Uma amiga que conheci aqui em Angola e que não posso deixar de partilhar a sua maravilhosa experiência. Tudo se resume a isto, tudo é relativo e temos que caminhar todos para o que realmente é importante.
Aqui fica este maravilhoso texto e inspiração:
"Com a sede de marcar uma viragem nesse número magico, tomei decisões firmes e estritamente sentenciadas pelo coração. Pela primeira vez, a razão era aprisionada e asfixiada sem ter direito a uma segunda oportunidade.
Deixei o meu trabalho, os meus amigos e o meu lar. Deixei Angola, o gerador, as velas, a bomba de agua, a cuca que nunca acabava, o stress, os esquemas, a criatividade na escolha das palavras, as cores, os embondeiros, o semba, o povo alegre, o Pinto, a D. Lena, o Joca e o candongueiro, o Tio Jorge e toda a família da Chicala, os policias de transito que depois de dois dedos de conversa desistiam de multar a "budjurra", as festas de quintal, as aventuras pelas províncias, Caboledo e Carpe Diem, as sessões de voz e guitarra dos mestres Paulo Flores e Tito Paris, momentos únicos de euforia ou de silencio com os meus irmãos Djay e Katya, as escapadelas com o General e a Mana, spa em casa as terças-feiras na companhia da doce Canti, ..., e puros momentos de criança com os meus Grandes amiguinhos Mauro, Santiago e Nahary.
Sem olhar para trás, dediquei a mim própria um ano da minha vida. Um ano inteirinho para mim. Sem responsabilidades, calendários ou agendas. Sem fazer aquilo que a sociedade nos impõe. Chego até a gozar com ela, em certos momentos.
Precisava procurar algo. Nao sabia bem o quê. Mas tinha que fazer milhas, até encontrar. De um simples desejo, o mundo abriu-se aos meus pés.
Depois de passar um mêsda a carregar baterias com a família em Lisboa, pus meia dúzia de t-shirts numa mochila e rumei para Sao Paulo (Brasil), o meu primeiro de muitos poisos nesta jornada. O Veri fez-me uma recepção sem igual e cheguei precisamente no dia da comemoração do novo ano chinês, vindo a saber muito mais tarde que o meu signo chinês também é Dragão. Estava em sintonia e nao sabia.
Passei dois meses no Brasil, fiz amigos para a vida. Seguiram-se Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e Peru. Continuava a minha procura, sempre deixando amigos por onde passasse.
Enquanto fazia a caminhada de três dias da trilha da Fumaça, na Chapada Diamantina (Bahia, Brasil), muito mais do que as paisagens deslumbrantes e acolhedoras, apreciei sem limites, o convívio e o companheirismo vivido entre o pequeno grupo especial e coeso. Flor (que acumulava as "funções" de guia, amigo, cozinheiro, conselheiro, entre muitas outras), Carla (executiva de sucesso, surfista por amor e uma inspiração de pessoa) e Júnior (uma enciclopédia que respira como os humanos, sensível e dono de um invejável humor).
No Rio, fiquei cinco dias na Favela Vidigal, uma experiência super, graças a família do Vidigalbergue. Foi em Vidigal que conheci as minhas manas argentinas (Vicky, Gaby, Flor, Celeste e Trini). A Vicky comanda as tropas, com o seu jeito meigo, transparente e puro.
A mana Marina do Porto lusitano estava a minha espera na cidade do fim do mundo, Ushuaia. Chegamos ao hostel à mesma hora, vindas em taxis diferentes e do mesmo voo. Ficamos cerca de dois meses a viajar juntas, duas engenhocas de canudo na gaveta e a correr mundo. Fizemos uma forte dupla, de grande companheirismo.
Na Bolívia e em parte do Peru, formamos uma família de seis elementos, internacionais. Eu e a Marina, os italianos Carla e Danielle e os alemães Julia e Tino. Naturalmente, permanecemos juntos durante três semanas, aproximadamente, sem incompatibilidades. Apetecia-nos manter em família e isso bastava-nos.
No Salar de Uyuni, na Bolívia, no meio do deserto de sal, eu e a Marina tivemos mais umas das muitas experiências únicas. O director de cinema brasileiro, Eric, que estava a desenvolver um projecto muito interessante e cativador, convidou-nos a participar num filme-documentário sobre Amizade e Viagem. Sem pensar duas vezes e, movidas pela emocionante razão de fundo da película, aceitamos e, minutos mais tarde é que demos conta que ao nosso redor havia uma equipa técnica, com os equipamentos como manda o figurino e, nós, praticamente de pijama, prontas para ir dormir, estávamos a dar o nosso "melhor" para as câmaras.
Canada foi uma revelação. Nao imaginava que teria uma experiência tão enriquecedora.
No México entrei pela porta principal, onde estava o meu mano Pedro. Conheci tambem o Sérgio e Família, uma vez mais, provando que os mexicanos são seres especiais. Aqui em Queretaro, tive a honra de me estrear no programa da radio Muxima, de autoria do Pedro, como entrevistada.
A Guatemala, a par com a Bolívia, foi um dos países mais especiais nesta jornada. Nao só pelas paisagens de cortar o fôlego, como tambem pelas amizades que fiz.
Antes de entrar de corpo e alma no sudoeste asiático, fiz Nova York, Hawai e Tokyo com a Vera.
Depois da Malásia, dei lugar a Bali. Vim por uma semana. Já estou no final da segunda e ainda nao sei quando deixarei este paraíso energético.
A principal razão é que Encontrei o que procurava! Depois destas tantas milhas percorridas e que muito me ajudaram a encontrar agora, a agulha no palheiro. ENCONTREI!
Devo muito ao Roberto, à Dayu e ao Evert. E a toda a família do Pantai Mas.
Os 35 ficarão especialmente guardados na minha memória.
Encontrei-me, pouco antes de fazer 36. E agora tenho um grande desafio: trabalhar como hobby, viver por amor.
Aqui fica este maravilhoso texto e inspiração:
"Com a sede de marcar uma viragem nesse número magico, tomei decisões firmes e estritamente sentenciadas pelo coração. Pela primeira vez, a razão era aprisionada e asfixiada sem ter direito a uma segunda oportunidade.
Deixei o meu trabalho, os meus amigos e o meu lar. Deixei Angola, o gerador, as velas, a bomba de agua, a cuca que nunca acabava, o stress, os esquemas, a criatividade na escolha das palavras, as cores, os embondeiros, o semba, o povo alegre, o Pinto, a D. Lena, o Joca e o candongueiro, o Tio Jorge e toda a família da Chicala, os policias de transito que depois de dois dedos de conversa desistiam de multar a "budjurra", as festas de quintal, as aventuras pelas províncias, Caboledo e Carpe Diem, as sessões de voz e guitarra dos mestres Paulo Flores e Tito Paris, momentos únicos de euforia ou de silencio com os meus irmãos Djay e Katya, as escapadelas com o General e a Mana, spa em casa as terças-feiras na companhia da doce Canti, ..., e puros momentos de criança com os meus Grandes amiguinhos Mauro, Santiago e Nahary.
Sem olhar para trás, dediquei a mim própria um ano da minha vida. Um ano inteirinho para mim. Sem responsabilidades, calendários ou agendas. Sem fazer aquilo que a sociedade nos impõe. Chego até a gozar com ela, em certos momentos.
Precisava procurar algo. Nao sabia bem o quê. Mas tinha que fazer milhas, até encontrar. De um simples desejo, o mundo abriu-se aos meus pés.
Depois de passar um mêsda a carregar baterias com a família em Lisboa, pus meia dúzia de t-shirts numa mochila e rumei para Sao Paulo (Brasil), o meu primeiro de muitos poisos nesta jornada. O Veri fez-me uma recepção sem igual e cheguei precisamente no dia da comemoração do novo ano chinês, vindo a saber muito mais tarde que o meu signo chinês também é Dragão. Estava em sintonia e nao sabia.
Passei dois meses no Brasil, fiz amigos para a vida. Seguiram-se Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e Peru. Continuava a minha procura, sempre deixando amigos por onde passasse.
Enquanto fazia a caminhada de três dias da trilha da Fumaça, na Chapada Diamantina (Bahia, Brasil), muito mais do que as paisagens deslumbrantes e acolhedoras, apreciei sem limites, o convívio e o companheirismo vivido entre o pequeno grupo especial e coeso. Flor (que acumulava as "funções" de guia, amigo, cozinheiro, conselheiro, entre muitas outras), Carla (executiva de sucesso, surfista por amor e uma inspiração de pessoa) e Júnior (uma enciclopédia que respira como os humanos, sensível e dono de um invejável humor).
No Rio, fiquei cinco dias na Favela Vidigal, uma experiência super, graças a família do Vidigalbergue. Foi em Vidigal que conheci as minhas manas argentinas (Vicky, Gaby, Flor, Celeste e Trini). A Vicky comanda as tropas, com o seu jeito meigo, transparente e puro.
A mana Marina do Porto lusitano estava a minha espera na cidade do fim do mundo, Ushuaia. Chegamos ao hostel à mesma hora, vindas em taxis diferentes e do mesmo voo. Ficamos cerca de dois meses a viajar juntas, duas engenhocas de canudo na gaveta e a correr mundo. Fizemos uma forte dupla, de grande companheirismo.
Na Bolívia e em parte do Peru, formamos uma família de seis elementos, internacionais. Eu e a Marina, os italianos Carla e Danielle e os alemães Julia e Tino. Naturalmente, permanecemos juntos durante três semanas, aproximadamente, sem incompatibilidades. Apetecia-nos manter em família e isso bastava-nos.
No Salar de Uyuni, na Bolívia, no meio do deserto de sal, eu e a Marina tivemos mais umas das muitas experiências únicas. O director de cinema brasileiro, Eric, que estava a desenvolver um projecto muito interessante e cativador, convidou-nos a participar num filme-documentário sobre Amizade e Viagem. Sem pensar duas vezes e, movidas pela emocionante razão de fundo da película, aceitamos e, minutos mais tarde é que demos conta que ao nosso redor havia uma equipa técnica, com os equipamentos como manda o figurino e, nós, praticamente de pijama, prontas para ir dormir, estávamos a dar o nosso "melhor" para as câmaras.
Canada foi uma revelação. Nao imaginava que teria uma experiência tão enriquecedora.
No México entrei pela porta principal, onde estava o meu mano Pedro. Conheci tambem o Sérgio e Família, uma vez mais, provando que os mexicanos são seres especiais. Aqui em Queretaro, tive a honra de me estrear no programa da radio Muxima, de autoria do Pedro, como entrevistada.
A Guatemala, a par com a Bolívia, foi um dos países mais especiais nesta jornada. Nao só pelas paisagens de cortar o fôlego, como tambem pelas amizades que fiz.
Antes de entrar de corpo e alma no sudoeste asiático, fiz Nova York, Hawai e Tokyo com a Vera.
Depois da Malásia, dei lugar a Bali. Vim por uma semana. Já estou no final da segunda e ainda nao sei quando deixarei este paraíso energético.
A principal razão é que Encontrei o que procurava! Depois destas tantas milhas percorridas e que muito me ajudaram a encontrar agora, a agulha no palheiro. ENCONTREI!
Devo muito ao Roberto, à Dayu e ao Evert. E a toda a família do Pantai Mas.
Os 35 ficarão especialmente guardados na minha memória.
Encontrei-me, pouco antes de fazer 36. E agora tenho um grande desafio: trabalhar como hobby, viver por amor.