Hoje em dia todos temos a extrema facilidade de “decorar” aniversários: Seja pela ajuda dos espaços sociais ou por um lembrete do telemóvel e no meu caso, se a pessoa for da família da minha mãe estou completamente garantido que serei dos primeiros a felicitá-lo pela bonita data.
Começo verdadeiramente a ficar assustado com o facto de fazer anos todos os anos. Parece confuso, mas quando vasculho na minha memória e percebo dramaticamente que ainda sou do tempo em que:
- não havia telemóveis e os meus Pais para saberem de mim, na melhor das hipóteses, tinham a esperança que eu chegasse, no máximo, uma hora atrasado ao recolher obrigatório;
- não havia internet e o meu computador de topo, depois de muita graxa aos meus Pais, era um 48 K, onde os jogos corriam com aquelas cassetes manhosas, com um barulho inigualável e umas barras horizontais todas às cores a correrem de cima para baixo e vice-versa;
- todos brincavam na rua ao pião, ao guelas, às escondidas, ao mata, ao quarto escuro e as corridas dos carrinhos de esferas eram apoteóticas e encantadoras;
- usava-se passe social, e quem tinha o L123 era olhado com respeito por ser um homem viajado e eu tinha a sorte de o meu irmão ser parecido comigo e poder assim ser o João Filipe nos transportes públicos;
- a pornografia existente seria, na melhor das hipóteses, uma revista de um amigo que por sorte tinha encontrado aquela preciosidade no armário do Pai e esse amigo passava a ser visto como um herói de uma geração, aí sim, verdadeiramente À RASCA;
- em que a o Ax desaparece do mercado e aparece o maldito e desconhecido “cavalo” que arrasa completamente a quem se atravessa pelo caminho;
- Só existiam dois canais de televisão e os primeiros vídeos com duas cabeças faziam as maravilhas de quem queria ver um filme novamente;
E a lista pode ser tão extensa quanto a memória o permitir.
Os meus Pais diziam-me que no tempo deles os brinquedos mais sofisticados eram caricas e latas velhas, eu direi aos meus filhos que no tempo do meu tetravô o homem, provavelmente, já tinha descoberto a roda e que no meu tempo tudo passou demasiado depressa…
Falta 1 pequeno Pormaior...
ResponderEliminarDepois de andares uns tempos com o passe desse gajo, um dia, no metro entraram os famosos PICAS e tu atrapalhado desde Bandeira :)
Claro que correu mal, lá se foi o passe, a sorte foi a mãe conhecer alguém lá que acabou por devolver o passe.
Mas boa memória, isso foi mais ou menos em 1995...