Estamos no principio da caminhada, confesso, até porque ainda não sabemos qual de nós deve comer na tijela e ele tem uma mania esquisita de mostrar que tem fome.
Mas as coisas estão a progredir aos poucos, já mete muitas vezes o rabo entre as pernas, sinal de medo dizem alguns, eu prefiro chamar-lhe respeito.
Alguém tem que mandar, as oportunidades são raras e quando aparecem nem as unhas e os dentes são suficientes para as agarrar.
Tenho saudades do Alentejo, apetece-me por este sentimento pelo meio. Saudades terríveis daquela terra que me viu crescer e que tive o prazer de aprender, à custa de muitos insultos, que um Chaparro, Sobreiro, Oliveira ou até uma Alfarrobeira não são simplesmente uma "cena" que sai da terra:
- Realmente estes meninos da cidade são umas bestas – dizia carinhosamente a minha Tia, e com razão.
Pela costa alentejana enchia a minha alma e à tardinha, antes do jantar a tábua era enfeitada com queijos, torresmos, presunto, uns belos de uns enchidos com um pão de outro mundo. Ninguém tinha fome para o jantar até a panela fumegante aparecer - Desde Borrego com migas, a uma bela tomatada, ou à parafernália de corres de um delicioso Gaspacho tudo era sublime.
Os outros sonhavam com o Algarve, o ano todo, zurrando sem fim que no cu de Portugal estaria a plenitude. Os pobres coitados passavam longos quilómetros até chegarem à dita tortura de confusão, sem se aperceberem por onde passavam:
- Olha Compadre, mais uma manada abanando a cabeça até à Via do Infante…
E assim acordo com o uivar de um ser que já pede por mais umas sapatadas!