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Não tenho outra maneira de o dizer !

Aprendi a andar de bicicleta muito novo, como se isto fosse importante, mas aprendi rápido. Tão rápido que na primeira semana caí uma infinidade de vezes.
Isto para dizer que a determinada altura fartei-me de cair. Arriscava menos e apreciava a viagem. Durou pouco até a paisagem me cansar. Mais umas acrobacias e pimba, lá estava eu no chão outra vez.
Havia um puto, tão puto que era mais ou menos da minha idade, que nessas alturas passava sempre por mim, com um olhar altivo, coluna direita e pedalava que nem um maricas. Não tenho outra maneira de o dizer, mesmo como um maricas. Raios parta o puto tinha sempre um ar feliz e nem uma das rodas levantava, dizia que tinha receio. Enfim.

Recordo-me, como se fosse ontem, quando pela primeira vez atropelei um velho. A passar a passadeira, ainda por cima. Eu tinha tudo calculado, bastava ele continuar a andar com o ritmo lento, próprio de um velho, que eu lhe passaria a rasar ao braço. O raio do velho, não tenho outra maneira de o dizer, deixou cair o rádio a pilhas e parou, agachando-se para o apanhar. Foi num instante que o abalroei sem tempo para nada. Adivinhem quem nesse exacto momento passou por mim? Ora aí está, o raio do maricas (continuo sem ter outra maneira de o dizer). Com o seu ar de sonsinho, sorriso estupido nos lábios e ainda por cima a olhar de lado como se fosse filho de algum Rei. Podia ter ficado ali a ver se o velho ainda mexia as canetas, mas a raiva foi tanta que fui atrás do puto, tão puto que não tinha mais que a minha idade – Acho que já vos tinha dito isto.
Bem, mas agarrei na minha bicicleta, mesmo empanada e apanhei-o num piscar de olhos. O que é que eu lhe fiz? Não sei, não me recordo e não imaginam a raiva que isso me deu! Só me lembro do que o Pai do puto me disse. Mas por vergonha tenho que o omitir. Só vos posso dizer que esse tal puto, tão puto que por acaso até era mais velho que eu, a partir desse momento só não tinha de mim o que não queria, não tenho outra maneira de o dizer!

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

CURTA METRAGEM - TRAILER

Aqui fica o Trailer da próxima Curta-metragem. A estreia está para breve e somente condicionada por verbas em falta de patrocinadores. Esperemos que honrem os seus compromissos e que possamos finalizar esta Curta Metragem. Espero que gostem. http://seguesoma.blogspot.com/

Não tem outro nome, é: FUTEBOL!

Sei que é um tema que não interessa a muita gente, mas tenho que confessar: Sou um amante do futebol. E ser um amante do futebol não é só ver 22 malucos atrás de uma bola. Há muitas coisas, para além desta adjectivação, que me fascinam neste grande modalidade. Como por exemplo: - As altas pressões que aqueles atletas, com pouca experiência de vida, são sujeitos. Com estádios cheios e almas carentes de descarregar as suas energias negativas; - O estudo exaustivo e obrigatório da equipa adversária e a consequente estratégia de “batalha” que implementam para ganhar a “guerra”; - A capacidade de liderança dos treinadores que são obrigados a se desmultiplicarem, cada vez mais, para serem competentes: Líderes, amigos, conselheiros, gestores de uma imensidão de recursos humanos, estrategas, comunicadores, etc etc - A dança maravilhosa e hipnotizadora de cada equipa, para quem tem o privilégio de ver um jogo no estádio; - A euforia do golo; - A paixão, inquestionável, de um adepto; - As confer

VAMOS ABATER PESSOAS?

Q uase 12 mil cães e gatos foram abatidos durante o ano de 2017. Acho interessante esta medida de forma a controlar estes animais vadios ou, e sendo mais justo para com eles, que foram abandonados. Tenho pena que esta medida não possa transitar para outros patamares. Todos sabemos que existem umas quantas pessoas que mereciam falecer, e esperar que lhes aconteça algum acidente ou que apanhem uma doença fulminante não é de todo motivador para todos nós. Por isso termos a hipótese de por fim à vida a quem nos incomoda parece-me genial. Poderíamos começar pelas, e dando a primazia a quem foi o rastilho e principiou este projecto, criaturas que se fartaram de ter os seus animais de estimação e resolveram esta equação de uma forma muito simples: pô-los fora de casa para que aprendessem como a vida é complicada quando temos alguém com consciência e que tem a bondade de nos ensinar que afinal a vida não é só comer, dormir e passear. Estes seriam, e com todo o mérito, os primeiros da lista.