Avançar para o conteúdo principal

À Pedrada

Os putos brincavam à pedrada, foi mesmo à bocado que isso aconteceu nos arredores de Luanda. Hoje em dia, em Portugal, já não se joga, ou brinca, a um desporto tão lúdico como este – fugir de calhaus. Eram três crianças de um lado e uma mais pequena do outro. Assim pode parecer injusto ou até dar pena, mas a mais pequena de todas era a mais afoita. Com a parte de baixo da camisola, dobrada para cima a fazer de saco, era um ver se te avias enquanto as outras fugiam a seis pés. Nunca percebi essa dos “sete pés”… estaria algum perneta pelo meio? Enfim, por zarolhice ou pressa da minha parte acabei por não ver nenhuma a levar com um calhau na cabeça, que no fundo, e para mim, é o mais interessante e bonito desta brincadeira. Hoje em dia a miudagem brinca a outras coisas, e acho bem, não quero estar agora aqui a dizer que “no meu tempo é que era”. Até porque lembro-me bem que eu não tinha paciência nenhuma para as histórias que os meus Pais me contavam sobre o tempo deles – brincavam com latas de atum e caricas a fazer de rodas e era uma sardinha para sete, etc etc… Cada tempo o seu tempo e é por isso que continua tudo igual. Choramo-nos na mesma. Somos peritos nisso. A choradeira faz parte da minha vida. Ainda hoje estico o beicinho cada vez que me contrariam. Por isso recuso-me cumprimentar alguém com um “tudo bem?” Não quero saber. Não estou interessado. Pimenta no cu dos outros será sempre refresco para mim.

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

É desta!

É verdade, chegou ao fim e será para todos nós um grande alívio. Este Blogue começou em Angola, pelo facto de estar longe da minha terra e pela necessidade de exprimir o que me ia na alma. Já se passaram 4 anos, nunca eu pensei que estaria cá tanto tempo, e para mim, não faz mais sentido continuar. Tudo o que começa a ser forçado é o primeiro indício de que tem que acabar. E acaba. Só me resta agradecer a todos os que gostaram de aqui estar, e agredeço também aos que não gostaram - Como na morte, a despedida deve ser sempre camuflada pelo sentimento nobre. Obrigado a todos e encontramo-nos por aí!

Sexta-feira 13

É engraçado constatar que a maioria das pessoas não é supersticiosa: “Eu não acredito nada nessas coisas” Hoje é sexta-feira 13 e foram poucas as pessoas, emigradas em Angola, que arriscaram marcar a viagem para ir de férias neste dia. Por curiosidade, ontem fiz Check in de um colega corajoso que ia viajar precisamente hoje. Todas as filas já estavam praticamente ocupadas, menos a fila 13 ! Realmente era demasiado macabro ir numa sexta-feira 13 e ainda por cima ter a coragem de marcar a viagem na fila 13. Nem uma unica pessoa tinha marcado lugar nesta fila. Como se desse azar. Tem toda a lógica. Todas as outras filas vão viajar tranquilamente, mas a 13 não vai ter descanso. Eu sinceramente também não acredito nessas coisas. Ser ou não ser sexta-feira 13 é-me completamente indiferente. Dá-me é azar, mas de resto…

OLÉ