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Uma história inspiradora


Isto é uma história inspiradora, cheia de despertares luminosos para os vossos corações. Desde logo a personagem principal é um coelho branco, o que por si só demonstra alguma pureza e depois teremos um burro chamado Zé, que no fundo é o vilão desta história. A história começa de trás para a frente porque não a saberia contar de outra maneira. Portanto, e para que não haja a incerteza se esta história acaba bem ou não, posso-vos dizer que o coelho morre atropelado pelo burro Zé que vinha a puxar uma carroça carregada de feno. O coelho não tinha as patas da frente, não pensem que era alguma espécie de piada. Sempre se arrastou desde que nasceu. Nasceu assim, portanto. Antes de ser atropelado pelo burro Zé, o coelho tinha inúmeras actividades sociais. Desde ajudar ovelhas vitimas da ganância humana, chegando até, e só com as patas de trás, a ajudar tartarugas velhas a atravessar o riacho. Era um coelho inspirador por assim dizer. Todos o admiravam pela sua compaixão e força de viver. Mas nem sempre foi assim, o seu pai era um retornado da caça. Tinha sido vítima de inúmeras tentativas de caçadores ávidos, motivados por um desporto tão estupido como as touradas, mas de touros esta história não contempla embora muitas vacas se possam indignar. Portanto este coelho de duas patas teve uma educação rígida, à base de muita porrada e castigos severos, o que fez com que a sua revolta perante a vida se adivinhasse traumática e profunda. Pobre coelho que ao longo da sua vida passou por inúmeros obstáculos e mesmo assim era um motivador para quem tinha tudo na vida. Prova disso, e na altura em que o seu pai andava fugido por causa dos caçadores, este pequeno ser arrastou-se durante dias para ir visitar o seu amigo preguiça que passava por uma depressão profunda. Este preguiça tinha tudo mas com o tudo que tinha não sabia viver. Como sabem por vezes o que nos acontece, embora não seja necessariamente o que desejamos, acaba por ser o melhor para a nossa evolução. E foi o que aconteceu, o coelho “agarra” o preguiça por trás e dá-lhe uma valente enrrabadela. A salvação não foi imediata mas na altura que o coelho morre atropelado já o preguiça vivia o presente sem pensar no passado e projectando sempre o futuro.

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Mulheres

Os homens não se medem aos palmos, já as mulheres ninguém tem ideia de como é que se podem medir. Todos sabemos as enormes habilidades que têm para encontrar uma boa discussão num pacote que ficou meio aberto, ou uma gaveta que ficou mal fechada. Temos essa noção e lutamos constantemente por uma perfeição completamente utópica. Pela história da humanidade comprova-se que muitos desistiram a meio. Mas só para ganhar fôlego, voltaram sempre a tentar, são poucos aqueles que não meteram, de novo, a cabeça no cepo. Continuaremos sempre a insistir e há heróis que conseguem uma vida inteirinha partilhada com o furacão feminino. São raros os casos em que assumem uma vida sem justificações - fazer exactamente aquilo que lhes apetece, chamada uma vida livre, uma vida de sonho. A pergunta parece ser simples “porquê?” Será que existe uma resposta coerente? Uma das justificações pode ser o facto de o ser humano ter um instinto masoquista. Mas penso que o caminho não será por aí. Todos sabem...

A senhora que corria!

Corria a Senhora, e diga-se, com uma pressa como nunca a vi, quando uma das botas lhe salta. Voltará atrás? Será a pressa tão importante para mesmo assim continuar sem se preocupar com mais nada? … a senhora voltou mesmo atrás! Sentou-se no banco do jardim mais próximo e, com uma calma inesperada, descalça a outra bota e de dentro da mala puxa de um caixa que continha uvas podres! Indignada joga tudo para o lixo e volta a correr desalmadamente … Não viu que atravessara uma estrada muito movimentada. Foi tolhida por um camião! Pobre coitada. Todos lhe juravam um futuro risonho!