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COMEÇA A TRAULITADA - ÁMEN

Há hotéis a pedir quinhentos a mil euros por noite e por muito que se acredite, a fé não pode estar em todo o lado - nestes casos a mesma é substituída por uma fezada de todo o tamanho para os cofres destes meninos.



Os peregrinos já se puseram ao caminho e os delatores anunciam que já começou a traulitada. Vão-se sugerindo aos caminhantes que o façam de noite e usem coletes reflectores. Não há fé que resista a um atropelamento e nada seria mais injusto que isso. Tudo bem que é preciso acreditar, mas ser varrido numa altura em que, com enorme esforço, cumprimos uma promessa não deve ser fácil de digerir (caso tenhamos ficados vivos). Pede-se por isso a todos – condutores e peregrinos – os olhos bem abertos e deixem, pelo menos até chegarem aos vossos destinos, as rezas e promessas de lado. A atenção deve, e tem, que ser sempre máxima. Há pessoas que vêm de bastante longe e é de louvar o sacrifício por algo que supostamente não existe - não nas promessas ou no próprio Papa que esse, eu sei, que está ali rijo e manda, de vez em quando, umas farpas bem engraçadas, mas o que não existe é bom senso nestas alturas.

Cada um acredita no que quiser, não estou aqui a julgar isso, mas eu próprio já fui a Fátima. A minha mãe pediu para eu acender uma vela por ela e por cada membro da família. A minha prima pediu para por uma vela pelo nosso primo que andava metido em maus caminhos. A minha vizinha implorou que eu pusesse uma das velas maiores e a deixasse arder num cantinho em honra do seu falecido Pai. Só em velas eu gastei um balúrdio. Não sei qual é o preço da cera, mas bem dita a hora em que nenhum meio de transporte se locomove com este material.

Os delatores não se ficaram por aqui e denunciaram os preços astronómicos das estadias com a vinda do Papa. Há hotéis a pedir quinhentos a mil euros por noite e por muito que se acredite, a fé não pode estar em todo o lado - nestes casos a mesma é substituída por uma fezada de todo o tamanho para os cofres destes meninos. O negócio dos apetrechos rapidamente se pôs também a caminho, e aqui sem quaisquer coletes reflectores porque assim podíamos identificar os bandidos, existe uma panóplia de «Nossas Senhoras.» Temos desde saca-rolhas a guarda-chuvas e não há nada que não se venda.

Na minha ida a Fátima, quando eu caminhava para conhecer o Santuário, uma Senhora de meia-idade, sem me dizer uma única palavra, colou-me um autocolante no peito, ainda por cima junto ao coração, e no meio de umas preces pouco perceptíveis exigiu quatro euros em benefício de uma caridade que não seria mais nenhuma do que o seu próprio proveito. Eu bem lhe disse que havia um segredo de Fátima que poucos conheciam: Nossa Senhora era dotada de um raio fulminante que elegia, todos os meses, os cinco piores impostores para lhes rachar a pinha ao meio. Ficou pouco impressionada com tamanha revelação porque de imediato colou mais dois autocolantes num casal que por ali passava e, nitidamente, um deles estava fragilizado: Caminhava de joelhos e naquele momento negar quatro euros a quem lhe vem pedir ajuda não deve ser fácil. Até porque todos nós estamos a ser vigiados pelas nossas acções e mesmo de joelhos sacou da carteira e ajudou a pobre e impostora mulher. Segui o meu caminho com a fé a esmorecer um bocadinho, confesso, mas não podia que tais acontecimentos mundanos, por mais fraudulentos que fossem, abalassem a minha crença e convicção. Não passaram mais do que quinze minutos até que avistasse uma idosa a chorar copiosamente. Não me aproximei de imediato não fosse a desgraçada da velha ser mais uma burla com uma engenhoca engendrada. Mas não, a pobre Velhota só pedia saúde e sorte para os seus netos. Não sei a quem é que ela pediu, mas pelo menos na saúde se eles seguirem os conselhos do Dr. Manuel Pinto Coelho será meio caminho andado para que eles cresçam fortes e vigorosos. Ele bem avisa que o açúcar é um veneno e por muita fé que se tenha convém, a todos, começar a pô-lo de lado. Eu sei que há doces e bolos óptimos mas Nossa Senhora não pode estar em todo o lado (acho eu).

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Obrigado pelo vosso miminho !

Tinha que partilhar este vídeo - Não para vos mostrar as minhas qualidades fotogénicas, mas porque adorei a surpresa. Obrigado minhas lindas!

Dedicado...

As amizades conquistam-se. Não se fazem ao sprint nem com esforços desmedidos. E eu tenho algumas amizades para conquistar. Daquelas boas… que enchem a alma, que cobrem os nossos medos como um escudo. Que não se desfazem com uma zanga, que não desaparecem por vergonha de o tempo passar. As amizades perduram, não se perdem com o tempo. As amizades não são uma absorção desmedida, uma perseguição diária, uma intensidade absurda. Amizade é poder dizer um “não” com convicção, um sim por tolice, um talvez se me apetecer. Amizade é fazer mais do que eu faço, e menos quando tiver que ser. Amizade não é o indicador apontado... ou deixar o outro amuado. Amizade não é alegria constante. Não é puro divertimento e euforia. Amizade não é uma festa, não é um encanto. Amizade é uma necessidade… é uma solidão que se apaga. Amizade é conhecimento. Amizade é uma tristeza partilhada, uma lágrima que se abafa … um sorriso nas brumas, um sopro teu! Para ti Tiago Jorge dos Santos Roseiro uma grande e eterna ...