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SEM UM OLHO by Eva dos Anões

Um gago sem um olho, será sempre um gado sem um olho! E dizer-lhe “coitadinho não tem um olho” não resolve grande coisa. Primeiro porque ele sabe perfeitamente que não tem um olho, e o “coitadinho” também não faz com que ele veja melhor. A pena alheia, e falo por mim, faz-me urticária e da forte. “Coitadinho o caralho” é sempre o que me apetece dizer.
Mas eu não escolhi ao acaso ser um gago que não tem um olho. Vou-vos confessar uma coisa, e fica só entre nós até porque anda por aí muita gente sensível e sempre com o dedo da moral a apontar para tudo o que mexe, mas eu não gosto de gagos. Não vale a pena dizer de outra maneira. Eu sei que eles não têm a culpa de ter nascido assim, mas eu também não a tenho, e por isso não consigo fazer amizade com um gago. É-me difícil manter uma conversa. Eu sei que a todos nós deve ser difícil, mas eu confesso que para mim não dá. Tenho um trauma é verdade. Nunca fui meiga no trato porque tenho uma dificuldade enorme em fingir e desde que uma vez um gago, não vou dizer o nome porque há gente capaz de tudo, inclusive de ler textos deste espaço, cismou que se devia confessar a mim. Se calhar porque sou uma gaja, não sei! Mas aquilo foi um filme de terror. Ele queria-me dizer, soube mais tarde por uma amiga minha, que estava apaixonado pela Raquel. Nos primeiros cinco minutos ele não disse mais do que 3 palavras. Com os nervos e quase de lágrimas nos olhos seguiram-se mais dez minutos fatídicos para a minha paciência e acabei por lhe virar costas quando o ranho lhe começou a cair pela boca abaixo. Nunca mais falou comigo a partir desse momento. Certamente com vergonha e desiludido por me ter escolhido a mim para desabafar. Mas, sinceramente, acho que foi melhor para todos. Até para os Gagos que ainda não conheço.


Eva dos Anões 

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