Aprendi a andar de bicicleta muito novo, como se isto fosse importante, mas aprendi rápido. Tão rápido que na primeira semana caí uma infinidade de vezes.
Isto para dizer que a determinada altura fartei-me de cair. Arriscava menos e apreciava a viagem. Durou pouco até a paisagem me cansar. Mais umas acrobacias e pimba, lá estava eu no chão outra vez.
Havia um puto, tão puto que era mais ou menos da minha idade, que nessas alturas passava sempre por mim, com um olhar altivo, coluna direita e pedalava que nem um maricas. Não tenho outra maneira de o dizer, mesmo como um maricas. Raios parta o puto tinha sempre um ar feliz e nem uma das rodas levantava, dizia que tinha receio. Enfim.
Recordo-me, como se fosse ontem, quando pela primeira vez atropelei um velho. A passar a passadeira, ainda por cima. Eu tinha tudo calculado, bastava ele continuar a andar com o ritmo lento, próprio de um velho, que eu lhe passaria a rasar ao braço. O raio do velho, não tenho outra maneira de o dizer, deixou cair o rádio a pilhas e parou, agachando-se para o apanhar. Foi num instante que o abalroei sem tempo para nada. Adivinhem quem nesse exacto momento passou por mim? Ora aí está, o raio do maricas (continuo sem ter outra maneira de o dizer). Com o seu ar de sonsinho, sorriso estupido nos lábios e ainda por cima a olhar de lado como se fosse filho de algum Rei. Podia ter ficado ali a ver se o velho ainda mexia as canetas, mas a raiva foi tanta que fui atrás do puto, tão puto que não tinha mais que a minha idade – Acho que já vos tinha dito isto.
Bem, mas agarrei na minha bicicleta, mesmo empanada e apanhei-o num piscar de olhos. O que é que eu lhe fiz? Não sei, não me recordo e não imaginam a raiva que isso me deu! Só me lembro do que o Pai do puto me disse. Mas por vergonha tenho que o omitir. Só vos posso dizer que esse tal puto, tão puto que por acaso até era mais velho que eu, a partir desse momento só não tinha de mim o que não queria, não tenho outra maneira de o dizer!
Isto para dizer que a determinada altura fartei-me de cair. Arriscava menos e apreciava a viagem. Durou pouco até a paisagem me cansar. Mais umas acrobacias e pimba, lá estava eu no chão outra vez.
Havia um puto, tão puto que era mais ou menos da minha idade, que nessas alturas passava sempre por mim, com um olhar altivo, coluna direita e pedalava que nem um maricas. Não tenho outra maneira de o dizer, mesmo como um maricas. Raios parta o puto tinha sempre um ar feliz e nem uma das rodas levantava, dizia que tinha receio. Enfim.
Recordo-me, como se fosse ontem, quando pela primeira vez atropelei um velho. A passar a passadeira, ainda por cima. Eu tinha tudo calculado, bastava ele continuar a andar com o ritmo lento, próprio de um velho, que eu lhe passaria a rasar ao braço. O raio do velho, não tenho outra maneira de o dizer, deixou cair o rádio a pilhas e parou, agachando-se para o apanhar. Foi num instante que o abalroei sem tempo para nada. Adivinhem quem nesse exacto momento passou por mim? Ora aí está, o raio do maricas (continuo sem ter outra maneira de o dizer). Com o seu ar de sonsinho, sorriso estupido nos lábios e ainda por cima a olhar de lado como se fosse filho de algum Rei. Podia ter ficado ali a ver se o velho ainda mexia as canetas, mas a raiva foi tanta que fui atrás do puto, tão puto que não tinha mais que a minha idade – Acho que já vos tinha dito isto.
Bem, mas agarrei na minha bicicleta, mesmo empanada e apanhei-o num piscar de olhos. O que é que eu lhe fiz? Não sei, não me recordo e não imaginam a raiva que isso me deu! Só me lembro do que o Pai do puto me disse. Mas por vergonha tenho que o omitir. Só vos posso dizer que esse tal puto, tão puto que por acaso até era mais velho que eu, a partir desse momento só não tinha de mim o que não queria, não tenho outra maneira de o dizer!