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Momentos poéticos - Rui Barreiros

Vamos ter neste espaço o privilégio de ter um poeta com um livro publicado e que se prepara para publicar outro. Rui Barreiros é filho do pintor, músico José Raimundo. Uma pessoa simples, tão simples que acedeu ao convite de nos presentear com alguns dos seus poemas. Tentaremos que ele aceda à difícil missão de, periodicamente, nos dar a esse luxo. Um muito obrigado Rui Barreiros e espero que todos apreciem o teu enorme talento:



AINDA NÃO VI...(AINDA NÃO DESCOBRI)


Quando me ocluso
E ofusco a luz direta
A luz que brilha, que eu não mereço
Estremeço, e abraço o celibato
A exclusão inerte
O amor das outras, secas
Quando percorro a vida
Nela desmonto a forca
A corda roída das fêmeas
Prefiro o Apocalipse meu
Ao sigilo grotesco das catacumbas
Descomprometido da fenda
Da oferenda, às Rainhas
Nas linhas mórbidas do destino
Quando acordo só
Em noites frias, despidas
Sou um coruja, um morcego
O medo em promoção
Em saldos, fácil de comprar
Difícil de mais de manter
De reter entre falsos votos
Quando jogo sem lançar
Sem provocar a aposta
Sou perdedor, nunca predador
Evito, e vomito a indiferença
Sou vencedor na tua crença
Na tua esperança em fortuna
Na lacuna da paixão...
Na minha conclusão, sou demente
Da tesão institucional, na caridade
Sou doente, sem tratamento...

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

É desta!

É verdade, chegou ao fim e será para todos nós um grande alívio. Este Blogue começou em Angola, pelo facto de estar longe da minha terra e pela necessidade de exprimir o que me ia na alma. Já se passaram 4 anos, nunca eu pensei que estaria cá tanto tempo, e para mim, não faz mais sentido continuar. Tudo o que começa a ser forçado é o primeiro indício de que tem que acabar. E acaba. Só me resta agradecer a todos os que gostaram de aqui estar, e agredeço também aos que não gostaram - Como na morte, a despedida deve ser sempre camuflada pelo sentimento nobre. Obrigado a todos e encontramo-nos por aí!

Sexta-feira 13

É engraçado constatar que a maioria das pessoas não é supersticiosa: “Eu não acredito nada nessas coisas” Hoje é sexta-feira 13 e foram poucas as pessoas, emigradas em Angola, que arriscaram marcar a viagem para ir de férias neste dia. Por curiosidade, ontem fiz Check in de um colega corajoso que ia viajar precisamente hoje. Todas as filas já estavam praticamente ocupadas, menos a fila 13 ! Realmente era demasiado macabro ir numa sexta-feira 13 e ainda por cima ter a coragem de marcar a viagem na fila 13. Nem uma unica pessoa tinha marcado lugar nesta fila. Como se desse azar. Tem toda a lógica. Todas as outras filas vão viajar tranquilamente, mas a 13 não vai ter descanso. Eu sinceramente também não acredito nessas coisas. Ser ou não ser sexta-feira 13 é-me completamente indiferente. Dá-me é azar, mas de resto…

OLÉ