Ontem, vi coisas que não queria ver. Nunca pensei que tivesse que um dia assistir ao que assisti. Mas nem tudo são alegrias e sorrisos: Cheguei a casa, ainda não eram 8 da noite. Fiz o que faço sempre - Ligo o gerador, abro a porta e acendo as luzes quando me deparo com um enorme alvoroço em casa. O Migalhas, o meu cão, lembrou-se de subir para cima da mesa da sala e tudo o que supostamente deveria estar em cima, estava em baixo. Tudo. Nada escapou ao ciclone deste Pinscher anão. Olhou para mim, como sempre faz, de rabo a abanar e aos pulos. Olhei para a mesa, olhei para ele. Peguei num pau e toca a desancar no bicho. Não me venham com sentimentalismos que eu é que sei o trabalho que me deu para ter as coisas como elas estavam. Demorei cerca de 15 minutos a despejar a minha raiva – Porrada da esquerda, porrada da direita, o ganido estridente fez com que o vizinho viesse em auxílio. Abri a porta, ainda com a espuma na boca.
- Diga!
- Vizinho, está tudo bem? Ouvi o cão a ganir e pensei que pudesse ter acontecido alguma coisa ao animal!
- E aconteceu… quer mais alguma coisa?
E assim bati com a porta quando esperei 5 segundos por uma resposta que não veio. O cão, a tremer debaixo da mesa, pensou que eu desistiria e que ali ele estava seguro. Nada é seguro quando a presa tem menos, pelo menos, 20 vezes a minha força e principalmente porque, posteriormente, não poderá explicar a ninguém o que lhe aconteceu. Esta é a derradeira verdade. Continuei com a minha demonstração de força - Agarrei-o como o nunca tinha feito, pela goela e toca de lhe dar chapadas da esquerda, chapadas da direita quando entra a minha mulher. Com o olhar fez o que eu nunca consegui fazer com o maldito cão.
Fui-me sentar, ao canto, na cama do Migalhas e esperei que me fosse dada a ração!
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