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A IMPORTÂNCIA DE CONTAR UMA HISTÓRIA BEM CURTINHA

Às vezes é preciso algum esforço para se ver o óbvio. As histórias que todos nós contamos num grupo de amigos, nas empresas onde trabalhamos, ou numa esquina com um desconhecido, têm de ser, cada vez mais, sucintas e objectivas. Ninguém tem tempo, ou paciência, para grandes floreados ou retóricas de promissores oradores. Se queremos contar que fomos ao pão e que pelo caminho encontramos o Manuel, que nos disse que era muito provável que ele ia ficar desempregado devido à empresa, onde trabalha há 20 anos, estar sem os habituais clientes que optam hoje em dia por comprar os produtos via internet . O melhor, sugiro eu, é que primeiramente perguntemos, a quem vamos contar a história, se conhece o Manuel. Se não conhecer nem vale a pena avançar com a história. Caso o nosso passivo, mas impaciente, ouvinte conheça, então poderemos avançar mais um passo. Mas tem de ser rápido porque não o podemos, nem o queremos, perder com coisas superficiais. O melhor é nem dizer que íamos ao pão quando nos deparámos com o Manuel. Isso pode levar-nos a pormenores desnecessários. Passemos logo ao ataque: « O Manuel vai ficar desempregado». Reparem que aqui, com a pressa de contarmos a nossa história, já estamos a deturpar o que nos foi dito pelo próprio Manuel. E ele disse-nos que “provavelmente” ia ficar desempregado. Não nos deu a certeza absoluta. Mas, e por sorte, contemos com que isso realmente venha a acontecer - a desgraça do Manuel poderá nos dar alguma credibilidade. Resumindo: Já conseguimos dizer que o Manuel perdeu o emprego e a amável pessoa que nos ouve continua inclinada para nós, o que demonstra interesse, e com os olhos nitidamente a dizer que temos que ser assertivos. Resta-nos agora escolher se queremos ou não justificar a causa do “provável” ou, com sorte, desemprego. Muita informação, como todos sabemos, poderá ser fatal. Por isso escolho, por agora, não vos contar a vocês, amáveis e fieis leitores, o desenrolar desta hipotética conversa. Talvez numa próxima vez e se tiverem tempo.

Comentários

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

É desta!

É verdade, chegou ao fim e será para todos nós um grande alívio. Este Blogue começou em Angola, pelo facto de estar longe da minha terra e pela necessidade de exprimir o que me ia na alma. Já se passaram 4 anos, nunca eu pensei que estaria cá tanto tempo, e para mim, não faz mais sentido continuar. Tudo o que começa a ser forçado é o primeiro indício de que tem que acabar. E acaba. Só me resta agradecer a todos os que gostaram de aqui estar, e agredeço também aos que não gostaram - Como na morte, a despedida deve ser sempre camuflada pelo sentimento nobre. Obrigado a todos e encontramo-nos por aí!

Sexta-feira 13

É engraçado constatar que a maioria das pessoas não é supersticiosa: “Eu não acredito nada nessas coisas” Hoje é sexta-feira 13 e foram poucas as pessoas, emigradas em Angola, que arriscaram marcar a viagem para ir de férias neste dia. Por curiosidade, ontem fiz Check in de um colega corajoso que ia viajar precisamente hoje. Todas as filas já estavam praticamente ocupadas, menos a fila 13 ! Realmente era demasiado macabro ir numa sexta-feira 13 e ainda por cima ter a coragem de marcar a viagem na fila 13. Nem uma unica pessoa tinha marcado lugar nesta fila. Como se desse azar. Tem toda a lógica. Todas as outras filas vão viajar tranquilamente, mas a 13 não vai ter descanso. Eu sinceramente também não acredito nessas coisas. Ser ou não ser sexta-feira 13 é-me completamente indiferente. Dá-me é azar, mas de resto…

OLÉ