As más notícias correm rápido quando as boas deviam chegar em primeiro.
Porque será que as pessoas têm o prazer de contar as más notícias?
- Sabes quem é que morreu?
Nota-se a emoção na voz quando nos noticiam em primeira mão a morte de alguém conhecido.
É a pura das realidades, as pessoas transformam-se em mensageiros do Diabo.
Que fenómeno triste será este?
- Sabes quem é que acabou a licenciatura com distinção? – Pergunta um jovem recém-licenciado.
Na mesa do café duas das 9 pessoas olham com relativo interesse. A morte de alguém seria alvo de toda a atenção, já uma vitória pessoal, nem por isso.
Que interesse tem para as pessoas as incessantes e repetitivas imagens do 11 de Fevereiro se não contemplar e voltar a contemplar a desgraça?
Que interesse profundo poderá ter um acidente em plena auto-estrada onde dezenas e centenas de carros criam uma fila enorme só pela curiosidade de verem ao pormenor todos os detalhes de um acidente trágico de uma menina com os seus 12 ou 13 anos, com o cabelo comprido e a cara cheia de sangue, assim como o seu pai que faleceu automaticamente esmagado pela carroçaria.
Que noticia de um telejornal será mais importante do que a morte ao a catástrofe de um povo?
Isto é preocupante. Acredito que os pequenos rectângulos nos andam a hipnotizar a vida. Vivemos o que eles entendem ser a nossa realidade.
Reivindicamos informação de qualidade quando os nossos nobres ideais são os primeiros a falecer.
A morte será o fim?
Que descanses em paz.
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