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Quem tem medo? Eu não !




Admito que desde criança, nunca fui um rapaz que simpatizasse muito com a bicharada. Lembro-me que a primeira vez que peguei num gafanhoto, que é dos insectos que mais admiro, assim como as baratas, principalmente as voadoras, que as acho simplesmente fascinantes, eu estava com mais medo que ele. Mas peguei e simulei uma brincadeira, parva, mas que tinha que ser feita para disfarçar uma falha na minha masculinidade, e corri para uma colega minha a fingir que a estava a aterrorizar, e na verdade estava, não só a ela, mas só eu sabia disso. Admito que para um homem não fica bem ter qualquer tipo de receio, de que bicho seja, mas em compensação sempre tive voz grossa e uma aptidão para não gostar de bonecas.
Recordo com saudade a minha infância assim como, imagino eu, qualquer um de vocês. Naquela altura não era previsível que o tempo passasse, pelo menos com a rapidez que agora, a esta distância, temos a sensação que ele passou. E passa rápido, como um foguete que nos escapa das mãos sem o podermos agarrar. Era bom que em certas alturas disséssemos ao tempo “espera aí, agora acalmas um pouco, que me está a saber pela vida este bocadinho”.
Mas, como tudo o que é bom, não nos cabe dizer por quanto tempo deve permanecer, resta-nos, a nós, miseráveis seres que pensamos ser gigantes, nesta imensidão que é o Universo, aproveitar caladinhos, sem dar nas vistas, o que nos é oferecido pela mão sagrada.

O meu fim-de-semana foi diferente, para melhor, porque não é só na infância que há bons momentos, mas vocês já devem desconfiar disso, e aproveito para agradecer à Vera Saragaço que teve o trabalho de organizar esta estadia na Roça das Mangueiras. Não vos aconselho a pesquisarem este sitio no Google, porque vão ficar com inveja, como eu ficaria, e como pecado mortal não seria bom, a duas ou três semanas do Natal, algum de nós ficar pelo caminho.

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TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

FAZIA TUDO

Eu espero sempre o pior das pessoas. Nunca fico à espera de qualquer espécie de bondade. Talvez porque seja aquilo que eu vejo em mim: pouca bondade disfarçada com alguma disponibilidade. Na minha cabeça tento camuflar tudo isto. Por isso me emociono e me espanto com pessoas genuinamente boas. Duvido sempre delas até ter absoluta certeza. Para mim, querem sempre algo em troca. Nenhum acto é por acaso. Quando as vejo a perder tempo com os outros, acho estranho. O mundo não é assim. Eu não sou assim. Eu trabalho porque recebo ordenado. Perco tempo em fazer comida porque tenho fome e gosto de comer. Tento fazer exercício porque sei que terei a compensação do esforço. Todos os meus actos têm como base uma recompensa. Conheci cedo a bondade. A dos meus Pais. Mas dos Pais é suposto haver bondade. Uma bondade obrigatória. O tal «coração fora do peito» que as pessoas dizem e que me irrita particularmente esta expressão. Mais tarde, já no secundário, conheci a bondade pura. Foi estranho. Muito ...

Obrigado pelo vosso miminho !

Tinha que partilhar este vídeo - Não para vos mostrar as minhas qualidades fotogénicas, mas porque adorei a surpresa. Obrigado minhas lindas!