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A mostrar mensagens de abril, 2018

SOLUÇÕES RADICAIS (DO AMOLADOR AO MOUNTAIN SONG)

Por vezes os sentimentos menos bons e negativos, como a tristeza ou a raiva, podem ser inspiradores e engrenagens para um patamar superior. Normalmente é na fossa, e no meio do esterco, que o mundo nos obriga a sermos criativos. Não é o meu caso até porque nestes momentos a minha personalidade encarcera por completo qualquer capacidade que eu, supostamente, possa ter de criação. Mas voltando à vaca fria, uma das situações que sempre me irritou e me tirava do sério era a gaita do amolador. Esta gaita tinha o efeito de me enervar e quase sempre me obrigava a parar o que eu estava a fazer para ir à janela e, para além de desejar a morte instantânea ao tipo, constatar quase sempre o mesmo: Ninguém afiava o que quer que fosse naquele homem, que ia com uma espécie de roda de bicicleta enquanto assoprava uma gaita que reproduzia uma repugnante melodia que me entrava pelos ouvidos como um trovão. O tempo veio dar-me razão e esta raça foi extinta. Aquela sonoridade era para mim risível e seme

MUDAR É DIFICIL, NÃO MUDAR É FATAL

Demos um ar renovado a este espaço e olhem que giro que ficou! Fizemos bem. Somos daqueles que achamos que tudo, se assim for possível, merece uma mudança. Para nos olharem da mesma maneira mas de um modo diferente. Tudo aborrece se todos os dias estiver igual. Mudar uma simples coisa do lugar faz com que tudo à volta fique diferente. Já não está da mesma maneira. Aquela jarra antes não estava do lado esquerdo da santinha vermelha feita em cera. Agora está do lado direito e mais escondida para trás. Já não é o elemento principal. Passou a ser uma simples peça cerâmica num papel secundário. É triste – uma vida toda a ser a protagonista. Todos reconheciam a sua imponência mas os rumores já não se deixam agarrar. Já todos sabem, e comentam, com uma tristeza profunda carregada de malicia: «Sabes quem é que caiu em desgraça?», perguntam com ironia. De seguida dão a resposta com um sorriso interior que não conseguem disfarçar «A jarra que estava à frente da santinha vermelha feita em cera!