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O Mundo ao contrário




- Olha, sinceramente, os meus parabéns por teres feito aquele mapa do pessoal com tudo organizado e ordenado por ordem de chegada das pessoas a esta obra. O chefe, na minha opinião, vai ficar contente com o teu trabalho.

Passado 5 minutos:

- Tu viste aquele mapa que o Adérito fez? É pá que vergonha, faltavam duas pessoas, tinha erros nas datas e ele foi entregar aquilo assim ao chefe.
Tramar o próximo.
Subir na vida a qualquer custo é das coisas mais frequentes e mais bonitas que tenho visto na concorrência interna das empresas.

- Aquele homem fez a obra do princípio ao fim, praticamente sozinho. Trabalhou quase todos os Domingos e ainda por cima conseguiu acabar antes do prazo estipulado. Não é fenomenal?

- é … mas olha lá, não foi esse gajo que, para aí há 10 anos, na obra de Santa Marta, se enganou nas fundações e depois tiveram que andar a partir aquilo tudo por causa da porcaria que ele fez?

Esta é a essência da vida, a semente que amanhã será flor e depois passará a ser árvore que mais tarde dará frutos.

Continuemos meus Senhores nesta passagem curta pela vida a preocuparmo-nos com quem, aparentemente, é melhor e mais feliz que nós. Porque eles não merecem. Porque eles não sabem dar valor. Pensam que a vida é para ser vivida! Desde quando têm o direito de sorrir? Desde quando têm o direito de mostrar constantemente a sua felicidade? Desde quando têm o direito de passear ao Domingo como se estivesse tudo bem?

Desde quando?


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TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

É desta!

É verdade, chegou ao fim e será para todos nós um grande alívio. Este Blogue começou em Angola, pelo facto de estar longe da minha terra e pela necessidade de exprimir o que me ia na alma. Já se passaram 4 anos, nunca eu pensei que estaria cá tanto tempo, e para mim, não faz mais sentido continuar. Tudo o que começa a ser forçado é o primeiro indício de que tem que acabar. E acaba. Só me resta agradecer a todos os que gostaram de aqui estar, e agredeço também aos que não gostaram - Como na morte, a despedida deve ser sempre camuflada pelo sentimento nobre. Obrigado a todos e encontramo-nos por aí!

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

OLÉ