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O CHEFE MORREU

Agora que passou algum tempo após o seu trágico acidente, dedicar-lhe umas linhas é o mínimo que eu posso fazer. É um dos poucos que marcou a diferença. Não porque tivesse uma liderança de génio, porque essas só existem no nosso imaginário, mas porque todos o conheciam verdadeiramente. Com ele não havia manchas cinzentas, obscuras, indecifráveis. Era o Zé Correia e todos tinham a noção que com ele podíamos pedir tudo. Para isso era preciso alguma calma. Entrar na sua bolha de protecção não era difícil e consegui isso com duas ou três conversas - sinceras e sem receio. Depois de entrarmos os medos eram poucos numa terra onde eles andam por todo o lado e sempre prontos a apanhar-nos. O seu escudo era incrivelmente seguro. Com o Zé era tudo à grande, no bom sentido da palavra e no mau sentido as vezes que foram necessárias. Não me esqueço do dia em que entrei no maior barco privado, com direito a lagosta, champanhe e até havia arroz de pato. Foi um dia inesquecível e não me esqueço da cara de felicidade que ele tinha por nos proporcionar aquele dia. Foi isso que mais me marcou e são poucos aqueles em que o facto de proporcionarem a felicidade aos outros consubstanciasse na sua própria felicidade. O barco só serviu de pretexto para nos ver sorrir. Dizem que quando as pessoas partem temos a tendência de falar bem delas. Também poderia facilmente falar mal dele, não há quem consiga fugir a essa regra. Não é este o caso porque se o faço só poderia vir por bem, caso contrário a BOA EDUCAÇÃO impunha o silêncio. E no silêncio e numa tristeza imensa deixas-te os teus mais próximos de rastos, a eles só lhes posso aconselhar paciência que o tempo, imagino eu, poderá ajudar a lembrá-lo com menos dor, com menos amargura e salpicando aos poucos um pouco de paz. Até um dia.

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TEXTOS QUE ME ENTRISTECEM

Prós e Contras

Todos sabemos que temos que andar com as calças folgadinhas caso seja preciso arregaçar à pressa. Ninguém tem dúvidas disso. O último programa “Prós e Contras” gravado em Angola foi um exemplo, diria escandaloso, disso mesmo. Foi degradante para a história da nossa nação as figuras que tivemos que fazer. Pelo menos eu, ainda tenho orgulho de dizer que sou Português e não queria de maneira nenhuma deixar de o ter. O jornalista Rosa Mendes que tentou mostrar a vergonha de uma nação, tornou o caso mais vergonhoso ainda por ESTE motivo! Mas nada como histórias pessoais, também elas vergonhosas, para apaziguar a alma dos inconformados - Já me tinha acontecido, tentar salvar alguém de morrer afogado. A primeira vez e única, até este fim-de-semana que passou, foi no Gerês quando a dois metros da margem do rio o meu amigo de alcunha “Salmão”(de certeza que não foi pelos dotes de nadador que lhe puseram a alcunha, porque estes meninos nadam contra a corrente como ninguém) começa a esbracejar ...

SER DIFERENTE CUSTA E NÃO É POR TER A MANIA

Saber não fazer nada é cada vez mais uma arte - já falei sobre isto – e nos dias que correm, porque o tempo não pára, faz-me cada vez mais sentido. Numa sociedade que nos suga e nos impinge objectivos, os meus, os objectivos, são cada vez menos. Não tenho grandes metas, mas tenho uma grande meta: Ter a possibilidade de não ter nada para fazer. E isto, meus amigos, não se alcança do pé para a mão. Poder não fazer nada é cada vez mais uma bênção que poucos podem alcançar. A rapidez dos dias de hoje sega-nos. Será propositado? Talvez, mas o facto de não nos darem tempo para fixarmo-nos num ponto, para podermos observar com calma, torna tudo numa montanha linda e apejada de lixo. Por isso, como poderemos acalmar e abrandar a azafama da nossa vida, do nosso ninho familiar? Lá fora podem andar todos a mil à hora, numa tormenta de carneiros. Será que conseguimos escapar deste trilho? Sim, podemos. Como? Comprando o tempo. Só com dinheiro do nosso lado poderemos dizer que “não” a muita ...

Mulheres

Os homens não se medem aos palmos, já as mulheres ninguém tem ideia de como é que se podem medir. Todos sabemos as enormes habilidades que têm para encontrar uma boa discussão num pacote que ficou meio aberto, ou uma gaveta que ficou mal fechada. Temos essa noção e lutamos constantemente por uma perfeição completamente utópica. Pela história da humanidade comprova-se que muitos desistiram a meio. Mas só para ganhar fôlego, voltaram sempre a tentar, são poucos aqueles que não meteram, de novo, a cabeça no cepo. Continuaremos sempre a insistir e há heróis que conseguem uma vida inteirinha partilhada com o furacão feminino. São raros os casos em que assumem uma vida sem justificações - fazer exactamente aquilo que lhes apetece, chamada uma vida livre, uma vida de sonho. A pergunta parece ser simples “porquê?” Será que existe uma resposta coerente? Uma das justificações pode ser o facto de o ser humano ter um instinto masoquista. Mas penso que o caminho não será por aí. Todos sabem...

Genialidade.

Pela primeira vez vou publicar anedotas. Três que acabei de ouvir e não podia deixar passar tão grande e requintado humor. 1ª : Estavam dois camiões em cima de uma árvore e diz um para o outro : - Foste ao Cabeleireiro ? O outro responde: - Não, pintei as unhas. 2ª : Dois crocodilos iam a voar. Um deles era verde e o outro também ia para África. 3ª e a melhor delas todas: O miúdo diz à mãe: - Ó mãe, dá-me um jogo para o computador... - Para quê? Tu já tens uma gabardine! E a partir daí, o miúdo nunca mais comeu laranjas. Bom fim de semana.