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Rim

O meu amigo Fozzy foi sujeito a uma intervenção cirúrgica, e não digo que foi operado porque este homem é de grande nível, para lhe retirarem um dos rins. Pois, não convinha que lhe tirassem os dois. Bem, mas meio alarmado, contou-me o que se passava - Um dos rins, pelo que os médicos diziam, não estava a funcionar e pressupunham que nunca tivesse desempenhado as suas funções. De maneira que a melhor coisa a fazer era tirar este calão dalí para fora.

Como eu não posso ter tudo (sou hipocondríaco de ultimo grau) tenho um outro amigo, de seu nome Vitor Castro, os amigos chamam-lhe Vitinha, que nasceu sem um rim e só o soube há poucos anos atrás, quando lhe fizeram uma “revisão” geral. Este rapaz de 42 anos, para além de ser um bom amigo, bebe como se o mundo fosse acabar amanhã. E eu percebo-o, porque nunca se sabe! Mas sabemos, que os rins, situam-se atrás do peritoneo… logo aí é preciso ter algum respeito por eles, e depois, agora em linguagem mais brejeira (ao meu nível portanto), estes meninos tem como função filtrar toda a porcaria que bebemos para uma bela mijadela. Tendo o Vitinha só um rim, eu imagino-o como uma espécie de um sujeito que é corrector de uma bolsa de Nova Iorque - Não tem “pano para mangas”.

Isto tudo à conclusão que os bons exemplos são para se seguir e não estamos a falar dos tipos que só têm um rim, não vá a malta começar a correr para o hospital a gritar “tirem-me um rim, tirem-me um rim…” mas sim, de heroicamente sabermos o que devemos fazer com o que temos, neste caso dar bastante trabalho/distracção a um órgão que acabou de perder o seu semelhante.

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Mulheres

Os homens não se medem aos palmos, já as mulheres ninguém tem ideia de como é que se podem medir. Todos sabemos as enormes habilidades que têm para encontrar uma boa discussão num pacote que ficou meio aberto, ou uma gaveta que ficou mal fechada. Temos essa noção e lutamos constantemente por uma perfeição completamente utópica. Pela história da humanidade comprova-se que muitos desistiram a meio. Mas só para ganhar fôlego, voltaram sempre a tentar, são poucos aqueles que não meteram, de novo, a cabeça no cepo. Continuaremos sempre a insistir e há heróis que conseguem uma vida inteirinha partilhada com o furacão feminino. São raros os casos em que assumem uma vida sem justificações - fazer exactamente aquilo que lhes apetece, chamada uma vida livre, uma vida de sonho. A pergunta parece ser simples “porquê?” Será que existe uma resposta coerente? Uma das justificações pode ser o facto de o ser humano ter um instinto masoquista. Mas penso que o caminho não será por aí. Todos sabem...

A senhora que corria!

Corria a Senhora, e diga-se, com uma pressa como nunca a vi, quando uma das botas lhe salta. Voltará atrás? Será a pressa tão importante para mesmo assim continuar sem se preocupar com mais nada? … a senhora voltou mesmo atrás! Sentou-se no banco do jardim mais próximo e, com uma calma inesperada, descalça a outra bota e de dentro da mala puxa de um caixa que continha uvas podres! Indignada joga tudo para o lixo e volta a correr desalmadamente … Não viu que atravessara uma estrada muito movimentada. Foi tolhida por um camião! Pobre coitada. Todos lhe juravam um futuro risonho!