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Escrito nas profundezas


Sou uma pessoa envergonhada à minha maneira. Imagino que vocês o sejam à vossa. Pelo menos assim oriento e movo o meu mundo.
Isto para dizer que ninguém deveria sentir vergonha por se considerar uma pessoa envergonhada.
Também sou carrancudo, tem dias que não me aturo a mim próprio. Um mau feitio do pior, qualquer coisa que me digam, que seja menos simpática, e o meu sistema tropeça e começa a falhar.
Tenho dias animados, outros festivos, alguns tristes, poucos com frio porque estou em Angola mas por vezes consigo a plenitude porque sinto o que tenho que sentir.
Já me questionei sobre o que sentia em determinados momentos. O mais flagrante por não perceber a triste e profunda depressão que me agarrou pelo calcanhar. Aquele do Aquiles. Não tenham pena porque conheci a tristeza como poucas pessoas se podem gabar de a ter conhecido. Não foi uma tristeza qualquer: Não foi uma desilusão ou uma tragédia mas uma tristeza específica por ser tão generalizada e sem motivo aparente. Aparente ou nem tanto assim, porque tudo passou sem certezas. Também deixei de as exigir por saber que estas seriam buscas solitárias e com sentido camuflado.

Qualquer comprimido, mesmo que fosse só farinha, dado pelo meu psiquiatra e eu já me sentia melhor. É verdade já frequentei um Psiquiatra. Deve ter sido dos momentos de maior lucidez que até hoje a minha vida conheceu. Ter a noção que estava num Psiquiatra e conseguir de alguma maneira ouvir os meus próprios problemas foi qualquer coisa de muito especial.
Ele disse que eu não era normal e eu disse-lhe o mesmo. Não gostei dele e ele não gostou de mim.
Por portas e travessas muito ficou por dizer porque assim o quisemos.
Porque o Psiquiatra não era eu.
Finjo as vezes que sou obrigado a fingir. Foi com essa certeza que saí por porta fora.
A menos que esteja na brincadeira:
- Olha lá, sabes que eu faço de tudo para te ver bem e feliz?
- A sério?
- Não, estava a brincar.


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