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A HISTÓRIA DO PEDRO

Quem quer sentir o que é a eternidade basta perguntar ao Pedro como é que foi o seu fim-de-semana


O Pedro estava a contar uma história. Uma das muitas que conta. As histórias do Pedro, conheço-as eu bem, são intermináveis. Ele para dizer, por exemplo, que encontrou determinada pessoa ao sair do restaurante a seguir ao jantar, começa por contar como acordou sobressaltado com um sonho que teve. Relata todo o seu dia, com pormenores massudos e exaustos, levando qualquer um ao desespero. Esta história que ele contava era como tantas outras mas com uma agravante: Tínhamos uma pessoa nova no grupo que para ser simpática prestava toda a atenção e ainda por cima ia fazendo perguntas. Eu sempre disse que quem quer sentir o que é a eternidade basta perguntar ao Pedro como é que foi o seu fim-de-semana. A Elisa rapidamente foi mudando o semblante quando o resto do grupo já conversava entre si e a deixava à mercê do ávido Pedro, que passados 15 minutos ainda nem sequer desvendara o que lhe queria realmente contar. Depois há uma característica fortíssima no interlocutor que não se deixa ludibriar com quem quer apressar a história - “e depois?”. Continua com toda a sua calma e acrescentando, invariavelmente, pormenores e situações que se vai recordando - encontra constantemente histórias dentro da sua própria história. É desesperante, não vale a pena estar com rodeios, e a Elisa passados 67 minutos, contei-os eu, já não sabia o que fazer e o que dizer para terminar com aquela agonia. Os lugares não foram escolhidos ao acaso e deixamos sempre lugares VIP para quem ainda não conhece o Pedro. É uma forma maldosa de bem-receber, poderão pensar os leitores, mas para aquele grupo é um filtro fortíssimo e uma etapa fundamental para que se consiga integrar. O jantar já estava na sobremesa e a Elisa mostrava indicies muitos forte de desistência. Seria uma pena, já há muito tempo que não tinhas alguém tão forte e prestes a chegar à recta da meta. Todos os olhos estavam postos na Elisa e já se faziam apostas. Eu apostei forte nesta rapariga desde o início. Por ser gorda e feia achei, por maldade confesso, que teria que ter outros atributos para que pudesse atrair as pessoas, como a simpatia, a tolerância e um poder de encaixe acima da média. E de facto estava comprovado que a Elisa tinha todos estes atributos e só lhe restavam poucos passos para conquistar toda a nossa admiração. O Pedro avançava como nunca e quando pegava no copo de vinho branco, para molhar a boca, e terminar como todo aquele sofrimento, a Elisa com a voz a trémula mas mostrando de que fibra é feita, pergunta “Mas foi a primeira vez que te aconteceu?” O aplauso foi geral e de pé!

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Obrigado pelo vosso miminho !

Tinha que partilhar este vídeo - Não para vos mostrar as minhas qualidades fotogénicas, mas porque adorei a surpresa. Obrigado minhas lindas!

Dedicado...

As amizades conquistam-se. Não se fazem ao sprint nem com esforços desmedidos. E eu tenho algumas amizades para conquistar. Daquelas boas… que enchem a alma, que cobrem os nossos medos como um escudo. Que não se desfazem com uma zanga, que não desaparecem por vergonha de o tempo passar. As amizades perduram, não se perdem com o tempo. As amizades não são uma absorção desmedida, uma perseguição diária, uma intensidade absurda. Amizade é poder dizer um “não” com convicção, um sim por tolice, um talvez se me apetecer. Amizade é fazer mais do que eu faço, e menos quando tiver que ser. Amizade não é o indicador apontado... ou deixar o outro amuado. Amizade não é alegria constante. Não é puro divertimento e euforia. Amizade não é uma festa, não é um encanto. Amizade é uma necessidade… é uma solidão que se apaga. Amizade é conhecimento. Amizade é uma tristeza partilhada, uma lágrima que se abafa … um sorriso nas brumas, um sopro teu! Para ti Tiago Jorge dos Santos Roseiro uma grande e eterna ...