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SOLUÇÕES RADICAIS (DO AMOLADOR AO MOUNTAIN SONG)

Por vezes os sentimentos menos bons e negativos, como a tristeza ou a raiva, podem ser inspiradores e engrenagens para um patamar superior. Normalmente é na fossa, e no meio do esterco, que o mundo nos obriga a sermos criativos. Não é o meu caso até porque nestes momentos a minha personalidade encarcera por completo qualquer capacidade que eu, supostamente, possa ter de criação. Mas voltando à vaca fria, uma das situações que sempre me irritou e me tirava do sério era a gaita do amolador. Esta gaita tinha o efeito de me enervar e quase sempre me obrigava a parar o que eu estava a fazer para ir à janela e, para além de desejar a morte instantânea ao tipo, constatar quase sempre o mesmo: Ninguém afiava o que quer que fosse naquele homem, que ia com uma espécie de roda de bicicleta enquanto assoprava uma gaita que reproduzia uma repugnante melodia que me entrava pelos ouvidos como um trovão. O tempo veio dar-me razão e esta raça foi extinta. Aquela sonoridade era para mim risível e semelhante a essa banda mítica de U2 que o meu irmão ouvia incessantemente e que me agoniava a cada acorde. Nunca gostei de U2 e o facto de as pessoas sempre pensaram o contrário, fez com que eu passasse a detestar. Parece que é obrigatório gostar. Mas eu, ao contrário destes extremistas de direita, aceito que as pessoas gostem de um ” Sunday bloody Sunday” ou até mesmo de um “With or without you” desde que utilizem fones nos ouvidos. Não têm que mostrar ao prédio inteiro que têm mau gosto. A minha vizinha é um desses casos e enquanto aspira a casa meteu na cabeça que o Bono tem que a acompanhar e ainda por cima aos berros. O homem com aquela voz de gaita de amolador já se intrometeu por demais na minha vida. Continua, passados estes anos todos, a achar que consegue a simpatia dos meus tímpanos. Eu adoraria que isso acontecesse até para que eu pudesse ter alguma paz de espirito. Mas já arranjei uma solução. É uma solução radical (confesso) mas acredito que possa ser genial. Até tenho um vídeo exclusivo para que vocês possam dar a vossa opinião. Todos os sábados em minha casa fazemos uma reunião de amigos e assim que a vizinha começa a aspirar a casa, fazemos a nossa magia. Ora vejam:




Comentários

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

FAZIA TUDO

Eu espero sempre o pior das pessoas. Nunca fico à espera de qualquer espécie de bondade. Talvez porque seja aquilo que eu vejo em mim: pouca bondade disfarçada com alguma disponibilidade. Na minha cabeça tento camuflar tudo isto. Por isso me emociono e me espanto com pessoas genuinamente boas. Duvido sempre delas até ter absoluta certeza. Para mim, querem sempre algo em troca. Nenhum acto é por acaso. Quando as vejo a perder tempo com os outros, acho estranho. O mundo não é assim. Eu não sou assim. Eu trabalho porque recebo ordenado. Perco tempo em fazer comida porque tenho fome e gosto de comer. Tento fazer exercício porque sei que terei a compensação do esforço. Todos os meus actos têm como base uma recompensa. Conheci cedo a bondade. A dos meus Pais. Mas dos Pais é suposto haver bondade. Uma bondade obrigatória. O tal «coração fora do peito» que as pessoas dizem e que me irrita particularmente esta expressão. Mais tarde, já no secundário, conheci a bondade pura. Foi estranho. Muito ...

Obrigado pelo vosso miminho !

Tinha que partilhar este vídeo - Não para vos mostrar as minhas qualidades fotogénicas, mas porque adorei a surpresa. Obrigado minhas lindas!