Sou um homem que nunca foi à tropa. E todos sabemos que quem nunca passou por uma experiência, não tirou o proveito de aprender com ela. Como os sábios já várias vezes declararam, e alguns até declamaram, que «só quem está lá dentro é que sabe». Por experiência eu confirmo isso mesmo, já muitas vezes estive do lado de fora (muitas por opção) e realmente fica difícil de saber o que se passa do outro lado. Também é verdade que podemos ter algum conhecimento de experiências que nunca tivemos, mas não vamos por esse trilho, porque se poderá tornar confuso até para a sobejamente conhecida sabedoria, e inteligência, dos nossos queridos leitores.
A conversa da Tropa vem a propósito do que um veterano de guerra (todos os que fizeram pelo menos a recruta se auto intitulam assim) me disse há meia dúzia de dias quando eu tive a infeliz ideia de aceitar um almoço há muito tempo prometido:
- Olha lá! – Começou o tipo com os seus 45 anos e com uma barriga de fazer inveja a uma grávida prestes a dar à luz – Sabes lá tu o que é estar numa semana de campo sem dormir há mais de dois dias e a racionar a água de um cantil no meio de um sol aterrador! – e ao mesmo tempo que terminava a frase esfregava o bandulho com a mão direita, enquanto a outra mão batia na mesa com a força suficiente para que o casal da mesa ao lado, já de si aborrecidos um com o outro, prestasse ainda mais atenção à nossa conversa.
Toda esta sabedoria do que é vivenciar uma experiência, se proporcionou por um comentário meu acerca da «mariquice» de o Pedro achar que estava demasiado sol, para andarmos um bocado a seguir ao almoço. É verdade que o peso que este veterano de guerra possui poderia parecer lógico que ele não queria – nem estava habituado – a fazer fosse o que fosse a seguir a uma refeição. E a ideia era mesmo essa, porque eu tinha de arranjar maneira de evitar uma conversa que, muito provavelmente, se ia alongar sobre as suas inúmeras histórias dos nove meses que passou num quartel com mais de trezentos soldados.
Todos nós, que não fomos à tropa, já vivenciamos, inúmeras vezes, este género de pessoas que insistem em mostrar que a tropa tem um lado muito bom . E como é que eles mostram isso? Com histórias de privações absurdas, berros dos Sargentos e Coronéis e as semanas de campo que parecem ser o Nirvana de todas as experiências.
Como o início do almoço me pareceu prometedor, eu tive a infeliz ideia de dizer que tinha a tarde livre até que ele entrou neste beco sem saída. Por muito que eu quisesse direccionar a conversa para outras direcções, não tive qualquer hipótese. As saídas de emergência foram pensadas, e por estranho que pareça, para as emergências e na hora da aflição o suor que escorria pela pele gordurosa do Pedro incendiou um rastilho no meu cérebro como a única saída possível – o gordo com a pança cheia não vai querer andar! E não quis.
A conversa da Tropa vem a propósito do que um veterano de guerra (todos os que fizeram pelo menos a recruta se auto intitulam assim) me disse há meia dúzia de dias quando eu tive a infeliz ideia de aceitar um almoço há muito tempo prometido:
- Olha lá! – Começou o tipo com os seus 45 anos e com uma barriga de fazer inveja a uma grávida prestes a dar à luz – Sabes lá tu o que é estar numa semana de campo sem dormir há mais de dois dias e a racionar a água de um cantil no meio de um sol aterrador! – e ao mesmo tempo que terminava a frase esfregava o bandulho com a mão direita, enquanto a outra mão batia na mesa com a força suficiente para que o casal da mesa ao lado, já de si aborrecidos um com o outro, prestasse ainda mais atenção à nossa conversa.
Toda esta sabedoria do que é vivenciar uma experiência, se proporcionou por um comentário meu acerca da «mariquice» de o Pedro achar que estava demasiado sol, para andarmos um bocado a seguir ao almoço. É verdade que o peso que este veterano de guerra possui poderia parecer lógico que ele não queria – nem estava habituado – a fazer fosse o que fosse a seguir a uma refeição. E a ideia era mesmo essa, porque eu tinha de arranjar maneira de evitar uma conversa que, muito provavelmente, se ia alongar sobre as suas inúmeras histórias dos nove meses que passou num quartel com mais de trezentos soldados.
Todos nós, que não fomos à tropa, já vivenciamos, inúmeras vezes, este género de pessoas que insistem em mostrar que a tropa tem um lado muito bom . E como é que eles mostram isso? Com histórias de privações absurdas, berros dos Sargentos e Coronéis e as semanas de campo que parecem ser o Nirvana de todas as experiências.
Como o início do almoço me pareceu prometedor, eu tive a infeliz ideia de dizer que tinha a tarde livre até que ele entrou neste beco sem saída. Por muito que eu quisesse direccionar a conversa para outras direcções, não tive qualquer hipótese. As saídas de emergência foram pensadas, e por estranho que pareça, para as emergências e na hora da aflição o suor que escorria pela pele gordurosa do Pedro incendiou um rastilho no meu cérebro como a única saída possível – o gordo com a pança cheia não vai querer andar! E não quis.
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