É fim do mês e está mais que na hora de receber os ordenados. Por aqui, na cidade mais cara do mundo, a maioria recebe muito pouco. Enquanto os ditos que ditam, as regras, passeiam com tantos milhões que até transbordam dos bolsos. O dinheiro, para a maioria, é distribuído na confusão de um turbilhão de mãos estendidas, ansiosas, para receber o dinheiro. Já antigamente me diziam que “na confusão aproveita sempre o esperto ou o ladrão” e na verdade, no fim das contas, falta um ordenado. O esquema e o proveito de um, ou a trambiquice, como aqui se diz, é o desespero do outro. Quem do pouco tem que alimentar uma ninhada de 7 ou 8 filhos, e mais aqueles que gostam de estar com o cu sentado, torna-se agoniante ao ponto de se fazer ouvir um choro estridente. O esperto sai contente e o burro a chorar. Entre os espertos e os burros sempre acreditei que a tartaruga é quem se escapa. Passa de fininho. Mas espero sempre que o esperto se queime.
Mais uma curta metragem que tem tudo para não ser vista. http://seguesoma.blogspot.com/