O gajo já andava a coxear há uns dias. Não liguei, podia-se ter aleijado em qualquer sítio. Podia estar a precisar que reparassem nele, ou então outra coisa qualquer que não tive tempo nem paciência para ponderar. Mas ele continuou, a coxear. Confesso que Já começava a achar estranho, mas entre o bom-dia e a boa-tarde a minha curiosidade não era suficiente para perder uns minutos na berma da estrada a ouvir a sua história. Fui deixando passar. Assim como deixo tanta coisa que não é problema meu. Fui deixando que acabei por deixar tempo de mais. Já nem me lembrava dele de outra maneira. Que importância teria para mim saber da história, ou que importância tinha para ele que eu a soubesse?
Falo-vos do coxo como poderia falar de uma galdéria qualquer. Desta vez calhou a ele, amanhã se calhar sou eu que começo a gaguejar.
Mais uma curta metragem que tem tudo para não ser vista. http://seguesoma.blogspot.com/