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Caralho e Foda-se

Certamente já discutimos e falamos aqui de quase tudo. Menos de coisas inteligentes e com importância, mas também não é para isso que alguém pisa estes terrenos. Mas não falámos do Rui e o Zeca. Ora, o Rui é um encarregado de construção civil típico – De camisa aberta até ao umbigo, com um fio de ouro com um crucifixo a baloiçar, que puxa a gosma com algum brilhantismo, de voz colocada, sempre com uns decibéis acima do que é normal, e com as duas palavras fundamentais para por qualquer obra a andar: Caralho e Foda-se. Sem elas, dificilmente, nesta categoria, alguém tem sucesso. Parece que toda a equipa não se mexe se não ouvir um “ Foda-se eu já te disse…” ou um “Cum caralho, é mais para a esquerda” Então, o poder das duas juntas, atrevo-me a dizer, que não se encontra em nenhum tipo de discurso de motivação. Se procurarem, vêem que não há nada que se equipare a um “Foda-se, cum caralho vamos a andar com isto!”
Se for um homem do Norte, então, só não temos a perfeição por causa de duas palavras: SEMPRE e MESMA. Ora vejamos “Filho da puta, foda-se, é SEMPRE a MESMA merda!” Isto pode parecer ofensivo, mas na verdade é dos maiores elogios que se pode ouvir. Quer dizer que somos notados, não passamos despercebidos e isso é fundamental para mantermos o nosso posto de trabalho. Mas voltando ao Rui, ele tem um arma letal para destronar qualquer concorrência. Ninguém poderá sequer almejar o trono, nem mesmo um homem do norte. O Rui tem o Zeca. Um papagaio que o acompanha sempre. É verdade que o animal ainda não fala, porque ainda é novo, mas será fácil de imaginar, tal como a um filho que depressa se precipita balbuciando “Papá” e “Mama”, quais serão as primeiras palavras deste nosso amigo Zeca. Claro está o “Caralho” e o “Foda-se”. A partir daqui o céu é o limite para esta dupla que se apresenta terrível e num patamar muito acima da restante concorrência. Certamente, em breve, trarei mais notícias destes nossos amigos.
Estaremos todos a torcer para que tenham sucesso. 

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Mulheres

Os homens não se medem aos palmos, já as mulheres ninguém tem ideia de como é que se podem medir. Todos sabemos as enormes habilidades que têm para encontrar uma boa discussão num pacote que ficou meio aberto, ou uma gaveta que ficou mal fechada. Temos essa noção e lutamos constantemente por uma perfeição completamente utópica. Pela história da humanidade comprova-se que muitos desistiram a meio. Mas só para ganhar fôlego, voltaram sempre a tentar, são poucos aqueles que não meteram, de novo, a cabeça no cepo. Continuaremos sempre a insistir e há heróis que conseguem uma vida inteirinha partilhada com o furacão feminino. São raros os casos em que assumem uma vida sem justificações - fazer exactamente aquilo que lhes apetece, chamada uma vida livre, uma vida de sonho. A pergunta parece ser simples “porquê?” Será que existe uma resposta coerente? Uma das justificações pode ser o facto de o ser humano ter um instinto masoquista. Mas penso que o caminho não será por aí. Todos sabem...

A senhora que corria!

Corria a Senhora, e diga-se, com uma pressa como nunca a vi, quando uma das botas lhe salta. Voltará atrás? Será a pressa tão importante para mesmo assim continuar sem se preocupar com mais nada? … a senhora voltou mesmo atrás! Sentou-se no banco do jardim mais próximo e, com uma calma inesperada, descalça a outra bota e de dentro da mala puxa de um caixa que continha uvas podres! Indignada joga tudo para o lixo e volta a correr desalmadamente … Não viu que atravessara uma estrada muito movimentada. Foi tolhida por um camião! Pobre coitada. Todos lhe juravam um futuro risonho!