Demos um ar renovado a este espaço e olhem que giro que ficou! Fizemos bem. Somos daqueles que achamos que tudo, se assim for possível, merece uma mudança. Para nos olharem da mesma maneira mas de um modo diferente. Tudo aborrece se todos os dias estiver igual. Mudar uma simples coisa do lugar faz com que tudo à volta fique diferente. Já não está da mesma maneira. Aquela jarra antes não estava do lado esquerdo da santinha vermelha feita em cera. Agora está do lado direito e mais escondida para trás. Já não é o elemento principal. Passou a ser uma simples peça cerâmica num papel secundário. É triste – uma vida toda a ser a protagonista. Todos reconheciam a sua imponência mas os rumores já não se deixam agarrar. Já todos sabem, e comentam, com uma tristeza profunda carregada de malicia: «Sabes quem é que caiu em desgraça?», perguntam com ironia. De seguida dão a resposta com um sorriso interior que não conseguem disfarçar «A jarra que estava à frente da santinha vermelha feita em cera!» As pessoas anseiam uma mudança que seja dramática na vida dos outros. Mas não é este o caso. Nós aqui mudamos e não tiramos o mérito ao belíssimo aspecto que tínhamos anteriormente. Mas o seu tempo terminou. Não há que esconder isso e quando se chega perto do fim é arrasador. Eu vejo os mais velhos e tenho um profundo respeito e admiração. Deve ser dificílimo ver o fim mais perto. Mas não há volta a dar e o que nos move é a esperança de um dia lá chegar com alguma dignidade. Não precisaremos mais do que alguém que goste de nós, alguém que nos venha visitar. E se vier por gosto acaricia-nos o coração.
Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...
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