Andando pela rua encontrei quem nunca encontro. Acontece-nos todos os dias, temos que andar atentos. Bem, mas as coisas são como são e a cegueira não é só para os cegos. Mas chega de histórias, rodeios e meias palavras. Chegam todos os dias mais emigrantes aqui a Angola, aflitos e a precisar de ajuda. A obrigação de quem está cá há mais tempo não é subir ao pedestral e dizer “eh pá, ainda tens muito que penar” ou “eu tbm tive que me desenrrascar” mas sim, ajudar estas pessoas. O nosso Nacionalismo não pode ser só, quando: Timor se vê à rasca; quando vemos uma reportagem de fome em África ou quando um tsunami se lembra de arrasar um lugar em que nunca estivemos. Também é bonito, mas estes são dos nossos, e nos olhos expressam o sentimento que estão a sofrer por estarem longe, que estão perdidos, que precisam de nós. Era só isto.
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