Houve uma senhora, na minha infância, de seu nome Tia Emília que dizia a seguinte frase cada vez que a bola ia para o seu quintal “ que eu seja puta como as galinhas, se da próxima vez que a bola vier aqui parar eu não a desfaça em pedaços!”
E assim ameaçou dezenas de vezes, até que houve uma delas que acabou, mesmo, por rasgar a bola. As galinhas puderam, finalmente, ficar descansadas e nós, pequenos e ingénuos rapazes, que só queríamos dar uns chutes na bola, aprendemos pela primeira vez que, para além de as galinhas serem dos animais mais dados à galhofa, não se deve insistir muito numa brincadeira.
Podia terminar aqui este brilhante raciocínio, mas quando se fala da Tia Emília é obrigatório falar do seu marido, o Tio Manél. Este senhor era mais ponderado, diria que era o ponto de equilíbrio deste carismático casal, também tinhas as suas ideologias e normalmente só partilhava com o comum mortal quando o bafo a vinho assim o exigia, e dizia sempre o mesmo “ O Tio Manél da barraca é um homem sério, nunca deveu nada a ninguém”
Ora, esta é muito mais profunda e leva-nos a crer que só quem não deve nada a ninguém é que realmente se pode considerar um homem sério. E mesmo assim pode ser criticado por alguma vez ter devido alguma coisa. Não sei se querem continuar com as vossas vidas como se nada se tivesse passado, mas parece-me que chegou a altura de se assumirem como homens. O que me parece difícil para a maioria de vocês.
E assim ameaçou dezenas de vezes, até que houve uma delas que acabou, mesmo, por rasgar a bola. As galinhas puderam, finalmente, ficar descansadas e nós, pequenos e ingénuos rapazes, que só queríamos dar uns chutes na bola, aprendemos pela primeira vez que, para além de as galinhas serem dos animais mais dados à galhofa, não se deve insistir muito numa brincadeira.
Podia terminar aqui este brilhante raciocínio, mas quando se fala da Tia Emília é obrigatório falar do seu marido, o Tio Manél. Este senhor era mais ponderado, diria que era o ponto de equilíbrio deste carismático casal, também tinhas as suas ideologias e normalmente só partilhava com o comum mortal quando o bafo a vinho assim o exigia, e dizia sempre o mesmo “ O Tio Manél da barraca é um homem sério, nunca deveu nada a ninguém”
Ora, esta é muito mais profunda e leva-nos a crer que só quem não deve nada a ninguém é que realmente se pode considerar um homem sério. E mesmo assim pode ser criticado por alguma vez ter devido alguma coisa. Não sei se querem continuar com as vossas vidas como se nada se tivesse passado, mas parece-me que chegou a altura de se assumirem como homens. O que me parece difícil para a maioria de vocês.