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OS FILHOS DAS VACAS



A vaca dá leite e passados tantos anos parece que descobriram que não é bom para nós. Diria que é normal porque a mulher também dá leite e, como neste caso, o leite é exclusivo para os seus descendentes. Não me parecia lógico andar a explorar o leite da mulher e comercializar pacotes de litro com um rótulo de uma mulher num campo verdejante. Por isso há que respeitar também as vacas e os próprios bezerros que, tal como nós filhos de mães portadoras de leite, têm todo o direito a serem alimentados em exclusivo pelas suas progenitoras.
O mercado rapidamente adaptou-se a estas novas exigências e hoje em dia há uma panóplia de leites: Coco, soja, amêndoas e por aí fora. Os benefícios para a saúde destes leites estão a ser explorados por estudos, provavelmente, pagos pelas próprias marcas e produtoras destes leites. O que é importante em qualquer estudo, assim como em qualquer notícia, é contar uma história que pareça credível e que vá ao encontro do benefício próprio. O fazer bem à saúde é relativo e para quem tem pena das vacas por serem exploradas tem aqui uma oportunidade de oiro - Aí sim podemos fazer a diferença. Eu por exemplo não bebo leite de vaca há muitos anos. Não pelas vacas, que merecem todo o meu respeito, mas porque sou altamente alérgico à lactose. Em relação aos outros leites o meu primo levantou uma questão pertinente. Para ele é difícil perceber como extraem o leite de elementos que não são possuidores de tetas. Convido-vos leitores a imaginarem, por exemplo, uma amêndoa a ser ordenhada e farão a mesma cara que eu fiz com esta excelente observação. Concluindo, até porque este texto merece, cabe a cada um de nós pensar um pouco sobre o leite que damos a beber aos nossos filhos. Não é só proibir os doces e os fritos mas sermos nós próprios críticos ao ponto de nos questionarmos de qual o leite que devemos consumir. As vacas já merecem descanso e os seus filhos agradecem.

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Mulheres

Os homens não se medem aos palmos, já as mulheres ninguém tem ideia de como é que se podem medir. Todos sabemos as enormes habilidades que têm para encontrar uma boa discussão num pacote que ficou meio aberto, ou uma gaveta que ficou mal fechada. Temos essa noção e lutamos constantemente por uma perfeição completamente utópica. Pela história da humanidade comprova-se que muitos desistiram a meio. Mas só para ganhar fôlego, voltaram sempre a tentar, são poucos aqueles que não meteram, de novo, a cabeça no cepo. Continuaremos sempre a insistir e há heróis que conseguem uma vida inteirinha partilhada com o furacão feminino. São raros os casos em que assumem uma vida sem justificações - fazer exactamente aquilo que lhes apetece, chamada uma vida livre, uma vida de sonho. A pergunta parece ser simples “porquê?” Será que existe uma resposta coerente? Uma das justificações pode ser o facto de o ser humano ter um instinto masoquista. Mas penso que o caminho não será por aí. Todos sabem...

A senhora que corria!

Corria a Senhora, e diga-se, com uma pressa como nunca a vi, quando uma das botas lhe salta. Voltará atrás? Será a pressa tão importante para mesmo assim continuar sem se preocupar com mais nada? … a senhora voltou mesmo atrás! Sentou-se no banco do jardim mais próximo e, com uma calma inesperada, descalça a outra bota e de dentro da mala puxa de um caixa que continha uvas podres! Indignada joga tudo para o lixo e volta a correr desalmadamente … Não viu que atravessara uma estrada muito movimentada. Foi tolhida por um camião! Pobre coitada. Todos lhe juravam um futuro risonho!