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Ricos e Pobres




Acho que já todos reparamos que o pobre começou a adoptar o nome de rico para os seus filhos. Agora na Brandoa começou a surgir os Santiagos, na Damaia os Martins, na Amadora os Lourenços e sabe Deus onde isto vai parar.
Os ricos estão em desespero porque quando chamam o seu Martim, olham mais dois ou três com o ranho no nariz e com as mãos cheias de lama. A confusão está lançada porque os ricos não sabem que nomes darão, nas próximas gerações, aos seus filhos. Adoptar os nomes que os pobres usavam poderá ser um risco elevado, na medida que as modas passam e os nomes, ao que parece, vão ficando. Imaginem um Joaquim (Quim), um José (Zé) ou até um Manuel (Manél) a ser entoado pelas ruas da Lapa. Só de pensar até arrepia. Em Cascais já existem reuniões secretas de intelectuais de esquerda sugerindo algo diferente. O desespero é de tal ordem que o “Pantufa” e o “Pirussas” estão a ser equacionados. Porém descer tão baixo com a esperança que o pobre não corra atrás poderá ser a aniquilação do que nos identifica. Mas todo este cenário aterrador não fica por aqui: Em Odivelas, e isto ouvi eu, ninguém me contou, o homem que assa os frangos, imaginem que nem era o dono da Charcutaria, chamou a filha como se de uma estranha se tratasse - “Matilde, você pode chegar aqui que eu já a chamei por duas vezes!”
Eu sei que há mais Marias na terra, mas ninguém, neste momento, consegue garantir por quanto tempo... e se uma mão lava a outra e as duas lavam a cara seria bom, para todos, que pelo menos se retirasse da equação o ranho do nariz.

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

FAZIA TUDO

Eu espero sempre o pior das pessoas. Nunca fico à espera de qualquer espécie de bondade. Talvez porque seja aquilo que eu vejo em mim: pouca bondade disfarçada com alguma disponibilidade. Na minha cabeça tento camuflar tudo isto. Por isso me emociono e me espanto com pessoas genuinamente boas. Duvido sempre delas até ter absoluta certeza. Para mim, querem sempre algo em troca. Nenhum acto é por acaso. Quando as vejo a perder tempo com os outros, acho estranho. O mundo não é assim. Eu não sou assim. Eu trabalho porque recebo ordenado. Perco tempo em fazer comida porque tenho fome e gosto de comer. Tento fazer exercício porque sei que terei a compensação do esforço. Todos os meus actos têm como base uma recompensa. Conheci cedo a bondade. A dos meus Pais. Mas dos Pais é suposto haver bondade. Uma bondade obrigatória. O tal «coração fora do peito» que as pessoas dizem e que me irrita particularmente esta expressão. Mais tarde, já no secundário, conheci a bondade pura. Foi estranho. Muito ...

Obrigado pelo vosso miminho !

Tinha que partilhar este vídeo - Não para vos mostrar as minhas qualidades fotogénicas, mas porque adorei a surpresa. Obrigado minhas lindas!