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Suspender ou Dispensar?


Suspender ou dispensar?
Nunca sei qual destes escolher, principalmente quando o meu despertador toca às sete da manhã! São duas palavras aparentemente simples, mas mal escolhidas pela Windows como opção para adiar o despertador para dali a dez minutos (suspender) ou para cancelar essa repetição (dispensar).
Agora que já desabafei sobre este tema que me assola todas as manhãs, queria-vos dizer que gosto de viajar, muito mesmo, mas não tenho paciência para ouvir, quando as pessoas, começam a enumerar onde é que já foram. Em primeiro lugar porque não viajo para competir com ninguém e em segundo porque não me interessa saber onde é que elas já foram. Parece rude dizer isto assim, mas sejamos sinceros: A internet serve, para além de muitas coisas, para vermos através de vídeos ou fotografias praticamente todos os cantos do mundo. E podemos escolher o que queremos ver e o tempo que dispensamos (bela palavra) para o fazer. Museus, catedrais, igrejas, monumentos e afins, para mim, poderão ter a mesma importância que uma pedra pontiaguda no meio de uma serra. Em conversa com um colega, que teve como prenda de anos uma belíssima viagem a Florença, apercebi-me que com a companhia certa poderia ir passar uma semana em beleza a visitar as Igrejas da Musgueira. Acredito que em alguns casos se gasta dinheiro em viagens para se dizer, ou mostrar, que andámos de avião ou fomos para fora. Mas isto sou eu que vejo sempre um fundo mau nas pessoas quando, lá está, no fundo elas merecem o mundo. Já fui muito feliz numa visita ao Castelo de Ourique, por exemplo. Fica a duas horas de Lisboa e poderá ser um sítio de sonho, para quem gosta de fotografias em contraluz, porque no miradouro dá a sensação que estamos no Texas. Recomendo, se me permitem, um restaurante – O Lobo - onde se come maravilhosamente bem e, por acaso, é de um primo meu. Ainda tentei convencer esta visita ao meu colega que vai para Florença gastar o triplo do dinheiro. Para além disso não conseguirá escolher o melhor prato da ementa porque não percebe a língua, e tenho a certeza que com Alentejanos a conversa não seria fiada. Fica o apontamento, até porque não vos quero maçar mais, e suspendam ou, se possível, dispensem ir para fora quando cá dentro a conversa é sempre outra!

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Mulheres

Os homens não se medem aos palmos, já as mulheres ninguém tem ideia de como é que se podem medir. Todos sabemos as enormes habilidades que têm para encontrar uma boa discussão num pacote que ficou meio aberto, ou uma gaveta que ficou mal fechada. Temos essa noção e lutamos constantemente por uma perfeição completamente utópica. Pela história da humanidade comprova-se que muitos desistiram a meio. Mas só para ganhar fôlego, voltaram sempre a tentar, são poucos aqueles que não meteram, de novo, a cabeça no cepo. Continuaremos sempre a insistir e há heróis que conseguem uma vida inteirinha partilhada com o furacão feminino. São raros os casos em que assumem uma vida sem justificações - fazer exactamente aquilo que lhes apetece, chamada uma vida livre, uma vida de sonho. A pergunta parece ser simples “porquê?” Será que existe uma resposta coerente? Uma das justificações pode ser o facto de o ser humano ter um instinto masoquista. Mas penso que o caminho não será por aí. Todos sabem...

A senhora que corria!

Corria a Senhora, e diga-se, com uma pressa como nunca a vi, quando uma das botas lhe salta. Voltará atrás? Será a pressa tão importante para mesmo assim continuar sem se preocupar com mais nada? … a senhora voltou mesmo atrás! Sentou-se no banco do jardim mais próximo e, com uma calma inesperada, descalça a outra bota e de dentro da mala puxa de um caixa que continha uvas podres! Indignada joga tudo para o lixo e volta a correr desalmadamente … Não viu que atravessara uma estrada muito movimentada. Foi tolhida por um camião! Pobre coitada. Todos lhe juravam um futuro risonho!