Todos têm um amigo que se indigna de uma forma descontrolada nas redes sociais. Eu também o tenho porque não quero ser diferente. Tenho-o e com alguma perplexidade, confesso. O Bicho é ruim. No nosso meio é uma pessoa completamente calma e até indiferente ao que o rodeia, mas em frente a um teclado o homem transforma-se. E acho bem, se é para criticar e falar mal, nada melhor do que não ter o lesado frente-a-frente.
Temos outra disponibilidade. Sacamos coisas das nossas entranhas que nunca na vida o poderíamos fazer se a outra pessoa tivesse na nossa frente.
Acho que acreditar no amor também é isto: Ou seja, se o nosso amor-próprio estiver em baixo, nada melhor do que enxovalhar o próximo.
Já os grandes ensinamentos nos dizem isto : “Quem já pecou muitas vezes que atire as pedras que quiser!”
Reparem que o “falar mal” é mais do que necessário, é vital. Eu próprio faço isso e com alguma regularidade. Principalmente quando me lembro da minha querida Avó. Morreu antes de tempo e não há dia que eu não lhe rogue uma praga caso ela tenha ido para o céu. Quando vou dormir é comum dirigir-lhe a palavra dizendo “ Deus queira que hoje a nuvem onde tu dormes tenha as molas estragadas!” e remato com um “Oh Velha!”
Quando vou jantar ou almoçar também é frequente que eu me lembre dela. Com o avançar da idade a placa era um auxílio imprescindível para que conseguisse mastigar os alimentos. Eu sei que ela a deixou cá e por muito que o bife seja tenrinho…
Não é? Antónia!
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