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A mostrar mensagens de outubro, 2012

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Uma amiga que conheci aqui em Angola e que não posso deixar de partilhar a sua maravilhosa experiência. Tudo se resume a isto, tudo é relativo e temos que caminhar todos para o que realmente é importante. Aqui fica este maravilhoso texto e inspiração: "Com a sede de marcar uma viragem nesse número magico, tomei decisões firmes e estritamente sentenciadas pelo coração. Pela primeira vez, a razão era aprisionada e asfixiada sem ter direito a uma segunda oportunidade. Deixei o meu trabalho, os meus amigos e o meu lar. Deixei Angola, o gerador, as velas, a bomba de agua, a cuca que nunca acabava, o stress, os esquemas, a criatividade na escolha das palavras, as cores, os embondeiros, o semba, o povo alegre, o Pinto, a D. Lena, o Joca e o candongueiro, o Tio Jorge e toda a família da Chicala, os policias de transito que depois de dois dedos de conversa desistiam de multar a "budjurra", as festas de quintal, as aventuras pelas províncias, Caboledo e Carpe Diem, as sessõ

Tudo acaba, não há que ter medo.

Era inverno, mas o calor apertava naquela gruta. Tanto caminharam que nunca imaginariam ir ali parar. Estava escuro, a humidade ensurdecia e o calor, esse, não deixava que ninguém se esquecesse dele nem por um momento. Agarrados, sem dizerem uma palavra, assim suportaram a espera de um milagre. Pelo positivismo dos dois, ninguém esperaria que desistissem facilmente. Mas o massacre continuava, esperanças fugiam por entre as frases semeadas para afugentar o medo. O tempo, esse, não parava e só agudizava a falta de tudo um que um corpo vivo necessita. Nem água, nem comida, nem uma única luz para os guiar. Estava escuro, e a saída estava cada vez mais longe. Eles continuavam agarrados como se dois corpos fossem demasiado pequenos para estarem afastados. Vocês que lêem estas linhas certamente estarão à espera que algo aconteça. Que aja uma reviravolta e que tudo termine como manda o pergaminho. Mas não, não é um texto com esperança. Não é uma linda história para que possamos pegar nela e

O “tu” e o “você”

- Oh pá, estás bom? – Pergunta o António João. - Vou indo, e como você está ? – Retorquiu o Lourenço Martim. - Está tudo em ordem, olha vim bater-te à porta, a ver se me podias dispensar 2 ovos que a minha linda está a fazer uns pastéis de bacalhau e só agora deu por falta deles! - Não sei se lhe poderei dispensar visto que o nosso jantar foi um Ricotto de Chimdli, e como sabe é um prato que contém uma quantidade significativa de ovos. Deixe-me ir ver! - Não precisas caro vizinho eu vou mesmo à mercearia da esquina. - Passe bem Sr.º António e da próxima vez não se esqueça de ver se tem tudo antes de começar qualquer tarefa! O António num rompante volta-se para trás e … (na minha opinião, e para não baixar muito o nível, deveria reunir toda a sua gosma e concentrá-la na face esquerda do Dr.º Martim) Mas não, simplesmente desejou um resto de um bom dia. Adoro quando alguém, que naturalmente não consegue manter a sua posição, ilude o seu próprio Ego pensando que o VOCÊ mant

Diz-me

Andamos com virtualidade a mais - Confissões numa janela de um ecrã qualquer é ,para mim, como um pau de virar tripas com desejo de cheiro a peixe podre. Tenho alguma dificuldade em encontrar amigos de café, amigos de esquinas e de ruas ao acaso. Tenho dificuldade em entender desesperos no Facebook, frases lindas num mural qualquer ou indignações de telejornais que jorram estrume a cada segundo. Tenho dificuldade em perceber o que nos move. Tenho dificuldade em saber o que nos apaixona. Não gosto de livros sem papel, não gosta de música sem saber quem a compôs. Não gosto de cantores afinados que não sabem o que é uma partitura. Detesto artistas da vida, mas adoro interpretações realistas. Não adivinho o que dizem sem o dizerem realmente. Não sei quem são se o não forem. Não vivo com máscara, se me deixarem. "Já não finjo o que não consigo fingir… a minha alma já está farta." Não ando descalço porque parece mal. Não como com as mãos porque me apontam. Não arroto, não cus

Badocha

É verdade, a minha prima vai casar. A Filipa é uma giraça, desde criança que era assim. Quando eramos miúdos, ela tinha alguma vergonha em passear comigo. Somos da mesma idade e para quem não soubesse que eramos primos, poderia dar a entender que aquele badocha, com cabelo seboso, era o seu namorado. Eu agora percebo isso, melhor, confesso que na altura já o percebia, mas para mim era uma oportunidade única de mostrar alguma qualidade feminina ao meu lado. É certo que hoje tudo é diferente – Sou alto, charmoso, bem parecido, postura correta, cavalheiro, bom falante, simpático e tudo o mais que uma mulher pode sonhar. Acaba por ser normal, perdoem-me a modéstia, ser abençoado por uma mulher lindíssima ao meu lado, que dá tudo de si para me tornar na utopia que descrevi à bocado. Bem, mas voltemos à minha prima. A Filipa sempre deu tudo nos estudos, e confesso que para um rapaz como eu, que fez o secundário às três pancadas, era-me difícil perceber, quando ia a casa da minha Tia,

Nada de bom !

O que é que me dá um prazer incomensurável? É a nossa comunicação social - Continua a dar o seu contributo, e de que maneira, para o nosso País. Sempre a massacrar: Pimba, pimba, pimba …. Até dá gosto ver um telejornal, faz-me lembrar aqueles filmes de guerra à moda antiga – Fuzilamentos do principio ao fim! Mas é o normal… eu hoje é que estou mais sensível e pelo pequeno-almoço, enquanto comia a minha tigelinha com cereais e leite, o comando empancou na Sic noticias! Mudando de assunto mas mantendo a qualidade, aviso para o perigo de alguém se identificar com o que eu penso. Tudo bem, se for uma vez por outra, e que esta “outra” não esteja a menos de 6 meses da “uma”, pode ser aceitável embora comece a ser bastante problemático. Agora se isto acontece com maior regularidade do que a acima descrita, é URGENTE abandonarem desde já a vossa família, amigos, cães, gatos, tudo o que mexer, e se deslocarem, só com um saco de cama, para a o monte Alentejano mais isolado que existir. A sé

Para bem de todos nós !

Estou a deixar a comida artificial e começo a virar-me para a comida dita saudável. Dizem que faz bem e eu quero comprovar isso. Fritos, chocolates, bebida com gás e quase todos os tipos de doces passaram a ser como uma espécie de inimigo a cada esquina. Até fiz questão de atestar a minha despensa com estas bestas só para as encarar de frente. Não tenho medo de ninguém e é bom que tenham a nocão disso. Para bem de todos nós, era só isto que eu queria dizer!

E ainda bem!

É já no Sábado que faz quatro anos. Poderia este ser um texto sobre o balanço desta experiência maravilhosa, mas não o é. Bati recordes tal como o Cristiano Ronaldo, e eles existem para isso mesmo, para serem ultrapassados. Mas os meus recordes são pessoais, nada que a nível global mereça qualquer registro. Quatro anos é muito tempo, parece que foi ontem que na mesa do jantar, com a minha família, lanço a jarda como quem come tremoços. Achei que não havia outra maneira de o dizer. Com esta atitude pego nas malas e embarco, sem saber quem iria estar à minha espera e eu certamente esperaria que alguém o fizesse. Foram muitas “esperas” e o que me esperava era uma chapada bem dada. Como a tantos outros que por aqui aparecem. Uns aprendem, outros nem por isso, mas é uma lição que está disponível para todos. Não queria aprofundar mais, porque se não as linhas multiplicam-se e depois é uma verdadeira chatice – Mas, cortei muitas cordas e as que atei nem chega a uma décima daquilo que me li

Não tenho outra maneira de o dizer !

Aprendi a andar de bicicleta muito novo, como se isto fosse importante, mas aprendi rápido. Tão rápido que na primeira semana caí uma infinidade de vezes. Isto para dizer que a determinada altura fartei-me de cair. Arriscava menos e apreciava a viagem. Durou pouco até a paisagem me cansar. Mais umas acrobacias e pimba, lá estava eu no chão outra vez. Havia um puto, tão puto que era mais ou menos da minha idade, que nessas alturas passava sempre por mim, com um olhar altivo, coluna direita e pedalava que nem um maricas. Não tenho outra maneira de o dizer, mesmo como um maricas. Raios parta o puto tinha sempre um ar feliz e nem uma das rodas levantava, dizia que tinha receio. Enfim. Recordo-me, como se fosse ontem, quando pela primeira vez atropelei um velho. A passar a passadeira, ainda por cima. Eu tinha tudo calculado, bastava ele continuar a andar com o ritmo lento, próprio de um velho, que eu lhe passaria a rasar ao braço. O raio do velho, não tenho outra maneira de o dizer, dei

É assim mesmo Joaquim!

Há beira do precipício é que se vêem os homens : - São sempre a mesma coisa… sempre a roubar o povo ! – Explica, indignado, o cidadão Joaquim, quando o amigo se aproxima. - Olha lá, se alguém te perguntar por aquele material que chegou á empresa, dizes que já seguiu e que não te deram a fatura! - É pá não te esqueças é depois de mim, olha que isto anda mau! - Claro que não, fica o que já tinhas combinado! Mas o que estavas para aí a berrar? Sorrateiramente um voz entra no cérebro do Joaquim e diz-lhe ao ouvido “Por vezes, pareces-me um cão que ladra aos pneus dos carros só porque os vê a girar!”

Al Berto

"Não acredito no génio, acredito, sim, na necessidade, na urgência, na ânsia de me manter por um fio entre a queda final e o precário equilíbrio das palavras. O Trajecto escrito de um escritor nada tem a ver com a publicação de livros. Pode-se ser escritor, e nunca ter publicado um livro. Parece-me claro tudo isto. Os mecanismos da escrita são, de certo, mais profundos e misteriosos, para que estejam condicionados à simples publicação dum livro. Se retirarmos todos esse mistério ao acto de escrever, e o votarmos à simples acumulação de 'Trabalho Curricular', o melhor será dar um tiro na cabeça e no que faremos. A poesia, em meu entender, não é propriamente coisa para ser subserviente desses doutores universitários que esgalham uns versos perfeitinhos, muito bem elaborados, como eles dizem. Cheios de técnica, cheios de secura também. [...] Freelancers das semióticas... Palermóides, que não sabem nada sobre o cheiro acre da vida! O Senhor lhes perdoe, a todos! Que não sabem

Cheira-me a urina...

Não que isso me incomode, já me habituei a tudo e de tudo estou farto. Continua o cheiro de pessoas que por aqui passam sem se importar do que deixam para trás. Para eles é momentâneo e para os poucos, tão poucos que cá ficam começa a ser intenso. Mais uns e outros e sempre sem se importarem. Cheira-me a urina e já disse que estou farto.

Viva os legumes!

Hoje é o dia Mundial do animal e por isso mesmo, ontem, o meu jantar foi bacalhau com legumes! Não queria ferir susceptilidades, embora há quem considere o bacalhau um animal. Mas para isso, e não querendo entrar no mundo da Política, porque já chateia, existe por aí muito besta e estes sim são verdadeiros ANIMAIS. Bem, mas voltando ao que interessa. Como em toda a minha vida só tive 3 animais de estimação e dois deles suicidaram-se - Isto é verdade, o primeiro a não aguentar o convívio com a minha pessoa foi um Cágado, o Joaquim, que se jogou do quarto andar. O segundo foi um Gato, o Bu, que se atirou aos cães do vizinho. O sobrevivente ainda está comigo, é certo que só me acompanha à dois pares de meses, mas para mim, melhor, para ele, já é uma grande vitória. Queria-lhe dedicar este dia. Somente a ele e a mais ninguém. Migalhas, aproveita porque os outros dias serão meus. Pelo menos no teu mundo.

É desta!

Olá bom dia, Espero que tenham gostado da minha primeira história, que, diga-se, era uma história bonita. Tinha valor moral e capaz de erguer a vida a qualquer um. Sou provido de inspiração súbita como deu para perceber. Bem, sou obrigado hoje a confessar-me. É verdade, preciso disto, preciso de mandar cá para fora o que é incapaz de ficar lá dentro. Não te preocupes Joaquim não vou contar os teus segredos, aliás eles são de quem os consegue guardar e ninguém, certamente, quereria saber se andas ou não com o marido da Paula. O preconceito não existe nos leitores que frequentam esta “tasca” - Pode ser pobre, o vinho tem mosquito mas é uma “tasca” com muito saber e dignidade. O que tenho para dizer não fere o próximo, não ofende qualquer um e muito menos espantará o mais sensível. É simples e provavelmente já toda a gente o sabe, cá vai: Não gosto de pessoas. Em geral, nada em particular. Ufaaaa, que alívio… já andava há muito para dizer isto!

Que dia !

"Tudo o que pode ser dito deve ser claramente dito. E do que se não pode falar, melhor é calar. (Wittgenstein)" Esta frase encaixa na perfeição neste meu dia.  Porra, assumam-se! - Digam o que pensam, façam o que achem correto, mas não andem com meias intenções, meias palavras e rasguem tudo o que seja a meio! Desabafo feito, espero que tenham um excelente mês de Outubro !