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JAVARDICE SOCIAL

Antes de irem de férias já o anúncio tinha sido feito. Dali a 3 dias estariam a caminho de Londres. Todos sabiam disto, não haveria motivo para tanto espanto. Quando faltavam 2 dias o lembrete foi acionado de novo: “Faltam dois dias para ir de férias!” Acho que neste segundo aviso tiveram 34 gostos. No dia a seguir, finalmente, o casal com 4 filhos ia de férias. O dia foi passando e, confesso, que eu fiquei na dúvida se alguma coisa tinha corrido mal. De 5 em 5 minutos eu ia atualizando a página do Facebook para ver se havia novidades. Até partilhei com a Natalie a minha preocupação em relação a esta família. Admito que na vida real eu mal os conheço, embora os País do Manuel sejam meus vizinhos, mas sei mais da vida deles do que eu próprio queria, o que parece impossível para um curioso por natureza como eu sou. Juro. Eu ficava horas à janela para tentar perceber o que é que a filha mais nova da Deolinda andava a fazer com 2 rapazes atrás do barracão. Mas finalmente veio a noticia, não do que é que a Deolinda andava a fazer, mas desta família: “Estamos prontos para o embarque” Era o título de uma fotografia onde estavam os seis! O dia ainda conseguiu carimbar mais um marco histórico, a chegada, já tardia, a Londres! Tinham chegado há momentos e estava tudo bem. Só assim consegui pregar olho. Já sabia que tinham chegado bem. Uma pessoa, hoje em dia, nunca está descansada com tantas notícias de atentados. Os dias seguintes foram do mais elucidativo que se possa imaginar. Se houvesse um crime naquelas redondezas teríamos a certeza absoluta que não tinha sido ninguém desta família: “Acordamos agora com o céu nublado” a fotografia mostrava ainda o marido sentado na cama virado para a janela do quarto de hotel. Mais uns minutos e estavam a tomar o pequeno-almoço no café Blimond “ Aqui também se comem tostas mistas!” Para os mais distraídos é preciso explicar que noutros Países da Europa também têm por hábito por fiambre e queixo entre duas fatias de pão e espalmá-las com duas placas aquecidas que em inglês se chama “toaster”. O dia pareceu-me que foi brilhante. Só não cheguei a perceber uma ínfima parte do dia, entre as 16:34 e as 16:36, que julgo eu que coincide com a ida do Manuel à casa de banho, devido às 4 cervejas que bebeu, no PUB PULL. No dia a seguir as coisas não podiam estar a correr melhor. Já havia selfies com as míticas cabines telefónicas: “Alô meu amigos, estamos em Londres!” Divinal o apontamento que acompanhava a fotografia. Dali a instantes decidi eu próprio seguir a minha vida e fui comprar um gelado a um café próximo de onde eu vivo. Por coincidência, ou não, encontrei os Pais do Manuel ao balcão do café preocupadíssimos que não tinham notícias do filho e dos seus 4 netos. Poderia não ter dito nada, mas achei por bem descansar o pobre coração daqueles Pais e Avós. Vocês têm a tarde livre? Então vejam aqui comigo como é que estão a correr as férias da vossa família!

TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Mulheres

Os homens não se medem aos palmos, já as mulheres ninguém tem ideia de como é que se podem medir. Todos sabemos as enormes habilidades que têm para encontrar uma boa discussão num pacote que ficou meio aberto, ou uma gaveta que ficou mal fechada. Temos essa noção e lutamos constantemente por uma perfeição completamente utópica. Pela história da humanidade comprova-se que muitos desistiram a meio. Mas só para ganhar fôlego, voltaram sempre a tentar, são poucos aqueles que não meteram, de novo, a cabeça no cepo. Continuaremos sempre a insistir e há heróis que conseguem uma vida inteirinha partilhada com o furacão feminino. São raros os casos em que assumem uma vida sem justificações - fazer exactamente aquilo que lhes apetece, chamada uma vida livre, uma vida de sonho. A pergunta parece ser simples “porquê?” Será que existe uma resposta coerente? Uma das justificações pode ser o facto de o ser humano ter um instinto masoquista. Mas penso que o caminho não será por aí. Todos sabem...

A senhora que corria!

Corria a Senhora, e diga-se, com uma pressa como nunca a vi, quando uma das botas lhe salta. Voltará atrás? Será a pressa tão importante para mesmo assim continuar sem se preocupar com mais nada? … a senhora voltou mesmo atrás! Sentou-se no banco do jardim mais próximo e, com uma calma inesperada, descalça a outra bota e de dentro da mala puxa de um caixa que continha uvas podres! Indignada joga tudo para o lixo e volta a correr desalmadamente … Não viu que atravessara uma estrada muito movimentada. Foi tolhida por um camião! Pobre coitada. Todos lhe juravam um futuro risonho!