidente. É como as camisas, e aqui conheço várias pessoas que são possuidoras deste tipo de camisas, com riscas verticais, fininhas, de várias cores. Não são bonitas. Não vale a pena estar com rodeios e mentir às pessoas. É certo que acabam por dar com tudo, porque haverá alguma risca que combine com o tom das calças, sapatos, cachecol… é uma palete de cores que deixa o próprio arco-íris envergonhado, esbati

PEQUENAS COISAS

Quando alguém me diz que a partir daquele momento começou a dar importância às pequenas coisas da vida, facilmente percebemos que alguma coisa – e aqui podemos imaginar que foi alguma coisa grande – não correu bem. Dar importância a pequenas coisas não revela um despertar para o mundo, uma nova consciência, uma maneira nova de viver, mas sim uma obrigação de dizermos que nem tudo foi mau. As pequenas coisas, serão sempre pequenas e nós colocamos uma lupa gigantesca para mostrar ao próximo «Vês, olha que bonito!» Quem não sabe que um caracol em cima de uma folha pode ter o seu encanto? Depende da perspectiva e da disponibilidade que cada um tem para conseguir ver o que nos rodeia, poderão pensar os leitores. Não passa de um caracol em cima de uma folha, mas se nesse momento o sol sair por detrás de uma nuvem e iluminar aquele pequeno cenário, tendemos a reforçar que estamos perante uma pequena coisa grandiosa. Eu reconheço a importância do Sol como poucos: Africa mostrou-me isso

Somos filhos de más pessoas

Mostrar fraqueza não é fácil e há quem diga que é digno. Eu prefiro manter-me fora do que às emoções diz respeito. Não gosto de emoções. Damos demasiada importância aos sentimentos e quando nos afastamos deles, ou do momento em que os sentimos, constatamos que eles valem o mesmo que um arroto dado em casa com convidados. Na altura pode realmente causar alguma mossa mas passado uns tempos, acredito eu, que só os estúpidos o recordam… ou as mulheres – Porque elas recordam-se sempre de tudo. Há gente que sente muito. Sentem que nem uns danados. Passam a vida a sentir e sentem tudo e mais alguma coisa. Já se dizia que «quem não sente não é filho de boa gente». Eu, confesso, sinto pouco e isso é perigoso ao ponto de acharem que os meus Pais não são «boa gente» e consequentemente os meus Avós. Se continuarmos pela árvore genealógica ficamos decepcionados ao ponto de concluir que Deus nosso Senhor pôs neste mundo duas pessoas que não são boa gente: Adão e Eva. Levando-nos a crer que

“ Éh pá, tiveste sorte!”

É preciso ter cuidado quando encarrilamos a nossa felicidade em cima das expectativas e da exploração da mediocridade do próximo. Sentirmo-nos bem porque os outros estão pior que nós é sinónimo de grande falta de carácter e para isso não há psicólogos, médicos ou alinhamento de Chakras que nos valham. Seremos uns eternos frustrados. Quando se diz “eu só quero ser feliz!” como se isso dependesse de um remédio qualquer, faz-me crer que não precisamos de mudar os eternos e velhos hábitos, repetindo assim, constantemente, os mesmos erros. Também não basta acreditar nas coisas com muita força. O acreditar com força, por norma, não traz o que quer que seja mais depressa. A menos que se tenha força para a ir buscar. Isto não é um desabafo, não é uma indignação, não é para ter “likes” e muito menos uma lição de moral. Mas, para além de me custar, irrita-me ver frustração com causa directa, ou consequência, da vida dos outros!

DEIXA-TE ESTAR QUIETINHO

Neste novo ano de 2017, como nos outros, as profecias para a mudança são inúmeras. Todos se atrevem em aconselhar os outros a mudar. Mudar parece ser sempre a solução. Eu se pudesse mudaria todos os anos. Mudava todos os meses, todas as semanas e todos os dias. Passava a vida a mudar. Mudar é simples quando se tem condições para isso. Eu com dinheiro mudava a toda a hora: Mudava de carro; de casa; de cão; de nacionalidade. Mudava tudo e não me custava nada. Por isso mudar é uma solução boa para quem pode e não tanto para quem acha que precisa. Querer mudar é estupido quando não se pode: Mudar de emprego, por exemplo, quando não se tem outro em vista parece-me parvoíce. Porque um ordenado todos os meses, parece que não, mas pode ser vantajoso em variadíssimos níveis. O vazio é bom é para dar credibilidade a malabaristas - a tal rede por baixo deixa sempre o espectador com menos entusiasmo. Por isso se eu fosse obrigado a dar um conselho diria para se deixarem estar quietinhos. Esta