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Morreu

É tão bom estar de volta, como seria se continuasse calado. No entanto achei por bem acrescentar umas linhas. Somente um desabafo em dias menos solarengos. Gosto de gostar de pessoas. Parece fácil, mas não é. Cada vez gosto mais e menos depende de quem estejamos a falar. O meu Pai faleceu. Nada que eu possa escreve servirá de homenagem ao que ele foi. Foi um Pai. E um Pai que se perdeu para sempre. Não voltarei a ter um Pai. O fim de um grande homem como não vejo nos que conheço. Conheço muitos e poucos são verdadeiros homens e os que o são, não são como o meu Pai. Acabou. Diria que foi um fim triste como são os de todos que envelhecem neste País. Não fazemos nada para melhorar a velhice dos outros e estaremos de mãos atadas quando acharmos que temos o direito e deveriam melhorar a nossa própria velhice. Se lá chegarmos ouviremos dizer dos mais novos que tivemos sorte em lá chegar e que somos uns privilegiados por isso. Concordaria se vivessemos no passado ou do passado. Vivemos cada dia e isso é que conta. Não vivemos do que fizemos ou do que fomos, mas sim do que somos neste preciso momento. Tudo conta, como é óbvio, e poderemos sentir-nos mais ou menos orgulhosos do que fizemos durante o percurso. Mas a caminhada continua e é preciso perceber isso. O meu Pai morreu. Foi um verdadeiro Pai. O privilégio de o ter tido nunca superará a dor de o ter perdido? Diria que não, porque o meu Pai partiu. Não está cá. Não brincou nem vai brincar com a minha filha. O meu Pai morreu.

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TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Sem limites...

... a estupidez humana. PS: Boa foto para pores no Facebook !

A senhora que corria!

Corria a Senhora, e diga-se, com uma pressa como nunca a vi, quando uma das botas lhe salta. Voltará atrás? Será a pressa tão importante para mesmo assim continuar sem se preocupar com mais nada? … a senhora voltou mesmo atrás! Sentou-se no banco do jardim mais próximo e, com uma calma inesperada, descalça a outra bota e de dentro da mala puxa de um caixa que continha uvas podres! Indignada joga tudo para o lixo e volta a correr desalmadamente … Não viu que atravessara uma estrada muito movimentada. Foi tolhida por um camião! Pobre coitada. Todos lhe juravam um futuro risonho!