No outro dia desfolhei, a minha tentativa de tornar um pequeno caderno em diário.
Não passou disso mesmo, duma tentativa.
Seria o meu diário de Angola, que de inicio parecia ter todo o fulgor para vingar, mas que mais tarde voltou à realidade do simples e insignificante caderno !
Isto para vos explicar que o ser humano, na verdade, tem a capacidade de se adaptar a quase tudo o que o rodeia.
De inicio escrevi como se tivesse medo de perder cada momento, cada situação estranha, cada episódio.
Notei essa necessidade espontânea de captar o momento, quando a mulher do meu colega e amigo, embora ele insista em dizer que não o é, Saragaço visitou Angola.
De máquina em punho, era ver a Vera a tirar fotos a tudo o que mexia:
“isto é incrível, xiii olha para aquele gajo a subir ao poste de electricidade com uma cerveja na mão !; aiii olha-me aquele bêbado a dar porrada no outro; ena pá o barco ia indo ao fundo quando fomos para a praia do Mussulo; então o policia está a pedir que lhe dêem dinheiro ?”
Não é que sejamos insensíveis, mas na verdade já quase tudo nos parece normal.
O quase é quebrado, quando encontramos situações como esta. Onde o chão que pisamos passa a ter um significado e uma importância que jamais imaginaríamos que fosse possível.
Não passou disso mesmo, duma tentativa.
Seria o meu diário de Angola, que de inicio parecia ter todo o fulgor para vingar, mas que mais tarde voltou à realidade do simples e insignificante caderno !
Isto para vos explicar que o ser humano, na verdade, tem a capacidade de se adaptar a quase tudo o que o rodeia.
De inicio escrevi como se tivesse medo de perder cada momento, cada situação estranha, cada episódio.
Notei essa necessidade espontânea de captar o momento, quando a mulher do meu colega e amigo, embora ele insista em dizer que não o é, Saragaço visitou Angola.
De máquina em punho, era ver a Vera a tirar fotos a tudo o que mexia:
“isto é incrível, xiii olha para aquele gajo a subir ao poste de electricidade com uma cerveja na mão !; aiii olha-me aquele bêbado a dar porrada no outro; ena pá o barco ia indo ao fundo quando fomos para a praia do Mussulo; então o policia está a pedir que lhe dêem dinheiro ?”
Não é que sejamos insensíveis, mas na verdade já quase tudo nos parece normal.
O quase é quebrado, quando encontramos situações como esta. Onde o chão que pisamos passa a ter um significado e uma importância que jamais imaginaríamos que fosse possível.
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