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"Voltarei quando necessário!"



Ele era o maior. Nunca lembro de ser menos que isto. O impossível estava sempre dentro dos seus parâmetros. Lembro-me, como se fosse hoje, que os seus discursos não davam espaço a outras vozes. As opiniões dos outros eram uma espécie de um sopro fraco numa vela a precisar de vendavais. De peito feito a tudo o que mexia a sua convicção era impenetrável. Até um dia - E não digo isto como se lhe desejasse um mau presságio - O homem era mesmo admirável. Num dos dias das suas inúmeras palestras, onde havia sempre choro, alaridos e mulheres que desmaiavam, uma rapariga, com os seus 23 anos, pediu a palavra com a mão no ar. Não foi mais do que isto e, por incrível que pareça, aquele gesto simples com o braço levantado, chamou a atenção de quase metade da plateia, incluindo, claro está, do orador. Subiu ao púlpito com uma calma e tranquilidade intransponível. Era de pele morena e cabelo comprido e encaracolado. Usava um vestido simples e na mão tinha, ao que parecia à distância a que eu estava, uma espécie de instrumento de sopro. Bateu, com a palma da mão esquerda, duas vezes no microfone e o silêncio passou a ser absoluto. Levou à boca o instrumento. Manteve-se imóvel e sem fazer qualquer barulho durante tanto tempo quanto o que era necessário para o silêncio se manter. De seguida o seu sopro fez ecoar um som estridente, agudo e quase insuportável. Num movimento repentino parou com as mãos esticadas junto ao corpo e sorriu. Bateu, novamente, duas vezes no microfone e disse as seguintes palavras, que até hoje nunca mais foram esquecidas: Voltarei quando for necessário! E nunca mais aquele palanque teve oradores que não lhes tremesse as pernas quando subiam os três degraus para discursar!

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Obrigado pelo vosso miminho !

Tinha que partilhar este vídeo - Não para vos mostrar as minhas qualidades fotogénicas, mas porque adorei a surpresa. Obrigado minhas lindas!

Dedicado...

As amizades conquistam-se. Não se fazem ao sprint nem com esforços desmedidos. E eu tenho algumas amizades para conquistar. Daquelas boas… que enchem a alma, que cobrem os nossos medos como um escudo. Que não se desfazem com uma zanga, que não desaparecem por vergonha de o tempo passar. As amizades perduram, não se perdem com o tempo. As amizades não são uma absorção desmedida, uma perseguição diária, uma intensidade absurda. Amizade é poder dizer um “não” com convicção, um sim por tolice, um talvez se me apetecer. Amizade é fazer mais do que eu faço, e menos quando tiver que ser. Amizade não é o indicador apontado... ou deixar o outro amuado. Amizade não é alegria constante. Não é puro divertimento e euforia. Amizade não é uma festa, não é um encanto. Amizade é uma necessidade… é uma solidão que se apaga. Amizade é conhecimento. Amizade é uma tristeza partilhada, uma lágrima que se abafa … um sorriso nas brumas, um sopro teu! Para ti Tiago Jorge dos Santos Roseiro uma grande e eterna ...