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Diz-me

Andamos com virtualidade a mais - Confissões numa janela de um ecrã qualquer é ,para mim, como um pau de virar tripas com desejo de cheiro a peixe podre.
Tenho alguma dificuldade em encontrar amigos de café, amigos de esquinas e de ruas ao acaso. Tenho dificuldade em entender desesperos no Facebook, frases lindas num mural qualquer ou indignações de telejornais que jorram estrume a cada segundo.
Tenho dificuldade em perceber o que nos move. Tenho dificuldade em saber o que nos apaixona. Não gosto de livros sem papel, não gosta de música sem saber quem a compôs. Não gosto de cantores afinados que não sabem o que é uma partitura. Detesto artistas da vida, mas adoro interpretações realistas. Não adivinho o que dizem sem o dizerem realmente. Não sei quem são se o não forem. Não vivo com máscara, se me deixarem.

"Já não finjo o que não consigo fingir… a minha alma já está farta."

Não ando descalço porque parece mal. Não como com as mãos porque me apontam. Não arroto, não cuspo, não grito, nem berro.
Nas costas só oiço o murmúrio do meu nome. Dizem e fazem coisas que nunca, sequer, pensei. Trocam tudo em troca de nada. Escavam e esburacam com energias vitais e para um abraço já têm vergonha. Um beijo foi dado. Um mimo foi recebido, mas tudo já foi esquecido por ser tão raro.

Não consigo ser eu, verdadeiramente, se tu não fores quem és. Por isso, se um dia te vires por aí, por favor diz-me quem eu sou.

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

É desta!

É verdade, chegou ao fim e será para todos nós um grande alívio. Este Blogue começou em Angola, pelo facto de estar longe da minha terra e pela necessidade de exprimir o que me ia na alma. Já se passaram 4 anos, nunca eu pensei que estaria cá tanto tempo, e para mim, não faz mais sentido continuar. Tudo o que começa a ser forçado é o primeiro indício de que tem que acabar. E acaba. Só me resta agradecer a todos os que gostaram de aqui estar, e agredeço também aos que não gostaram - Como na morte, a despedida deve ser sempre camuflada pelo sentimento nobre. Obrigado a todos e encontramo-nos por aí!

Sexta-feira 13

É engraçado constatar que a maioria das pessoas não é supersticiosa: “Eu não acredito nada nessas coisas” Hoje é sexta-feira 13 e foram poucas as pessoas, emigradas em Angola, que arriscaram marcar a viagem para ir de férias neste dia. Por curiosidade, ontem fiz Check in de um colega corajoso que ia viajar precisamente hoje. Todas as filas já estavam praticamente ocupadas, menos a fila 13 ! Realmente era demasiado macabro ir numa sexta-feira 13 e ainda por cima ter a coragem de marcar a viagem na fila 13. Nem uma unica pessoa tinha marcado lugar nesta fila. Como se desse azar. Tem toda a lógica. Todas as outras filas vão viajar tranquilamente, mas a 13 não vai ter descanso. Eu sinceramente também não acredito nessas coisas. Ser ou não ser sexta-feira 13 é-me completamente indiferente. Dá-me é azar, mas de resto…

OLÉ