A vida não vai acabar bem. Sabemos disso embora, por burrice, nos esqueçamos a todo o momento. Vamos morrer e na melhor das hipóteses quando formos velhinhos e rezando, desejando, pedindo e implorando que não soframos muito na decadência própria do avançar da idade. Na caminhada fazemos por esquecer que tudo é efémero. Tudo passa e não temos um décimo da importância que julgamos ter. As desilusões são um bálsamo para todas as vidas, elas mostram-nos a realidade. Estávamos iludidos. Estamos quase sempre iludidos. Parece que gostamos de viver dessa forma. Olhamos para os velhos como se fossem uma miragem, não nos colocamos na pele de quem tem o fim tão perto. Um fim que será miserável por todas as razões e mais algumas. Aos poucos se perde tudo e se fica sem nada. A cabeça não quer, teimosamente, acompanhar o definhar do corpo. Todas as ilusões do futuro não existem e a certeza da morte está ao virar da esquina. Metemo-los num lar e nas visitas tentamos apaziguar a tragédia que está ali a acontecer e com a promessa que voltamos na semana seguinte. Essa promessa não vale de nada. Essa promessa não é nada. Tento imaginar o que vai naquelas cabeças e fico de rastos de por momentos estar na pele deles. Imaginem se aquela fosse a minha vida. Abandonado num lar. Acho que não existe outra maneira real de analisar o que está ali a acontecer. Para continuarmos com a normalidade da nossa vida somos forçados a pensar que não haveria outra maneira. São os nossos Pais que ali estão, aqueles que sacrificaram e jogaram a vida deles fora por nós. Mesmo assim não haveria outra maneia. Queremos a paz necessária para continuar, não podemos carregar o peso daquela hipocrisia e fazemos mais visitas do que o normal, ou chegamos ao ponto de seguir a nossa vida para outro Continente. Como se tivéssemos que seguir a nossa vida. Que vida é esta? É a do golo do Benfica.
Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...
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