É tão bom estar de volta, como seria se continuasse calado. No entanto achei por bem acrescentar umas linhas. Somente um desabafo em dias menos solarengos. Gosto de gostar de pessoas. Parece fácil, mas não é. Cada vez gosto mais e menos depende de quem estejamos a falar. O meu Pai faleceu. Nada que eu possa escreve servirá de homenagem ao que ele foi. Foi um Pai. E um Pai que se perdeu para sempre. Não voltarei a ter um Pai. O fim de um grande homem como não vejo nos que conheço. Conheço muitos e poucos são verdadeiros homens e os que o são, não são como o meu Pai. Acabou. Diria que foi um fim triste como são os de todos que envelhecem neste País. Não fazemos nada para melhorar a velhice dos outros e estaremos de mãos atadas quando acharmos que temos o direito e deveriam melhorar a nossa própria velhice. Se lá chegarmos ouviremos dizer dos mais novos que tivemos sorte em lá chegar e que somos uns privilegiados por isso. Concordaria se vivessemos no passado ou do passado. Vivemos cada dia e isso é que conta. Não vivemos do que fizemos ou do que fomos, mas sim do que somos neste preciso momento. Tudo conta, como é óbvio, e poderemos sentir-nos mais ou menos orgulhosos do que fizemos durante o percurso. Mas a caminhada continua e é preciso perceber isso. O meu Pai morreu. Foi um verdadeiro Pai. O privilégio de o ter tido nunca superará a dor de o ter perdido? Diria que não, porque o meu Pai partiu. Não está cá. Não brincou nem vai brincar com a minha filha. O meu Pai morreu.
Mais uma curta metragem que tem tudo para não ser vista. http://seguesoma.blogspot.com/
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