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"Voltarei quando necessário!"



Ele era o maior. Nunca lembro de ser menos que isto. O impossível estava sempre dentro dos seus parâmetros. Lembro-me, como se fosse hoje, que os seus discursos não davam espaço a outras vozes. As opiniões dos outros eram uma espécie de um sopro fraco numa vela a precisar de vendavais. De peito feito a tudo o que mexia a sua convicção era impenetrável. Até um dia - E não digo isto como se lhe desejasse um mau presságio - O homem era mesmo admirável. Num dos dias das suas inúmeras palestras, onde havia sempre choro, alaridos e mulheres que desmaiavam, uma rapariga, com os seus 23 anos, pediu a palavra com a mão no ar. Não foi mais do que isto e, por incrível que pareça, aquele gesto simples com o braço levantado, chamou a atenção de quase metade da plateia, incluindo, claro está, do orador. Subiu ao púlpito com uma calma e tranquilidade intransponível. Era de pele morena e cabelo comprido e encaracolado. Usava um vestido simples e na mão tinha, ao que parecia à distância a que eu estava, uma espécie de instrumento de sopro. Bateu, com a palma da mão esquerda, duas vezes no microfone e o silêncio passou a ser absoluto. Levou à boca o instrumento. Manteve-se imóvel e sem fazer qualquer barulho durante tanto tempo quanto o que era necessário para o silêncio se manter. De seguida o seu sopro fez ecoar um som estridente, agudo e quase insuportável. Num movimento repentino parou com as mãos esticadas junto ao corpo e sorriu. Bateu, novamente, duas vezes no microfone e disse as seguintes palavras, que até hoje nunca mais foram esquecidas: Voltarei quando for necessário! E nunca mais aquele palanque teve oradores que não lhes tremesse as pernas quando subiam os três degraus para discursar!

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

CURTA METRAGEM - TRAILER

Aqui fica o Trailer da próxima Curta-metragem. A estreia está para breve e somente condicionada por verbas em falta de patrocinadores. Esperemos que honrem os seus compromissos e que possamos finalizar esta Curta Metragem. Espero que gostem. http://seguesoma.blogspot.com/

Não tem outro nome, é: FUTEBOL!

Sei que é um tema que não interessa a muita gente, mas tenho que confessar: Sou um amante do futebol. E ser um amante do futebol não é só ver 22 malucos atrás de uma bola. Há muitas coisas, para além desta adjectivação, que me fascinam neste grande modalidade. Como por exemplo: - As altas pressões que aqueles atletas, com pouca experiência de vida, são sujeitos. Com estádios cheios e almas carentes de descarregar as suas energias negativas; - O estudo exaustivo e obrigatório da equipa adversária e a consequente estratégia de “batalha” que implementam para ganhar a “guerra”; - A capacidade de liderança dos treinadores que são obrigados a se desmultiplicarem, cada vez mais, para serem competentes: Líderes, amigos, conselheiros, gestores de uma imensidão de recursos humanos, estrategas, comunicadores, etc etc - A dança maravilhosa e hipnotizadora de cada equipa, para quem tem o privilégio de ver um jogo no estádio; - A euforia do golo; - A paixão, inquestionável, de um adepto; - As confer

VAMOS ABATER PESSOAS?

Q uase 12 mil cães e gatos foram abatidos durante o ano de 2017. Acho interessante esta medida de forma a controlar estes animais vadios ou, e sendo mais justo para com eles, que foram abandonados. Tenho pena que esta medida não possa transitar para outros patamares. Todos sabemos que existem umas quantas pessoas que mereciam falecer, e esperar que lhes aconteça algum acidente ou que apanhem uma doença fulminante não é de todo motivador para todos nós. Por isso termos a hipótese de por fim à vida a quem nos incomoda parece-me genial. Poderíamos começar pelas, e dando a primazia a quem foi o rastilho e principiou este projecto, criaturas que se fartaram de ter os seus animais de estimação e resolveram esta equação de uma forma muito simples: pô-los fora de casa para que aprendessem como a vida é complicada quando temos alguém com consciência e que tem a bondade de nos ensinar que afinal a vida não é só comer, dormir e passear. Estes seriam, e com todo o mérito, os primeiros da lista.