É fim do mês e está mais que na hora de receber os ordenados. Por aqui, na cidade mais cara do mundo, a maioria recebe muito pouco. Enquanto os ditos que ditam, as regras, passeiam com tantos milhões que até transbordam dos bolsos. O dinheiro, para a maioria, é distribuído na confusão de um turbilhão de mãos estendidas, ansiosas, para receber o dinheiro. Já antigamente me diziam que “na confusão aproveita sempre o esperto ou o ladrão” e na verdade, no fim das contas, falta um ordenado. O esquema e o proveito de um, ou a trambiquice, como aqui se diz, é o desespero do outro. Quem do pouco tem que alimentar uma ninhada de 7 ou 8 filhos, e mais aqueles que gostam de estar com o cu sentado, torna-se agoniante ao ponto de se fazer ouvir um choro estridente. O esperto sai contente e o burro a chorar. Entre os espertos e os burros sempre acreditei que a tartaruga é quem se escapa. Passa de fininho. Mas espero sempre que o esperto se queime.
Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...