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O Rafael não resistiu

A Joana entrou na loja para comprar mais um par de sapatos.
O namorado, ficou à porta o que indica um mau presságio - Já não tem paciência e só namoram há um par de meses.
A Joana, como todas as mulheres, gosta de companhia, gosta da opinião do namorado. Parece tão simples e inocente que acabamos sempre como os maus da fita. Mas nada que a demova do seu objectivo. Ela anda à procura de algo diferente. Precisa, como de o pão para a boca, de uns sapatos pretos mas abertos à frente em forma de meio circulo. Até pode ter laço, mas não pode ser muito evidente. O salto tem que acompanhar a evidência do laço. Não muito altos. Ainda não foi nesta loja. Sai zangada em duplicado, por não ter a companhia do namorado e por não ter encontrado os sapatos na sétima loja que entrou. Mundo injusto. O namorado, o Rafael, vai a caminho para a oitava loja e tenta por paninhos quentes. Já assume uma culpa que nunca nos fugirá. Respira fundo e concentrasse na árdua tarefa de ter um ar interessado e não cair na tentação de dizer, que os primeiros sapatos que ela experimente, são a sua cara. É preciso tempo, é preciso enredo. As teias cerebrais da Joana estão prontas para a primeira vacilação. Ela tem bem definido o tipo de sapatos que quer. Não precisam de ser os tais sapatos pretos abertos à frente. Têm é que ser diferentes, dos 19 pares que tem em casa. Mais uma loja, outra e mais outra. O Rafael comporta-se que nem um herói. Entretanto entram numa loja que já tinha visitado e o namorado calmamente informa que já ali estiveram. Ela sabe-o melhor que ninguém e argumenta que tinha visto uns muito parecidos com os que ela queria. Só iria perguntar se teriam alguns mas sem os brilhos, em forma hexagonal, junto ao calcanhar. Ele acompanha. A senhora que a atendeu, de franja desacertada, diz que não. Mas o tempo nunca é perdido, e pega numa mala lindíssima parecida com a da amiga Inês.

- É linda não é ? – Pergunta inocentemente.

O Rafael não resistiu …

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

É desta!

É verdade, chegou ao fim e será para todos nós um grande alívio. Este Blogue começou em Angola, pelo facto de estar longe da minha terra e pela necessidade de exprimir o que me ia na alma. Já se passaram 4 anos, nunca eu pensei que estaria cá tanto tempo, e para mim, não faz mais sentido continuar. Tudo o que começa a ser forçado é o primeiro indício de que tem que acabar. E acaba. Só me resta agradecer a todos os que gostaram de aqui estar, e agredeço também aos que não gostaram - Como na morte, a despedida deve ser sempre camuflada pelo sentimento nobre. Obrigado a todos e encontramo-nos por aí!

Sexta-feira 13

É engraçado constatar que a maioria das pessoas não é supersticiosa: “Eu não acredito nada nessas coisas” Hoje é sexta-feira 13 e foram poucas as pessoas, emigradas em Angola, que arriscaram marcar a viagem para ir de férias neste dia. Por curiosidade, ontem fiz Check in de um colega corajoso que ia viajar precisamente hoje. Todas as filas já estavam praticamente ocupadas, menos a fila 13 ! Realmente era demasiado macabro ir numa sexta-feira 13 e ainda por cima ter a coragem de marcar a viagem na fila 13. Nem uma unica pessoa tinha marcado lugar nesta fila. Como se desse azar. Tem toda a lógica. Todas as outras filas vão viajar tranquilamente, mas a 13 não vai ter descanso. Eu sinceramente também não acredito nessas coisas. Ser ou não ser sexta-feira 13 é-me completamente indiferente. Dá-me é azar, mas de resto…

OLÉ