O trânsito em Luanda é aterrador. Nenhuma novidade.
Ontem a bexiga apertava e o destino ainda se vislumbrava bem longe.
Começou a surgir o desespero.
Todos os postes eléctricos, todos os cantos, faziam-me lembrar sanitas ou urinóis.
Estava no meio de Luanda. O trânsito andava, como sempre, a conta gotas.
Ontem a bexiga apertava e o destino ainda se vislumbrava bem longe.
Começou a surgir o desespero.
Todos os postes eléctricos, todos os cantos, faziam-me lembrar sanitas ou urinóis.
Estava no meio de Luanda. O trânsito andava, como sempre, a conta gotas.
Vislumbro uma espécie de café.
Seria ali, só podia ser.
Saio do carro sem carteira e sem telemóvel, não vá o “diabo tecê-las” e ser assaltado.
A ideia seria ir num pé e vir no outro.
Entro no café com a pressa de quem queria sair rapidamente e apanhar de novo a “segurança” do carro que me esperava a soluços no outro lado da estrada.
Entro no café com a pressa de quem queria sair rapidamente e apanhar de novo a “segurança” do carro que me esperava a soluços no outro lado da estrada.
Sem o perder de vista, espero impacientemente que o WC fique vago.
Finalmente. Era agora.
Antes de entrar certifico-me da distância que teria que percorrer quando saísse dali.
Ahhhhhh que alivio, sentia-me um homem novo. Parecia que tinha um barril dentro da minha bexiga. Aqui vou eu !
Opsss !! Onde é que está a minha boleia?
Começo a correr em busca do tempo perdido.
Os olhares centram-se em mim. Um branco de cabeça rapada, a correr nas ruas de Luanda. Naquele momento senti na íntegra a conhecida expressão “ Uma galinha a correr pela Somália”
Corro 100, 200, 300, chego aos 400 metros e não vejo o carro que ainda agora estava ali!
Sem telemóvel e sem carteira.
A situação estava a ficar complicada.
Vejo um carro da Policia do outro lado da estrada. Não sei se seria boa ou má ideia ir ter com eles. A resposta estava ao meu lado, quando me pediram um cigarro.
O carro que queria encontrar, embora pudesse estar perto, nunca o senti tão longe.
Passado 10 minutos, que me pareceram horas, uma voz familiar chama pelo meu nome.
Ahhhhhh que alivio, sentia-me um homem novo. Parecia que tinha um barril dentro da minha bexiga. Aqui vou eu !
Opsss !! Onde é que está a minha boleia?
Começo a correr em busca do tempo perdido.
Os olhares centram-se em mim. Um branco de cabeça rapada, a correr nas ruas de Luanda. Naquele momento senti na íntegra a conhecida expressão “ Uma galinha a correr pela Somália”
Corro 100, 200, 300, chego aos 400 metros e não vejo o carro que ainda agora estava ali!
Sem telemóvel e sem carteira.
A situação estava a ficar complicada.
Vejo um carro da Policia do outro lado da estrada. Não sei se seria boa ou má ideia ir ter com eles. A resposta estava ao meu lado, quando me pediram um cigarro.
O carro que queria encontrar, embora pudesse estar perto, nunca o senti tão longe.
Passado 10 minutos, que me pareceram horas, uma voz familiar chama pelo meu nome.
Não queria acreditar, uma hipótese em um milhão.
A minha Cunhada chamava por mim. Coitada também está em África a fazer, ou não, pela vida.
Se o Usain Bolt, recordista dos 100 metros, naquele momento, tivesse feito uma corrida comigo, tinha levado o “bigode”.
Quando entrei no carro do meu irmão, uma boa desculpa exigia-se! Eu não podia contar esta história que estou a contar, em segredo, a vocês. Era uma humilhação, macho que é macho não sente medo, no máximo, sente uns arrepios na espinha!
Digo eu:
- É pá, ainda bem que passaram aqui! Os Angolanos já estavam aterrorizados comigo, vocês salvaram-lhes a vida!
Pergunta-me o meu irmão:
- Então, mas o que é que aconteceu? O que é que estás, sozinho, a fazer no meio de Luanda? Tu és maluco?
- Estava a dar uma volta a pé, para andar um bocadinho…
Interrompe o meu irmão:
- é pá deixa de ser mentiroso e conta lá o que é que aconteceu !
- Mano… estás preparado ? Sou um maricas, tenho que admitir! Custa-me ter que dizer isto, aos 30 anos de idade. Mas eu mano, desde pequenino que percebi que havia algo de diferente em mim! As borboletas fascinavam-me bem mais que os piões e os berlindes! Para mim tudo era cor-de-rosa! Adorava pintar-me com a maquilhagem da mãe…
Interrompe-me de novo, mas desta vez, estava desfeito em lágrimas:
- Eu também sou mano, e eu que sempre fiz de tudo para que ninguém descobrisse!
Escorraçamos a minha cunhada do carro e vivemos felizes para sempre, cada um com o seu parceiro, claro.
Nunca gostámos de misturas!
Se o Usain Bolt, recordista dos 100 metros, naquele momento, tivesse feito uma corrida comigo, tinha levado o “bigode”.
Quando entrei no carro do meu irmão, uma boa desculpa exigia-se! Eu não podia contar esta história que estou a contar, em segredo, a vocês. Era uma humilhação, macho que é macho não sente medo, no máximo, sente uns arrepios na espinha!
Digo eu:
- É pá, ainda bem que passaram aqui! Os Angolanos já estavam aterrorizados comigo, vocês salvaram-lhes a vida!
Pergunta-me o meu irmão:
- Então, mas o que é que aconteceu? O que é que estás, sozinho, a fazer no meio de Luanda? Tu és maluco?
- Estava a dar uma volta a pé, para andar um bocadinho…
Interrompe o meu irmão:
- é pá deixa de ser mentiroso e conta lá o que é que aconteceu !
- Mano… estás preparado ? Sou um maricas, tenho que admitir! Custa-me ter que dizer isto, aos 30 anos de idade. Mas eu mano, desde pequenino que percebi que havia algo de diferente em mim! As borboletas fascinavam-me bem mais que os piões e os berlindes! Para mim tudo era cor-de-rosa! Adorava pintar-me com a maquilhagem da mãe…
Interrompe-me de novo, mas desta vez, estava desfeito em lágrimas:
- Eu também sou mano, e eu que sempre fiz de tudo para que ninguém descobrisse!
Escorraçamos a minha cunhada do carro e vivemos felizes para sempre, cada um com o seu parceiro, claro.
Nunca gostámos de misturas!
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