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Instalações e o divino!



Vir aqui a este espaço, já de si pobre, falar de casas de banho poderá afugentar os poucos que ainda gostam de ler meia dúzia de linhas sem se cansarem. Mas há questões que têm que ser colocadas e eu não posso continuar a ignorá-las como se elas não existissem.
Poderá parecer esquisito, mas eu gosto de privacidade quando estou numa casa de banho. No trabalho, por exemplo, existem pessoas que gostam de entabular uma conversa no momento em que estou a urinar e isso faz-me querer que o mundo está perdido ou estamos à beira do precipício - Eu não estou propriamente num café, sentado numa mesa a comer um rissol e a beber um Sumol de laranja.
O pior, é que hoje, e foi isto que me fez escrever este texto, quando entrava na casa de banho aflitíssimo devido a uma lasanha vegetariana que comi ontem, encontrei o Alberto Meireles. Cumprimentei-o, por cortesia, com um “Olá, estás bom?” e de seguida entro para um dos dois cubículos que existem com sanita. Enquanto desembainho o cinto o Meireles lembrou-se que seria um momento oportuno para desabafar. Eu pensava que já tinha visto de tudo, mas nunca me ocorreu que uma mulher, neste caso a dele, poderia causar tanta mágoa ao ponto de ele ter que jorrar as suas mágoas numa Instalação Sanitária, onde, ainda por cima, o suposto ombro amigo estava atrás de uma porta sentado numa sanita. A mulher dele, ao que parece, diz que ele deixa tudo desarrumado e que não faz nada bem e quando faz, corrige-o constantemente - Ou seja, até aqui tudo normal - Mas para além disso, enquanto eu fazia força, parece que aconteceu mais qualquer coisa. Não cheguei a saber, pelo menos por enquanto, porque entrou um colega na casa de banho e isso fez com que, vai se lá saber porquê, o Meireles achasse que a conversa tinha que ser adiada. Não acredito em Deus, pelo menos o que vem no antigo testamento, mas de facto existe qualquer coisa… por vezes demora mais um pouco, mas sempre aparece!

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Mulheres

Os homens não se medem aos palmos, já as mulheres ninguém tem ideia de como é que se podem medir. Todos sabemos as enormes habilidades que têm para encontrar uma boa discussão num pacote que ficou meio aberto, ou uma gaveta que ficou mal fechada. Temos essa noção e lutamos constantemente por uma perfeição completamente utópica. Pela história da humanidade comprova-se que muitos desistiram a meio. Mas só para ganhar fôlego, voltaram sempre a tentar, são poucos aqueles que não meteram, de novo, a cabeça no cepo. Continuaremos sempre a insistir e há heróis que conseguem uma vida inteirinha partilhada com o furacão feminino. São raros os casos em que assumem uma vida sem justificações - fazer exactamente aquilo que lhes apetece, chamada uma vida livre, uma vida de sonho. A pergunta parece ser simples “porquê?” Será que existe uma resposta coerente? Uma das justificações pode ser o facto de o ser humano ter um instinto masoquista. Mas penso que o caminho não será por aí. Todos sabem...

A senhora que corria!

Corria a Senhora, e diga-se, com uma pressa como nunca a vi, quando uma das botas lhe salta. Voltará atrás? Será a pressa tão importante para mesmo assim continuar sem se preocupar com mais nada? … a senhora voltou mesmo atrás! Sentou-se no banco do jardim mais próximo e, com uma calma inesperada, descalça a outra bota e de dentro da mala puxa de um caixa que continha uvas podres! Indignada joga tudo para o lixo e volta a correr desalmadamente … Não viu que atravessara uma estrada muito movimentada. Foi tolhida por um camião! Pobre coitada. Todos lhe juravam um futuro risonho!