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Ninguém sabe ...

Angola, ao contrário de mim, tem evoluído a olhos visto. E isso deixa-me contente, não a evolução de Angola, mas a minha estagnação. A sério, já estava a ficar preocupado com a minha evolução diária e é sempre bom não andar nos pícaros da evolução, não vá vir uma tempestade e depois sou o primeiro a apanhar com a chuva.

No outro dia, em conversa com uma amiga, ela disse-me que houve um rapaz que veio a Angola durante 15 dias, era o compromisso que ele tinha com a empresa, e disse-me que esse amigo em comum, bem, não tão em comum quanto isso devido ao facto de eu nem sequer imaginar que ele cá tinha estado, passou um mau bocado com a realidade deste País e que quase não aguentou esses infernais 15 dias. Eu sei, e vocês têm razão ao dizer que as mulheres são sempre umas exageradas, mas isto não mostra a fraqueza dele mas sim, a meu ver, a sua grandiosidade. Porque realmente preocupa-me aqueles que vêm para este País e não se mostram nada afectados com o que encontram. Não é que eu esteja a julgar que tipos de sentimentos se deverão sentir, mas imagino que uma pedra largada neste País, até ela, se deve queixar de alguma coisa.
Normalmente só damos valor a qualquer situação, objecto, amigo, carro, o que seja, quando a comparamos com outra. Acho que isto é um facto. Como poderia eu dizer que o Benfica é o clube da pipoca se não conhecesse o Sporting?

Bom, mas o que me traz aqui hoje não é clubismos nem qualquer tipo de sentimentos.
O que me traz aqui hoje é nada mais, nada menos, do que escrever e com isto registar e publicar a minha vontade em ser amigo de alguém. Eu prometo que faço um esforço, não critico se tiver bigode ou uma camisa de flanela aos quadrados ou mesmo se falar de pistões, bielas, cambotas, e outras coisas relacionadas. Aguento tudo. A minha mãe diz que já está na hora de eu arranjar outra pessoa para falar sobre as minhas masturbações e inclusivamente a quantidade de ácidos a ingerir numa bela Rave. Nunca me soube dizer ao certo se era melhor os cogumelos ou os Ferraris amarelos. E isso enerva-me, sempre achei que havendo duas escolhas, seria de todo sensato para quem se queixa da vida (e esta não é para a minha mãe, que ela sabe bem o que quer, aliás, sabe mal, mas sabe o que quer, e isso passa por ver os filhos bem ), saber exactamente o que quer !
E isto tem sido o problema da humanidade e também o meu : Queixo-me como ninguém, mas depois não sei o que quero.

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TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

FAZIA TUDO

Eu espero sempre o pior das pessoas. Nunca fico à espera de qualquer espécie de bondade. Talvez porque seja aquilo que eu vejo em mim: pouca bondade disfarçada com alguma disponibilidade. Na minha cabeça tento camuflar tudo isto. Por isso me emociono e me espanto com pessoas genuinamente boas. Duvido sempre delas até ter absoluta certeza. Para mim, querem sempre algo em troca. Nenhum acto é por acaso. Quando as vejo a perder tempo com os outros, acho estranho. O mundo não é assim. Eu não sou assim. Eu trabalho porque recebo ordenado. Perco tempo em fazer comida porque tenho fome e gosto de comer. Tento fazer exercício porque sei que terei a compensação do esforço. Todos os meus actos têm como base uma recompensa. Conheci cedo a bondade. A dos meus Pais. Mas dos Pais é suposto haver bondade. Uma bondade obrigatória. O tal «coração fora do peito» que as pessoas dizem e que me irrita particularmente esta expressão. Mais tarde, já no secundário, conheci a bondade pura. Foi estranho. Muito ...

Obrigado pelo vosso miminho !

Tinha que partilhar este vídeo - Não para vos mostrar as minhas qualidades fotogénicas, mas porque adorei a surpresa. Obrigado minhas lindas!