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À Pedrada

Os putos brincavam à pedrada, foi mesmo à bocado que isso aconteceu nos arredores de Luanda. Hoje em dia, em Portugal, já não se joga, ou brinca, a um desporto tão lúdico como este – fugir de calhaus. Eram três crianças de um lado e uma mais pequena do outro. Assim pode parecer injusto ou até dar pena, mas a mais pequena de todas era a mais afoita. Com a parte de baixo da camisola, dobrada para cima a fazer de saco, era um ver se te avias enquanto as outras fugiam a seis pés. Nunca percebi essa dos “sete pés”… estaria algum perneta pelo meio? Enfim, por zarolhice ou pressa da minha parte acabei por não ver nenhuma a levar com um calhau na cabeça, que no fundo, e para mim, é o mais interessante e bonito desta brincadeira. Hoje em dia a miudagem brinca a outras coisas, e acho bem, não quero estar agora aqui a dizer que “no meu tempo é que era”. Até porque lembro-me bem que eu não tinha paciência nenhuma para as histórias que os meus Pais me contavam sobre o tempo deles – brincavam com latas de atum e caricas a fazer de rodas e era uma sardinha para sete, etc etc… Cada tempo o seu tempo e é por isso que continua tudo igual. Choramo-nos na mesma. Somos peritos nisso. A choradeira faz parte da minha vida. Ainda hoje estico o beicinho cada vez que me contrariam. Por isso recuso-me cumprimentar alguém com um “tudo bem?” Não quero saber. Não estou interessado. Pimenta no cu dos outros será sempre refresco para mim.

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Obrigado pelo vosso miminho !

Tinha que partilhar este vídeo - Não para vos mostrar as minhas qualidades fotogénicas, mas porque adorei a surpresa. Obrigado minhas lindas!

Dedicado...

As amizades conquistam-se. Não se fazem ao sprint nem com esforços desmedidos. E eu tenho algumas amizades para conquistar. Daquelas boas… que enchem a alma, que cobrem os nossos medos como um escudo. Que não se desfazem com uma zanga, que não desaparecem por vergonha de o tempo passar. As amizades perduram, não se perdem com o tempo. As amizades não são uma absorção desmedida, uma perseguição diária, uma intensidade absurda. Amizade é poder dizer um “não” com convicção, um sim por tolice, um talvez se me apetecer. Amizade é fazer mais do que eu faço, e menos quando tiver que ser. Amizade não é o indicador apontado... ou deixar o outro amuado. Amizade não é alegria constante. Não é puro divertimento e euforia. Amizade não é uma festa, não é um encanto. Amizade é uma necessidade… é uma solidão que se apaga. Amizade é conhecimento. Amizade é uma tristeza partilhada, uma lágrima que se abafa … um sorriso nas brumas, um sopro teu! Para ti Tiago Jorge dos Santos Roseiro uma grande e eterna ...