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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2016

Ricos e Pobres

Acho que já todos reparamos que o pobre começou a adoptar o nome de rico para os seus filhos. Agora na Brandoa começou a surgir os Santiagos, na Damaia os Martins, na Amadora os Lourenços e sabe Deus onde isto vai parar. Os ricos estão em desespero porque quando chamam o seu Martim, olham mais dois ou três com o ranho no nariz e com as mãos cheias de lama. A confusão está lançada porque os ricos não sabem que nomes darão, nas próximas gerações, aos seus filhos. Adoptar os nomes que os pobres usavam poderá ser um risco elevado, na medida que as modas passam e os nomes, ao que parece, vão ficando. Imaginem um Joaquim (Quim), um José (Zé) ou até um Manuel (Manél) a ser entoado pelas ruas da Lapa. Só de pensar até arrepia. Em Cascais já existem reuniões secretas de intelectuais de esquerda sugerindo algo diferente. O desespero é de tal ordem que o “Pantufa” e o “Pirussas” estão a ser equacionados. Porém descer tão baixo com a esperança que o pobre não corra atrás poderá ser a aniqui

Amanhã vai ser um dia mau!

Ter medo hoje em dia é um mal comum e diria que é complicado. Concatenar a nossa vida com o pânico do noticiário, diria que, é uma espécie de travessia numa ponte, velha, de madeira apodrecida entre duas margens de um rio enfurecido. Chegamos ao ponto de ter medo de ter medo. Uma tragédia que aconteça no outro lado do planeta e, em segundos, temos filmagens do que aconteceu. E depois, o mais impressionante, é que somos, instintivamente, atraídos por isto: Queremos saber mais do que aconteceu. Como o fenómeno dos acidentes de viação em que todos paramos para esmiuçar ao máximo aquele flagelo e se não houver mortos parece que todo o acidente perde o seu brilho. Pensar positivo, por causa disto, parece-me uma luta inglória. Penso para mim “Hoje vou ser uma pessoa positiva” e logo a seguir abrimos uma página da internet e alguém foi violado; um cão foi abandonado; um homem bêbado atropelou uma senhora e dois filhos; Eu próprio continuo a escrever neste blogue… e pior: há quem continue a

E eu estou sozinho!

Um está com o outro e eu estou sozinho. Aqueles juntam-se aos demais e é uma paródia de bebidas, uma panóplia de acepipes e eu continuo sozinho. Vasculho mais um bocado e vejo que todos, mesmo que não estejam com os outros, estão entre eles e ainda mais alguns. O sol é brilhante, os sorrisos são rasgados, as praias, as mesas estão sempre recheadas e eu estou com um livro. Reparem que já não estou sozinho. Pus um livro na mão, não importa qual, só para não estar sozinho. Continuo com o disfarce e de soslaio vejo encontros, “pores dos sois”, esplanadas, pernas ao sol, vagantes estrelas e até ostras com vinho branco… Mas eu já não estou sozinho! Tudo acontece mesmo que não aconteça nada e lá vem mais uma fornada: Pernas bronzeadas, bebidas esticadas, braçadas de Crawl, abraços cheios de nada… Viro para a página 421 e estão todos novamente reunidos e percebo que tudo o que amei, amei sozinho!